Ufam publica primeira revista sobre Educação Inclusiva da região Norte

Por Samuel Vinente / Protec

A Pró-Reitoria de Inovação Tecnológica (Protec), com o apoio da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Amazonas, publica o primeiro periódico eletrônico intitulado ‘Pesquisa e prática em Educação Inclusiva’. É o primeiro da área na região Norte com periodicidade semestral.  

O novo número conta com 173 páginas, tendo um editorial escrito por editores e pela professora convidada Maria da Piedade Resende da Costa, docente do Programa se Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Os autores são oriundos de diversas instituições (Ufam, Ufscar, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundepe), FMU-Laureat, Uninorte-Acre, Faculdade Barão do Rio Branco, Centro Universitário Claretiano, Instituto Federal Fluminense (IFF), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Para essa primeira edição abrimos uma chamada pública e recebemos aproximadamente 60 manuscritos, dos quais 12 foram selecionados pelo Comitê Editorial. Esse volume torna realidade o sonho de um novo veículo para  divulgação da produção científica sobre Educação Inclusiva  na região Norte”, destacou Samuel Vinente, Editor-chefe do periódico.

A revista pode ser acessada no Portal de Periódicos da Ufam (http://periodicos.ufam.edu.br/educacaoInclusiva/issue/view/247), podendo toda a comunidade acadêmica realizar pesquisas; cadastrar-se como leitor, autor ou avaliador; submeter textos e acompanhar artigos e publicações. O fluxo para recebimento de textos é contínuo e podem ser submetidos artigos de pesquisa, relatos de experiência, revisão de literatura e ensaio teórico.

Os temas compreendem a diversidade em educação relacionadas à Educação Especial, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação para Relações Étnico-Raciais, Alfabetização, Educação de Jovens e Adultos, Educação em Direitos Humanos e Educação Ambiental.

FIC discute papel da mídia na democracia brasileira

Estudantes e pesquisadores refletem sobre mídia e política.Estudantes e pesquisadores refletem sobre mídia e política.O papel da mídia na democracia do Brasil após a Constituição de 88 foi abordado durante o V Encontro Regional Norte de História da Mídia, realizado dias 16 e 17 de agosto, no auditório Rio Solimões, setor Norte do campus universitário. O evento busca suscitar a reflexão sobre a história recente do país e fortalecer a democracia como regime de governo.

Promovido pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM), da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar), o Encontro realizou na quinta-feira, 16, o primeiro dia de atividades com destaque para a palestra de abertura ministrada pelo professor Lucas Milhomens, diretor do curso de jornalismo do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (Icsez), sede da Ufam em Parintins.

Realizado a cada dois anos, o evento traz para a comunidade acadêmica da Ufam o debate sobre o papel dos meios de comunicação na democracia brasileira a partir da atuação destes em alguns importantes momentos da história do país. Segundo organizador do V Encontro, professor Israel Rocha, a proposta é refletir sobre o passado para evitar incorrer nos mesmos erros e construir uma sociedade que de fato respeite os direito de seus cidadãos. “A ideia é, já que estamos vivendo tempos polarizados, também tentar fazer uma discussão em torno de uma Constituição que visou promover direitos sociais, ampliá-los, e do outro lado um ato que visava restringir direitos políticos, sociais, entre outros”, declarou o professor.

De acordo com o organizador, o papel da mídia atualmente é de fortalecer as instituições democráticas, mostrar o quanto elas são importantes e necessárias para a real governança do país e para o bem estar da sociedade brasileira. “A gente vive um acirramento do diálogo, então, acredito que precisamos valorizar mais as instituições democráticas e a mídia atual precisa cumprir um pouco esse papel, que em certa medida cabe a ela, de protegê-las e fazer com que atos que aconteceram no passado, como os anos de repressão, não sejam esquecidos e não voltem mais. A gente precisa manter essas instituições a todo o custo, lutar por elas”, expôs.

Um fator diferencial e significativo para a sociedade é uso cada vez mais frequente das redes sociais e internet, sendo incluídas, por exemplo, no processo eleitoral brasileiro deste ano como plataforma de divulgação dos candidatos. Segundo o docente, como a emergência das novas tecnologias de comunicação se deu rapidamente, os usuários ainda vivem o processo de educação sobre como lidar com a nova realidade. “As novas tecnologias trouxeram possibilidade de anonimato, de hipercontato com pessoas, que podem falar o que querem, parece que não há controle. Então, a gente precisa ao mesmo tempo exaltar essa liberdade no acesso a tudo, mas, sobretudo, pensar em formas de regulação e controle para que as pessoas não agridam minorias, não firam o direito do outro. Estamos seguindo nesse caminho para encontrar um meio termo, de um amadurecimento para lidar com essas novas situações”, avaliou.

