Filosofia e estética contemporânea a partir da Teoria Crítica na XXIII Semana de Filosofia

 
 
Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom

No segundo dia consecutivo, o minicurso 'Walter Benjamin: filosofia e estética contemporânea',  ministrado pela professora do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Taísa Palhares, mobilizou alunos e professores na XXIII edição da Semana de Filosofia.

O evento ocorreu nesta quinta-feira, 13, no auditório Rio Solimões, do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), localizado no Setor Norte do Campus Universitário.

De acordo com a professora, no primeiro dia houve uma apresentação geral e foram levantados alguns questionamentos fundamentais quanto ao pensamento do filósofo alemão. No segundo dia, a professora discorreu sobre questões relacionadas à obra da arte. Para ela, Walter Benjamin foi um filósofo importante para se pensar o entendimento da obra de arte no contexto da Era Moderna.

“O conceito sobre obra de arte mudou. Não é mais o mesmo que se entendia no século XVIII. Ele foi fundamental para mostrar quais foram os elementos que seriam considerados uma nova obra de arte”, disse a docente.

A palestrante afirmou que os novos conceitos filosóficos tinham como suporte o Teatro de Bertolt Brecht, a Literatura de vanguarda e o cinema. Ela destaca que o filósofo foi o primeiro a escrever sobre cinema, mas, por outro lado, acredita também que, a partir daí, tratou questões relacionadas à imagem.  

Dentre os conceitos fundamentais de Walter Benjamin está a ideia da imagem, conforme considerou a professora. “Hoje, nós temos uma filosofia da imagem. Muita gente está escrevendo sobre alguma obra de arte e que se tornou imagem. Ele é um dos primeiros filósofos a apontar essa mudança. A ideia da imagem se tornou um tema central para a percepção na Modernidade”, comenta a professora.

Para Palhares, o filósofo alemão foi perspicaz em perceber diversas coisas em relação às mudanças ocorridas, no entanto, acredita que ele nunca poderia prever que essas coisas estariam voltadas para a imagem. De acordo com a docente, atualmente percebemos uma exacerbação daquilo que ele vivenciou. “Hoje vivemos numa sociedade muito mais voltada para a imagem.  Ele percebeu isso, mas chegou a viver numa sociedade que ainda tinha um resquício de uma tradição e nós vivemos numa sociedade muito mais da imagem e de falta de experiências."

Para a professora, Benjamin não poderia imaginar que a tecnologia avançaria como a internet ou a relação que temos com o cinema e as artes. Segundo ela, hoje nós acessamos a internet e temos várias opções que estão distribuídas de forma democrática, pois, assistimos filmes no computador, sem a necessidade de assistir numa sala de cinema.  

A docente reflete quanto às implicações políticas dessas mudanças, considerando que o filósofo tratava de maneira positiva, e que aponta como validas até hoje. “Uma das grandes apostas da filosofia de Walter Benjamin e de vários artistas ligados ao Instituto de Pesquisa Social (Teoria Crítica) é a ideia que existia um poder emancipatório da obra de arte. Benjamin acreditava que era possível que a arte, a partir do seu universo da ficção, do não real, poderia recriar várias formas de perceber a realidade”, comentou a professora.

“Então, aí está o poder político da arte. A possibilidade da arte reconfigurar o real. De mostrar que determinadas coisas que acontecem, evoluções, desenvolvimentos, não são necessariamente assim. Elas podem mudar. A arte tem esse poder de apresentar essa reconfiguração da própria realidade, não é uma imitação da realidade. Ela é uma reconstrução da realidade no outro sentido, e nesse outro sentido que se pode apontar momentos de emancipação", concluiu.          

Sobre a palestrante

Taísa Helena Pascale Palhares é professora de Estética no Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (IFCH/Unicamp). Possui graduação (1997), mestrado (2001) e doutorado em Filosofia (2011) pela Universidade de São Paulo (USP). Realiza estudos nas áreas de estética e artes visuais, com ênfase na pesquisa sobre a fundamentação da obra de arte desde a Modernidade. De 2003 a 2015 foi pesquisadora e curadora d Pinacoteca do Estado de São Paulo, sendo responsável pelo projeto de exposição retrospectiva “Mira Schendel” (2012/2014), em parceria com a Tate Modern. É autora do livro “Aura: a crise da arte em Walter Benjamin” (Fapesp/Ed.Barracuda, 2006). Atualmente desenvolve pesquisa sobre a percepção estética como jogo em Walter Benjamin e sua relação com a Arte Moderna e Contemporânea.       

 

Professor do Icomp defende memorial acadêmico e recebe o grau de professor titular

Professor Altigran da Silva em defesa de Memorial Acadêmico Professor Altigran da Silva em defesa de Memorial Acadêmico
Por Sebastião de Oliveira
Equipe da Ascom

 

O Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (Icomp/Ufam) realizou nesta quinta-feira, 13, no auditório 2, a defesa do memorial acadêmico do professor Altigran Soares da Silva cuja finalidade é detalhar sobre a vida acadêmica, produção científica, dentre outras, no magistério superior, visando o grau de professor titular.

A defesa foi avaliada pela comissão especial de avaliação composta pelos professores Alberto Nogueira de Castro Jr. (Presidente), Claudia Maria Bauzer Medeiros, Ana Carolina Brandão Salgado e José Carlos Maldonado das Universidades Federal do Amazonas (Ufam), de Campinas (Unicamp), Federal de Pernambuco (UFPE) e de São Paulo (USP), respectivamente.

