Estudantes levam energia elétrica para comunidade isolada no Amazonas

Projeto estuda hábitos de consumo de energia em comunidade isolada.Projeto estuda hábitos de consumo de energia em comunidade isolada.

Sandra Siqueira
Equipe Ascom Ufam

 

Alunos do curso de Engenharia Elétrica (Eletrotécnica) instalaram no início do mês de junho sistemas de energia solar na comunidade Nova Esperança, distante cerca de 2h de lancha de Manaus. A iniciativa faz parte de projeto de pesquisa sobre hábitos de consumo da população.

Coordenados pelo professor do Departamento de Eletricidade, Alessandro Trindade, os estudantes Nei Júnior, Lucas Pinheiro e Augusto Silva participam do projeto de pesquisa, financiado pelo Fundo Newton do Reino Unido, que tem a Universidade Federal do Amazonas como executor principal e como parceiros a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), a Coventry University, a Scene, e a Schneider Electric.

Entre os dias 5 e 8 deste mês, a equipe do projeto realizou a instalação de quatro sistemas solares fotovoltaicos de 700W e com autonomia de 48h com o uso de baterias, na comunidade Nova Esperança. “Busca-se investigar os hábitos de consumo de energia da comunidade que é indígena e faz parte da Área de Proteção Ambiental do Rio Negro. Conhecer os hábitos das pessoas é importante para identificar o antes e o depois de se colocar energia 24h”, informa o professor Alessandro Trindade.

Em cada uma das quatro casas beneficiadas, além dos equipamentos, foram instalados dispositivos de coleta de dados da geração de energia, estado da carga das baterias, consumo de eletroeletrônicos, tudo interligado em um microcontrolador Raspberry Pi 3 e memória USB para armazenagem de todas as informações, minuto a minuto. 

Estudantes aprendem na prática sobre sistemas solares fotovoltaicos. Estudantes aprendem na prática sobre sistemas solares fotovoltaicos.

“O projeto só prevê quatro casas, pois tínhamos apenas 15 mil libras para despesas de capital. Mas estamos montando outros projetos em editais internacionais para tentar expandir o projeto. Vamos buscar recurso fora do Brasil, pois, por incrível que pareça, é mais fácil do que no Brasil e tem mais disponibilidade também”, revela o coordenador.

Nos próximos nove meses, a equipe, que conta ainda com outros cinco alunos de Engenharia Elétrica, realizará visitas de acompanhamento e para coleta das informações armazenadas na memória do sistema de monitoramento.

Segundo o coordenador, a experiência beneficia também os estudantes, com a oportunidade de aprimorar o trabalho em equipe, conhecer a importância do trabalho assistencial, do projeto de sistemas solares, sobre como funcionam sistemas de monitoramento de dados, e aprender a instalar sistemas solares.

Ao final do projeto, os sistemas solares serão doados para a comunidade.

Professor Neliton Marques lança pesquisa em e-book pela livraria Embrapa

 

Livro do professor Neliton Marques visa popularizar informações sobre pragas agrícolas e florestaisLivro do professor Neliton Marques visa popularizar informações sobre pragas agrícolas e florestaisPor Sebastião Oliveira
Equipe Ascom

 

Disponível no site vendasliv.sct.emprapa.br, da livraria Embrapa, o e-book 'Pragas agrícolas e florestais na Amazônia' possibilita maior acesso à informação aos agricultores familiares e estudantes da área agrária.

O professor da Faculdade de Ciências Agrárias, Neliton Marques, liderando um grupo de pesquisadores, afirma que o novo formato possibilita maior socialização do conhecimento técnico e científico no campo das ciências entomológicas, em particular na Amazônia. 

Por conta disso, a equipe da Assessoria de Comunicação da Ufam (Ascom) conversou com o professor que relata sua impressão quanto à publicação desse novo formato. Veja a entrevista:

 

ASCOM: Qual importância da publicação nesse formato eletrônico em nossa contemporaneidade, não somente para o campo científico, mas para o campo social?

