Para pensar a Amazônia - Renan Freitas Pinto profere palestra em aula inaugural do PPGSCA

Por Sebastião de Oliveira 
Equipe Ascom Ufam

Oralidade, memória e história na formação do pensamento social da Amazônia” foi o titulo da palestra da aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), proferida pelo professor titular da Ufam Renan Freitas Pinto. O evento ocorreu na última quarta-feira, 20, no auditório Rio Negro do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), Setor Norte do Campus Universitário.

Na mesa de abertura, estiveram presentes, além do palestrante, a coordenadora do evento, professora Elenise Scherer; a coordenadora do PPGSCA, professora Iraildes Caldas; e o diretor do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), professor Raimundo Nonato Pereira da Silva.

A coordenadora do PPGSCA, professora Iraildes Caldas, cumprimentou as autoridades presentes na mesa de abertura e, em especial ao professor Renan Freitas Pinto, destacando seu "papel como acumulador de teorias e formulador de estratégias para Amazônia na ciência e no pensamento". Iraldes Caldas explicou que a centralização temática na formação social do pensamento da Amazônia é o grande foco, é eixo principal na formação de mestres e doutores pelo Programa.

A docente disse estar feliz, em razão do resultado de pesquisa realizada pelo Programa, que o coloca o mais acessado no contexto global na internet quando os temas de interesse envolvem teses e dissertações relacionadas à Amazônia. Além disso, a professora disse que, noano passado, uma pesquisa realizada junto a 106 egressos dos últimos cinco anos apontou para um resultado muito positivo: "existe 100% de empregabilidade dos egressos do Programa".

Para a coordenadora do PPGSCA, o índice positivo é um fator muito motivador. “O Programa é o grande formador de recursos humanos para a Amazônia. Ao deixar o PPG, esses pesquisadores são imediatamente absorvidos pelo mercado de trabalho para compartilhar saberes”, ressaltou a coordenadora.   

A palestra

Ao iniciar a conferência, o professor Renan Freitas Pinto garantiu que os autores mencionados na palestra foram os responsáveis pela construçãpo do seu modo de pensar acerca da Amazônia. "Isso vai desde as primeiras narrativas, no período colonial, como aquelas de Frei Gaspar de Carvajal, Padre Samuel Fritz, Padre João Daniel, missionários jesuítas que tiveram uma importante tarefa de explorar e identificar não apenas a Amazônia brasileira, mas uma região no sentido mais amplo", resgatou o docente.

O palestrante seguiu mencionando outros autores, tais como Leandro Tocantins, Theodor Koch-Grunber, Alfred Russel Wallace, Robert Chirstian Avé-Lallemant, além de outros tantos que expressaram seus conteúdos de acordo com o seu olhar sobre esta região. Para o ele, a oralidade e a memória estão presentes de modo subjaz em todas as obras por ele aprofundadas em suas investigações.

O Complexo da Amazônia

Renan Freitas Pinto destacou o escritor Djalma Batista, autor da obra “O Complexo da Amazônia: análise do processo de desenvolvimento”. "A obra chama a atenção pelo fato de formular conceitos de uma Amazônia complexa, sob todos os aspectos", destacou. De acordo com o professor palestrante, Benchimol acreditava na literatura como fundamento para entender a Amazônia, juntamente com a Biologia, a Geografia, a História... todas elas formam um conjunto de conhecimentos e saberes que devem ser religados. Essa por sua vez, disse o professor, está sob a visão de Edgar Morin, que nos permite ter um olhar satisfatório sobre a Amazônia.

Após breve apresentação dos autores, que ele considera emblemáticos e enfatizou a necessidade da leitura para a compreensão dos papeis da oralidade, da memória e da historia “na tessitura de nossos modos de pensarmos sobre nós mesmos dos campos culturais diversificados com os quais nós nos  relacionamos”, continuou com um balanço crítico do que tem sido o desenvolvimento das Ciências Humanas na Amazônia.

Assim, o professor se permitiu aventurar em algumas ideias que poderão ocorrer em um futuro próximo, tal como "uma grande interrogação na atual conjuntura política brasileira, principalmente no que tange as universidades públicas brasileiras". Para o professor, a reconstrução do que tem acontecido nos últimos anos fez que compreendêssemos os avanços na adoção de instrumentos teóricos e conceituais e o refinamento do manuseio de novas ferramentas, entre as quais aquelas utilizadas nos estudos do passado, das tradições, das narrativas documentais e ficcionais da literatura como campo de desvendamento da história e das Ciências Humanas.

“Não será necessário insistir em reconhecer que os estudos pós-graduados nas Universidades, mesmo enfrentando a compartimentação das disciplinas e das linhas de pesquisas, têm consigo enfrentar e desamarrar o cercamento dos campos disciplinares ao se afirmarem diferentes condutas teóricas e conceituais. O exemplo mais evidente seja da contribuição dos estudos antropológicos desenvolvidos na Amazônia e que têm sido trazidos para a antropologia brasileira”, completa Renan Freitas Pinto.

O professor finalizou discorrendo sobre a importância dos Programas de Pós-Graduaçoes na Amazônia com a presença de mestrandos e doutorandos indígenas. Isso traz inovação no giro epistemológico, ou seja, é o momento quando subvertem a lógica epistêmica que fora responsável por instituir os próprios fundamentos desses campos do saber.     