Durante a apresentação, o professor Altigran Silva dividiu suaProfessor Altigran da SilvaProfessor Altigran da Silva trajetória acadêmica em quatro tópicos: ensino, pesquisa, extensão e gestão científica. Ele acredita que a apresentação foi um passo emocionante, considerando o tempo voltado à Instituição que desde 1991 vem desenvolvendo. Mas, segundo ele, os últimos dezesseis anos foram dedicados ao Instituto com muita intensidade.

De acordo com o docente, compartilhar e rever momentos do passado que resultaram em ações positivas é um motivo de emoção, atribuindo a coletividade como um processo no avanço da Ciência no Estado do Amazonas.  

Silva considera que o recebimento da titulação é uma etapa da carreira que pontua, de um lado, segundo ele, o reconhecimento sobre sua trajetória, mas, por outro, concede um status de influência muito maior sobre as coisas que coloca às ideias e opiniões para funcionar.  Para ele, é motivo de orgulho tratar aspectos sobre a trajetória em conjunto, da coletividade, da construção de projeto conjunto para o Instituto de Computação.

O professor destacou sua contribuição como algo extremamente importante. “Antes de qualquer outra coisa, sou professor daProfessor Altigran da Silva ladeado pela diretora do Icomp, professora Tanara Lauschner e a Comissão Avaliadora Professor Altigran da Silva ladeado pela diretora do Icomp, professora Tanara Lauschner e a Comissão Avaliadora  Ufam, depois se atribui a qualquer designação. Eu dou mais importância ao meu papel coletivo na construção dos projetos da Ufam do que as ações individuais”, completa o professor.

A diretora do Icomp, professora Tanara Lauschner, disse que a razão do Icomp ser um Instituto de excelência deve-se muito ao trabalho desenvolvido pelo professor Altigran. “Hoje, nós estamos felizes por estar participando da defesa do Memorial Acadêmico”, disse a diretora.   

A professora destaca-o como um dos melhores professores do Instituto, e, lembra que é o mais citado em trabalhos de pesquisa, tanto em nível nacional quanto internacional. “Para nós, é apenas um reconhecimento de todo o trabalho e de toda a dedicação que o professor Altigran sempre teve, não apenas em ações individuais, mas coletiva”, finalizou a diretora.   

 

 

Projeto de extensão da Ufam é selecionado em edital nacional de divulgação científica

Projeto aproxima Astronomia para estudantes da educação básica.Projeto aproxima Astronomia para estudantes da educação básica.

 
Por Sandra Siqueira 
Equipe Ascom Ufam

Apresentar os segredos do universo para crianças e adolescentes é objetivo do projeto de extensão da Ufam, Cosmos. A iniciativa foi selecionada, entre mais de 800 em todo o país, para concorrer a financiamento em edital nacional de incentivo a divulgação da ciência.

O projeto Cosmos é um dos 50 selecionados pelo edital Serrapilheira, que prevê financiamento de até 100 mil reais para a proposta vencedora. Realizado na Ufam, o Cosmos reúne 20 integrantes entre estudantes e docentes que trabalham organizando atividades nas quais possam introduzir a Astronomia na vida de estudantes da educação básica de Manaus, do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, tanto de escolas públicas quanto particulares. Para a idealizadora do projeto, a estudante Carlla Martins, a seleção do edital nacional representa o reconhecimento ao compromisso da equipe em aproximar a ciência dos astros do público infanto-juvenil.

“A gente vê o quanto as crianças que participam do preparatório melhoram o desempenho escolar e principalmente como o interesse pela ciência desperta. No começo, não fazem ideia do que é, depois gostam tanto que fazem pesquisas sozinhos e chegam cheios de informações sobre o assunto. Isso é muito legal”, revela Carlla. “Foi muito significativo saber que fomos selecionados entre as 50 melhores propostas submetidas ao edital. É um reconhecimento e incentivo ao nosso trabalho”, expôs.

Após o resultado da primeira etapa, os selecionados tiveram a oportunidade de aprender mais sobre iniciativas que podem fazer a diferença quanto à popularização da ciência. Os participantes foram para o Rio de Janeiro apresentar as ações que desenvolvem e também receber treinamento e orientações sobre como aperfeiçoá-las.

A segunda etapa da seleção está prevista para o mês de outubro, com resultado final para dezembro de 2018.

Sobre o Cosmos

A iniciativa de levar o conhecimento da Astronomia para crianças e adolescentes teve início em 2015, de maneira voluntária e informal. Com o tempo, a ideia foi se fortalecendo e com a estruturação e organização como projeto de extensão, a proposta foi aprovada, obtendo o apoio da Universidade.

 A equipe do Cosmos ministra aulas preparatórias para a Olimpíada de Astronomia a estudantes interessados em participar da competição científica. São em média 60 crianças por turno (matutino e vespertino), as quais descobrem que a Astronomia tem relação com várias outras ciências. “A Astronomia é a porta de entrada para o mundo da ciência e eles são naturalmente interessados em aprender sobre ela e, assim, aprendem também sobre matemática, física, história, geografia, por exemplo,” explica Carlla.

As atividades são também itinerantes, com palestras, oficinas e eventos realizados em escolas, abrigos para crianças e instituições semelhantes. Independente da premiação do edital Serrapilheira, a equipe do projeto Cosmos pretende buscar o crescimento das ações e atender mais criança e jovens, estimulando-os a amar a ciência a partir do conhecimento dos astros.

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