I Workshop de Química Inorgânica traz estudioso da História da Química

Mesa de abertura do I Workshop de Química InorgânicaMesa de abertura do I Workshop de Química Inorgânica

A primeira edição do Workshop de Química Inorgânica da Universidade Federal do Amazonas começou nesta segunda-feira, 13, no auditório da Faculdade de Direito, setor Norte da Instituição, reunindo acadêmicos, profissionais e pesquisadores interessados em debater o  ramo da ciência que estuda os elementos químicos e as substâncias da natureza que não possuem carbono coordenado em cadeias, ou seja, aquelas divididas em quatro grupos: ácidos, bases, óxidos e sais. 
 
Na solenidade de abertura, coordenadores e convidados destacaram a importância do tema central do evento. À mesa, o reitor em exercício, professor Gilson Monteiro, o pró-reitor de Extensão em exercício, professor Elias Assayag, o diretor do Instituto de Ciências Exatas (ICE), professor Cícero Augusto Mota Cavalcante, o chefe do Departamento de Química, professor Marlon de Souza, a coordenadora do Programa de Pós-Graduação, professora Rita de Cássia Nonomura.
 
O reitor em exercício, que representou a reitora, professora Márcia Perales, considera importantes iniciativas que levam o conhecimento além das salas de aula. Para ele, as universidades devem pensar o ensino de forma mais ampla. 
 
"Os workshops são modelos de aprendizado que deveriam ser utilizados com mais frequência, porque levam o acadêmico e o docente além dos limites institucionalizados das salas. Acredito que quanto mais os alunos puderem trocar experiências com pesquisadores, com quem produz conhecimento, melhor para ele, melhor para o curso, melhor para o mercado", opinou. 
 

Palestrante da UFMG considera que brasileiro antecede Lavoisier Palestrante da UFMG considera que brasileiro antecede Lavoisier

O diretor do ICE, professor Cícero Augusto Mota Cavalcante, disse que acompanhou a concretização do I Workshop a partir da mobilização de professores da Ufam, Universidade do Estado do Amazonas e de parcerias firmadas junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Amazonas (Fapeam), Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp) e Pró-Reitoria de Extensão e Interiorização (Proext), pró-reitorias da Ufam.
 
"Acompanho essa mobilização há mais de um ano e fico feliz de os coordenadores do evento terem chegado até aqui, tendo conseguido trazer nomes de grande valia para a Química brasileira. Acredito que na oportunidade, eu possa fazer uso da máxima de que o conhecimento, quanto mais dividido, mais replicado ele será", afirmou. 
 
Na palestra de abertura, o Workshop teve um dos maiores nomes da Química brasileira, o professor Carlos Alberto Lombardi Filgueiras. Ele possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal de Minas Gerais, doutorado em Química pela Universidade de Maryland e pós-doutorado pela Universidade de Cambridge, além de estágios curtos em várias universidades do Brasil e do exterior. Foi por muitos anos professor da Universidade Federal de Minas Gerais e depois professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No início de 2010 tornou-se pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais. Ensina e pesquisa na área de Química Inorgânica, com ênfase em Compostos de Coordenação e Organometálicos, atuando principalmente nos seguintes temas: organoestânicos, complexos de estanho, compostos de metais de transição, ligantes ambidentados e polibásicos e complexos bi- e trimetálicos homo- e heterometálicos. Uma outra vertente de seu trabalho de ensino e pesquisa que muito se ampliou nos últimos anos é no campo da História da Ciência, que foi o mote de sua apresentação. 
 
"Tenho vislumbrado cada vez mais por essa temática e garanto, que a Química, está na história do Brasil há pelo menos 400 anos, desde o Brasil colonial, "em termos de técnica, arte de curar e fabricar medicamentos". 
 
"A Química aparece nos engenhos de açúcar em Pernambuco, no século XVII, no processo de extração do corante do pau Brasil e também no processo de lavagem do ouro. Em muitas outras passagens históricas citadas pelo brasileiro que escreveu sobre  assunto, antes mesmo de Lavoisier, Vicente Coelho de Seabra Silva Telles, em 1788, dedicado à Sociedade Literária do Rio de Janeiro, que foi publicado em Portugal", revelou. 

PPGMCS divulga resultado da prova de conhecimentos

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde- PPGMCS divulga resultados da prova de conhecimentos.

Resultado no anexo.

Encontro sobre Direitos Humanos de Povos Indígenas e Refugiados: perspectivas e desafios

Na noite da última sexta-feira (10), professores, juristas e alunos da área de Direito reuniram-se no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB/AM) para ouvir a professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) Sílvia Loureiro, a procuradora de São Paulo e professora Flávia Piovesan e o defensor público federal e chefe da Defensoria Pública no Amazonas (DPU/AM), Edilson Santana.