Neliton Marques: Um dos maiores problemas enfrentados pela agricultura no Bioma Amazônia refere-se à questão fitossanitária, onde os insetos e ácaros plantícolas ganham destaque. Este livro foi concebido, no formato físico, em 2011, quando realizamos I Seminário de Entomologia Agrícola na Amazônia (I SEAMA). Este evento reuniu, pela primeira vez, todos os entomologistas agrícolas e florestais que atuam em pesquisa e ensino na área de entomologia agrícola e florestal na Amazônia. Na ocasião, refletimos sobre a necessidade de publicarmos um livro que pudesse aglutinar todos os esforços de pesquisa e geração de conhecimento em entomologia. Em 2016, publicamos o livro 'Pragas Agrícolas e Florestais na Amazônia' como resultado do esforço coletivo de 60 (sessenta) entomologistas agrícolas e florestais da Amazônia.

Após dois anos, decidimos publicar esta obra no formato e-book. Além do preço mais acessível, sobretudo para os agricultores familiares e estudantes dos cursos de nível médio em Agropecuária e de graduação em Ciências Agrárias, uma obra neste formato permite atualizações de forma mais célere e mais frequente. Esta é uma das formas mais democráticas de socialização do conhecimento técnico e científico no campo das ciências entomológicas, em particular na Amazônia. 

Portanto, trata-se de uma obra de consulta obrigatória a todos que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre insetos e ácaros e parasitóides de importância econômica,  os quais estão associados às plantas cultivadas na Amazônia.

 

ASCOM: Qual o objetivo da pesquisa?

NM: O livro buscou aglutinar e sistematizar todo o conhecimento científico acumulado no campo da entomologia agrícola e florestal, com foco no Bioma Amazônia. A obra está dividida em seis tópicos onde descreve aspectos bioecológicos e de manejo das pragas associadas às frutíferas, às grandes culturas, às essências florestais, às de importância quarentenária, às pragas gerais (saúvas e cumpins) e aos parasitóides.

 

ASCOM: Os aspectos relacionados à Amazônia, principalmente as questões voltadas para a agricultura, tornam as informações necessárias para quem trata sobre produção agrícola em nosso Estado. Então, qual a importância da pesquisa no processo de produção?

NM: As condições edafoclimáticas prevalentes na Amazônia constituem em elementos facilitadores da presença de pragas nos agroecossistemas. Fatores como temperatura e umidade relativa do ar elevadas, associados à disponibilidade de alimento e insuficiência de inimigos naturais, contribuem para proliferação destes artrópodes herbívoros que comprometem a sustentabilidade dos cultivos agroflorestais. 

As informações disponibilizadas neste livro, longe de pretender resolver todos os problemas fitossanitários na Amazônia, traz uma contribuição importante, na medida que diagnostica a complexidade dos problemas entomológicos e apresenta as alternativas para sua solução.

 

ASCOM: Grande parte da produção científica da Ufam circula somente no âmbito acadêmico, no entanto, com a publicação da pesquisa nesse novo formato, a Universidade quebra esse paradigma. Nesse sentido, qual a expectativa de divulgação desse formato para as produções científicas da Ufam?

NM: As publicações no formato digital são uma realidade no mundo contemporâneo. As pessoas estão cada vez mais priorizando e acessando livros e artigos neste formato, atraídas não apenas pelo seu custo reduzido, mas pela praticidade de manuseio e o potencial de compartilhamento. Estas facilidades se ampliaram com a massificação dos dispositivos eletrônicos, hoje acessíveis à maioria das pessoas. 

Sintonizada com a realidade do mundo digital, a Universidade vem assumindo este protagonismo, quando estimula e incentiva a publicação de livros eletrônicos. É inegável que neste formato de publicação, uma obra técnico-científica tem grande potencial de alcançar escala em curto e médio prazo. O acesso é mais democrático pela facilidade de sua divulgação e publicidade. É provável que outros docentes sejam estimulados a priorizar suas publicações em livros neste formato, pelas razões aqui expostas. Com isto a Universidade Federal do Amazonas reafirma seu compromisso e sua função social, enquanto instituição geradora e disseminadora do conhecimento.

