Com o objetivo de discutir as mudanças recentes na organização política do mundo, teve início, na tarde desta terça-feira (7), o III Simpósio Nacional de Geografia Política no auditório da Faculdade de Estudos Sociais (Fes). O evento, que segue até a próxima sexta-feira (10), conta com a participação de palestrantes de renome nacional e internacional.  

Segundo o coordenador do evento, professor Ricardo José Nogueira, o III Simpósio Nacional de Geografia Política é uma oportunidade para ampliar os conhecimentos sobre os principais temas desse ramo da Geografia.  “É um evento que trata das questões fundamentais da relação território e política e dentro disso há inúmeras questões como a ambiental, a atuação do Estado sobre o território, por exemplo, e nós estamos trazendo pessoas de renome internacional para discutir sobre o que de mais novo há na área de Geografia Política”, destacou o professor.

Durante quatro dias os profissionais e acadêmicos irão refletir sobre os cinco eixos temáticos nos quais está dividido o evento. A necessidade de redefinição da compreensão de políticas territoriais em cenários contemporâneos será debatida no eixo temático “Renovação das Políticas Territoriais”. As novas formas de uso e controle dos recursos naturais e as consequentes alterações das relações de poder entre os Estados são as problemáticas que se pretendem debater no eixo temático “Meio ambiente, política e poder”. No eixo temático “Fronteiras: um constante e poderoso desafio à Geografia Política” serão debatidos os fenômenos fronteiriços e as divisões territoriais em geral, bem como as novas formas de securitização num mundo onde cada vez mais se criam fronteiras e onde a fluidez/porosidade são marcantes. A emergência de múltiplas identidades, em várias escalas, e a necessidade de melhor compreensão do significado das ideologias geográficas serão discutidas no eixo temático “Geografia, Território e Identidade: Nacionalismo, Regionalismo e Identidades Territoriais”.

Abrindo a programação, o membro do Instituto de Geografia de Moscou, Vladimir Kolossov, discorreu acerca da “Geopolítica na pós-modernidade”. Entre outros assuntos, o palestrante abordou a situação dos territórios não reconhecidos pela comunidade internacional e apresentou um estudo sobre a relevância das fronteiras para os países do globo.

Para a estudante do 1º período do curso de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Pâmela Nataly de Sousa e Souza, participar do III Simpósio proporcionou uma introdução ao estudo da disciplina. “Mesmo eu não tendo estudado a matéria ainda, considero importante começar a conhecer, saber do que se trata para ter uma ideia inicial do que está acontecendo nessa área, isso vai me ajudar quando for estuda-la”, disse a acadêmica.

Além da conferência de Vladimir Kolossov, a programação do primeiro dia do III Simpósio inclui a mesa-redonda “Geografia e a Política” que tem como condutora a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Iná Elias de Castro.

Na quarta-feira (8), o evento continua com a apresentação de trabalhos, a conferência “Heródote: a História de uma revista de Geopolítica” proferida por Beatrice Giblin. À noite, ocorre uma atividade cultural no Largo de São Sebastião. Nos demais dias, continuarão as exposições de trabalhos pela manhã. À tarde e à noite serão realizadas as mesas-redondas: “Geógrafos e Generais” (quinta-feira), “Fronteiras: Desafios no Mundo Global” (quinta-feira) e “Amazônia: Geografia Política e Meio Ambiente” (sexta-feira). E encerrando o III Simpósio Nacional de Geografia Política, ocorre a conferência “O Brasil no Cenário Geopolítico Mundial” na noite de sexta-feira.