Os palestrantes apresentaram questões de pesquisas, dados da realidade, casos concretos sobre Direitos Humanos dos Povos Indígenas e de Refugiados no Brasil, revelando ainda quais os principais desafios a respeito desse tema para os estudiosos, o poder público e os sujeitos.

 

Povos indígenas

A primeira exposição foi da professora Sílvia Loureiro, com o tema ‘O atual reconhecimento da Corte Internacional de Direitos Humanos dos povos indígenas como sujeitos de direito internacional’. Ao apresentar um resgate histórico do Direito Internacional Clássico e do Direito Internacional dos Direitos Humanos, a professora constatou que a visão individualista como a defesa dos DH é posta, rejeita o papel de sujeitos coletivos dos povos indígenas. “Para que sejam incluídos os povos indígenas no rol de sujeitos do Direito Internacional dos Direitos Humanos, há de se ter um tratamento coletivista”, defendeu a pesquisadora.

Ela propõe, para superar séculos de esquecimento ou de não reconhecimento desses povos, que seja realizada uma leitura pré-Westfaliana [referindo-se à Paz de Westfália, cujo tratado foi assinado em 1648 pondo fim à Guerra dos Trinta Anos, e criou os Estados Nacionais Modernos] do Direito Internacional. Ou seja, “antes da imposta soberania dos Estados Modernos, eram reconhecidos os direitos dos indígenas sobre suas terras através do Direito das Gentes”, como afirmou a professora, pois todos os seres humanos têm a mesma essência.

 

Refugiados

A respeito de Direitos Humanos dos Refugiados, a professora Flávia Piovesan argumentou “não haver Direito sem lutas emancipatórias”, continuando o raciocínio: “Os Direitos Humanos têm o objetivo de salvaguardar e proteger a vida e a dignidade humana. Quando se encontram na situação de refugiadas, as pessoas têm sofrido as mais graves violações em seus direitos”. Isso é resultado, afirmou a palestrante, da “ideologia da intolerância”, segundo a qual nascem as diferenças entre “o eu e o outro”, razão por que a injustiça cultural deve ser combatida.

A professora apresentou alguns dados estatísticos a respeito do tema. Segundo ela, há alarmantes 86% de refugiados de países em que os Direitos Humanos não são respeitados que são acolhidos, hoje, por países em desenvolvimento (PED), enquanto apenas 14% deles encontram lugar nos desenvolvidos. “Segundo ao Alto Comissariado da ONU [Organização das Nações Unidas] para Refugiados, a maior quantidade é de refugiados econômicos ou ambientais, somando 51 milhões de pessoas até 2013. E vêm de países como Síria, Somália, Sudão, entre outros”, explicou.

Complementando a parte prática do tema Refugiados, o defensor público federal Edilson Santana apresentou o tema ‘O papel da DPU no atendimento jurídico ao refugiado e análise de caso concreto’. “Nós hoje temos bastante legislação a respeito desse tema, como a Convenção de 1951, o Protocolo de 1967 e a Lei brasileira número 9474, de 1997”, lembrou o defensor.

A despeito disso, Edilson Santana ressaltou que cada caso é peculiar e gera novos desafios para o poder público e para os agentes públicos que lidam como as situações reais: “Temos o exemplo de um afegão detido em Manaus pouco tempo antes da Copa do Mundo de Futebol. Ele era engenheiro no país de origem e descobriu que estava sendo acusado de terrorismo. O homem fugiu para buscar refúgio no Brasil. Passando pela Guiana, foi enganado e comprou um visto falso, com o qual adentrou o território brasileiro. Procurou então a Polícia Federal, onde foi preso. Ao receber o caso, a DPU solicitou o relaxamento da prisão e a continuidade do pedido de refúgio. O juiz concedeu a liberdade, mas o proibiu, entre outras coisas, de participar de eventos públicos com grande aglomeração, como os jogos de futebol da Copa”.

 

Desafios

O defensor federal contou ainda o caso do médico refugiado que não conseguiu participar o Programa “Mais Médicos Brasil”, do Governo Federal. Nesses casos, “o impedimento do exercício profissional contraria o princípio da não devolução, pois “se a pessoa não tem como sobreviver, será obrigada, indiretamente, a sair do Brasil”, disse. Há outros desafios sobre o tema, tais como a falta de dados sobre o perfil dos refugiados, sobre as causas do refúgio, o combate à xenofobia e a outras formas de intolerância, assim como a identificação e o alcance dos deveres dos Estados nesse quesito e o fortalecimento da cooperação internacional.

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