Palestra de abertura

Fake news é um dos grandes problemas da democracia atual, diz palestrante.Fake news é um dos grandes problemas da democracia atual, diz palestrante.Fazendo um resumo histórico sobre o processo democrático brasileiro, com foco no período anterior, durante e depois da ditadura militar, em especial, no AI5, o diretor do curso de jornalismo do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia, em Parintins, professor Lucas Milhomens, apresentou o Brasil como um país que tem tradição em sofrer golpes políticos. Segundo ele, o primeiro deles ocorreu em 1889, quando o marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República. Outro exemplo citado pelo palestrante foi o dado que apresenta o país como cujo regime de governo é o democrático, mas que dos seus 37 presidentes, apenas cinco foram eleitos democraticamente e concluíram seus mandatos: Eurico Gaspar Dutra (1946); Juscelino Kubitschek (1956); Fernando Henrique Cardoso (1995 e 1999), Lula (2003 e 2007); e Dilma (1º mandato, 2011). “Isso mostra o quanto antidemocrático o nosso país é”, afirmou.

Sobre a redemocratização do Brasil, o professor destacou os avanços, principalmente na área da comunicação, obtidos com a promulgação da Constituição de 1988, que completa 30 anos em 2018. “Ela aborda a comunicação como um direito inalienável do povo brasileiro e garante que a liberdade de expressão seja efetivada no país. Obviamente, estamos falando de uma Constituição que é, no papel, uma das mais avançadas, mas não é cumprida. Isso é um fato concreto”, disse Milhomens. “O artigo 222 da Constituição diz que os meios de comunicação não podem se tornar monopólio e oligopólio. Mas nós sabemos que é justamente o contrário que acontece no Brasil. Ou seja, entre a letra da lei e a realidade há um abismo”, exemplificou.

O professor do Icsez abordou ainda a atuação dos meios de comunicação durante os anos da ditadura militar. Segundo ele, a Rede Globo fez o papel de assessoria de comunicação do governo, recebendo investimentos para executar sua tarefa com eficiência em todo o território nacional. Acerca do AI5, Milhomens o denominou de “o golpe dentro do golpe”, cujo objetivo principal era dar poder irrestrito ao presidente e controlar as pessoas. “O AI5 permitia decretar o recesso do Congresso Nacional e suspender os direitos políticos de qualquer cidadão, por exemplo. Como defender o retorno da exceção. Como autorizar o Estado a matar pessoas? E tem pessoas fazendo apologia a isso. Não é possível. Não é compreensível essa atitude”, revelou.

Quanto ao acesso à informação e à qualidade desta, o pesquisador ressaltou o cuidado que a população deve ter com as chamadas fake news (do inglês: notícias falsas) devido ao risco de tomar decisões baseada em informações não verdadeiras, o que para uma sociedade democrática representa um perigo. “Isso é um problema seriíssimo para a democracia brasileira”, avaliou. “A gente precisa ressaltar o papel da mídia, mas de uma mídia crítica, que faça o trabalho jornalístico efetivo, ou seja, checar se a informação é verdadeira”, finalizou.

 

Comunidade Universitária é convidada a construir a Política de Equidade de Gênero da Ufam

Professora Iolete Ribeiro, diretora da Faculdade de Psicologia (Fapsi), é a presidente do Grupo de Trabalho Interdisciplinar (GTI) responsável pela elaboração da Política de Equidade de GêneroProfessora Iolete Ribeiro, diretora da Faculdade de Psicologia (Fapsi), é a presidente do Grupo de Trabalho Interdisciplinar (GTI) responsável pela elaboração da Política de Equidade de GêneroPor Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam

O Grupo de Trabalho Interdisciplinar (GTI), instituído pela Portaria Consuni 09/2018 para elaborar a política permanente de equidade de gênero na Ufam, recebe contribuições da comunidade universitária até o dia 30 de setembro. As sugestões devem ser encaminhadas para o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

Diretrizes

A defesa da dignidade humana contra todas as formas de violência e discriminação exercidas em função de identidades e expressões de gênero e em função de orientações sexuais e a consolidação da equidade de gênero na cultura institucional da Ufam, garantindo sua efetivação em todas as instâncias acadêmicas e administrativas estão entre as diretrizes da Política Permanente de Equidade de Gênero da Ufam.