Sobre o pesquisador

Atualmente é professor aposentado da Universidade Federal do Amazonas. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia do Desenvolvimento, atuando principalmente nos seguintes temas: amazônia, pensamento social, história das idéias, desenvolvimento regional e trabalho feminino. Foi o criador de um núcleo de estudos sobre a Teoria Crítica com Ênfase na Obra de Theodor W. Adorno, a partir do qual se originou Projeto de Pós-Doutorado atualmente desenvolvido na USP, sob o Título: A Recepção de Theodor W. Adorno no Brasil, sob orientação do Prof. Dr. Wille Bolle. Possui graduação em Letras - Língua e Literatura Inglesa pela Universidade Federal do Amazonas (1969), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982) e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1992).

Bibliotecárias da Ufam recebem prêmio do Conselho Regional por destaque na pesquisa

Raquel SantosRaquel SantosEm evento realizado no Teatro Amazonas, na última quarta-feria, 20 de março, as bibliotecárias da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Maria Raquel Santos Maciel e Rosenira Izabel de Oliveira Souza, receberam o reconhecimento do Conselho Regional de Biblioteconomia da 11ª Região (CRB-11) pela atuação na pesquisa acadêmica.

Enquanto a servidora Maria Raquel conquistou o prêmio Genesino Braga na categoria de Bibliotecária Pesquisadora, a Menção Honrosa foi concedida à bibliotecária Rosenira Izabel, por se tornar a primeira bibliotecária com doutorado do Sistema de Bibliotecas da Ufam.

Honra ao mérito

Rosenira SouzaRosenira Souza

A bibliotecária Maria Raquel Santos Maciel concorreu ao prêmio em virtude de ter desenvolvido a pesquisa intitulada “A plataforma Lattes como recurso estratégico para a gestão dos Programas de Pós-Graduação: uma análise baseada na produção de artigos”, realizada no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).

Já Rosenira Izabel de Oliveira Souza recebeu a Menção Honrosa pela conclusão do doutorado em Engenharia de Produção na Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), tendo como produto final a tese intitulada “Proposta de sistematização e desenvolvimento de repositório de conhecimento como suporte a projetos de manufatura enxuta (Lean Manufacturing)”.

A direção do Sistema de Bibliotecas da Ufam fica imensamente feliz pelo reconhecimento público de seus profissionais, além de prestar uma justa homenagem às duas profissionais pelo comprometimento com a instituição e pelo excelente desempenho no desenvolvimento dos seus trabalhos.

Saiba mais

A premiação presta homenagem a bibliotecários, organizações e personalidades que, pelo seu desempenho e capacidade profissional, destacaram-se e elevaram a Biblioteconomia ou a categoria perante a sociedade nos estados do Acre, do Amazonas, de Roraima e de Rondônia.

 

Fórum Permanente das Licenciaturas debate ‘Residência Pedagógica’

 
Por Juscelino Simões
Equipe Ascom

O Fórum Permanente das Licenciaturas da Universidade Federal do Amazonas realizou na terça-feira, dia 19, a 1ª Assembleia do ano de 2019. O evento ocorreu no auditório Paulo Bührnheim, no setor Sul do Campus, com o tema ‘Residência Pedagógica, tratando especificamente de uma problemática sobre ‘devolução de bolsas’.

Professora Irlane Maia fala ao público no Fórum, observado pelo coordenador Nilomar Vieira Professora Irlane Maia fala ao público no Fórum, observado pelo coordenador Nilomar Vieira

O coordenador institucional do Programa, professor Nilomar Vieira de Oliveira, afirmou que a partir das discussões serão traçados encaminhamentos para que, institucionalmente, instâncias competentes sejam acionadas para a solução de complexidades em torno desse processo. “A discussão de temas relacionados aos cursos de licenciaturas gera ações para pensarmos situações-problema”, disse o coordenador.  

O Fórum é o espaço de concretude da interlocução para que o diálogo aconteça visando discutir questões articuladoras com a formação e a prática docente, analisando seus desafios e seus impactos na sociedade como a reestruturação curricular dos cursos de licenciaturas; identidade docente; o estágio curricular supervisionado; prática como componente curricular; avaliação da aprendizagem no ensino superior; programa de Iniciação à docência (PIBID) e o programa Residência Pedagógica.

“O Fórum tem como objetivo congregar discentes e docentes da área de Licenciatura para aperfeiçoar currículos e discutir democraticamente pontos que necessitem de alterações nos cursos. Foi criado com o propósito de não se atrelar a Administração Superior. Esse ambiente é o espaço de interlocução acadêmica sobre a formação inicial e continuada de professores”, destacou a secretária executiva do Fórum, professora Irlane Maia.  

Criado em 2010

O Fórum das Licenciaturas foi criado em setembro de 2010, no Encontro Nacional das Licenciaturas realizado no auditório Eulálio Chaves. O referido encontro contou com o apoio da Fapeam e CAPES, onde a Universidade Federal do Amazonas teve um importante papel nas ações desenvolvidas durante e depois do evento, pois a partir do reconhecimento da relevância deste espaço, iniciamos de forma tímida, por considerar a compartimentalização da universidade como o principal obstáculo, tendo em vista que as licenciaturas não dialogavam.

A discussão de temas relacionados aos cursos de licenciaturas gera ações para se pensar situações-problemaA discussão de temas relacionados aos cursos de licenciaturas gera ações para se pensar situações-problema

 

 

 

 

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