 

Revista 'Mundo Amazônico' reúne produção científica em dossiê temático até 30 de junho

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom

Intitulado 'Cosmopolíticas Amazônicas. Reflexividades Indígenas', o dossiê da Revista Mundo Amazônico é resultado de convênio entre o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas (PPGAS/Ufam) e o Instituto Amazônico de Investigações da Universidade Nacional da Colômbia (Imani/Unal/Sede Amazônia). O aceite de trabalhos de pesquisa ocorre até 30 de junho, com previsão de lançamento para janeiro de 2019.

No Brasil, a edição da produção científica para publicação está sendo realizada pelos professores do PPGAS, Gilton Santos e Carlos Dias. De acordo com Santos, a participação de trabalhos de pesquisadores brasileiros, mas especificamente da Ufam apresenta-se de forma contundente por conta da produção e organização. O professor ressalta que, nessa edição, a participação da produção indígena se sobressai, considerando o ineditismo na edição em língua nativa.

Segundo o docente, desde 2015, o PPGAS mantém convênio com o Imani/Unal/Sede Amazônia, entretanto, nenhuma publicação foi realizada e, somente em 2017, a elaboração de um Plano de Trabalho permitiu uma nova política de publicação de pesquisa, no qual envolveu o intercâmbio entre professores e alunos do Programa com a Unal, assim como renovar a coedição da revista.

Santos explica que a revista publica dezoito artigos anuais, sendo nove por série. O 'Mundo Amazônico' é um período binacional, cuja característica é multidisciplinar, e aceita a publicação de trabalhos científicos de pesquisadores de vários países, o que nos últimos tempos vem fortalecendo o crescimento do PPGAS junto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Ainda de acordo com o professor, a revista está classificada pelo sistema Sucupira da Capes na categoria B2 e está indexada no Directory of Open Access Journals, no LatindexGoogle Scholare no Emerging Soucer Citation Indexdo Web of Science. Em breve, segundo Santos, será indexada no RedalycScielo. "O dossiê que inaugura a participação do PPGAS/Ufam na Revista propõe abrir a reflexão para outros campos e disciplinas interessados na complexidade amazônica", ressaltou o docente.

Santos explica que, a ideia que se propõe, por um lado, associada às Cosmopolíticas Amazônicas tem por finalidade abranger em largo espectro as produções acadêmicas que de algum modo envolvem pensamentos e agenciamentos de mundos na Amazônia.“A Revista MA sendo, por definição e princípio, interdisciplinar, permite que nosso dossiê busque questões e reflexões importantes inspiradas no mundo amazônico, exploradas pela arqueologia, pela linguística, pela ecologia histórica, pela história, pela geografia, pela filosofia e outras áreas”, disse o professor.

Ele reitera que Reflexividades Indígenas, por outro lado, direciona o dossiê para questões mais pontuais e específicas da etnologia indígena nas terras baixas sul-americanas. “Importa-nos, sobretudo, trazer à baila o que temos de mais pontual associado à presença dos 'novos agentes' (os indígenas acadêmicos) no campo da reflexão e produção do conhecimento”, finaliza Santos.  

Sobre a revista Mundo Amazônico

É um periódico semestral de acesso livre, de natureza transnacional e multidisciplinar. Aceita contribuições originais e não publicadas em espanhol, inglês ou português por autores de qualquer nacionalidade. Destina-se ao público acadêmico de pesquisadores e acadêmicos e também procura atingir os tomadores de decisão, profissionais e comunidades locais.

O Mundo Amazônico é editado por duas instituições acadêmicas localizadas na bacia amazônica que buscam criar elos de comunicação regionais entre o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas (PPGAS/Ufam) e o Instituto de Pesquisas da Amazônia da Universidade Nacional da Colômbia (Imani/Unal/Sede da Amazônia).

 

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