O Grupo de Trabalho Interdisciplinar (GTI) é presidido pela diretora da Faculdade de Psicologia, professora Iolete Ribeiro da Silva. Ela destaca que o objetivo geral da Política deEquidade de Gênero da Ufam é construir uma universidade livre de toda forma de violência e discriminação exercidas em função de identidade e expressão de gênero. “Com a aprovação da Política pelo Consuni, teremos mecanismos mais ágeis de apuração de denúncias. Também serão instituídas medidas de proteção às pessoas envolvidas em situação de violência e, principalmente, serão construídas ações de Ensino, Pesquisa e Extensão para fomentar a equidade de gênero na Ufam, seja pensando no ambiente de trabalho que docentes e técnicos têm, quanto também na formação que é oferecida para os estudantes, de forma a contemplar os conteúdos necessários para que esse futuro profissional atue de forma a promover a equidade de gênero”, declarou a presidente do Grupo de Trabalho.

Participação no debate

Ela também ressaltou a importância da participação da comunidade universitária na elaboração da Política e anunciou um amplo debate para o mês de outubro. “O Grupo de Trabalho convida toda a comunidade acadêmica da Ufam a participar desse debate, a se apropriar desse material, discutir o assunto e enviar contribuições para que essa Resolução contemple toda a Comunidade Universitária. Nós disponibilizamos um e-mail para receber essas contribuições e, no dia 3 de outubro, iremos realizar um grande debate para mostrar a consolidação de todas as sugestões. Nesse debate queremos contar com a participação dos coletivos feministas, dos coletivos LGBT´s e dos movimentos sociais aqui do Amazonas que possam ajudar na discussão e na construção de uma Política que possa responder, de fato, às demandas de mulheres e pessoas LGBT´s”, anunciou a professora Iolete.

Diego Squinello, Técnico do Laboratório de Microbiologia de Alimentos da FCF, é um dos integrantes do GTIDiego Squinello, Técnico do Laboratório de Microbiologia de Alimentos da FCF, é um dos integrantes do GTIIntegrantes do GTI

Além da diretora do Departamento de Psicologia, professora Iolete Ribeiro da Silva, integram o Grupo de Trabalho Raimundo Nonato Pereira da Silva, Luiz Fernando de Souza Santos, Kennedy Oliveira Costa, Sandro da Cruz Maruxo, Arcenildo de Souza Macedo, Luan Luiz Pereira Batista, Helen Carmen Ferreira Rebouças e Diego Castro Squinello.

Membro do Conselho Universitário e do GTI, o universitário Kennedy Costa afirma que o trabalho da comissão é fruto de inúmeras demandas que a Universidade vem apresentando. “É preciso encaminhar a discussão e acompanhar. Fazer isso como estudante é uma tarefa difícil, em virtude da logística da universidade. Acredito que o trabalho a ser feito mesmo é na base, no diálogo, no sala a sala, na mobilização e é por isso que a comissão convoca os estudantes, centros acadêmicos, sociedade civil e os professores para colaborarem e construir conosco essa agenda”, avalia o integrante do GTI.

Universidade – motor da transformação social

Para Diego Squinello, ao implementar a Política de Equidade de Gênero, a Ufam, além de garantir proteções eficazes para quem sofre qualquer forma de preconceito, discriminação, assédio e abuso no âmbito da Universidade,  cumpre seu papel de motor da transformação social. “É importantíssima a construção da Política de Equidade de Gênero, pois é da Universidade que saem as teorias e reflexões que impactam a sociedade. A política de Equidade de Gênero é um trabalho que deve ser feito a várias mãos, ouvindo, sobretudo, aqueles e aquelas que mais sofrem as agruras da desigualdade e que vêem, diariamente, seus direitos violados, desde a forma como são chamados até abusos psicológicos, morais e sexuais que sofrem. Para além de contribuir e sugerir melhorias, o nosso principal papel é nos apropriar deste material, fazer com que ele faça parte do cotidiano da Universidade e garantir que ele seja posto em prática, pois é, sem dúvida, uma política que salva vidas e que ajuda a tornar mais saudável o ambiente acadêmico”, argumentou o integrante do GTI.

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