Warwick Estevam Kerr: Ufam emite nota de pesar sobre falecimento do renomado pesquisador brasileiro

 

O pesquisaor e professor, reconhecido internacionalmente, Warwick Estevam Kerr, durante passagem pela Amazônia, onde pesquisou as abelhas (Foto: Luiz Antônio de Oliveira)O pesquisaor e professor, reconhecido internacionalmente, Warwick Estevam Kerr, durante passagem pela Amazônia, onde pesquisou as abelhas (Foto: Luiz Antônio de Oliveira)

É com pesar que a Universidade Federal do Amazonas informa o falecimento de um dos nomes brasileiros que mais contribuíram com a ciência, o do professor aposentado da Universidade Federal de Uberlândia, Warwick Estevam Kerr. Ele era professor do Instituto de Genética e Bioquímica. Entomologista, engenheiro agrônomo e geneticista e durante sua jornada científica também esteve na Amazônia, mais precisamento no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, na década de 1970. O cientista foi um dos percussores nos estudos de genética no País e fundamental para a formação de centenas de mestres e doutores em pesquisas científicas, sendo considerado o maior especialista em genética de abelhas do mundo.
 
Em abril de 2017, o professor recebeu o título de “Professor Honoris Causa” da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O título é oferecido a personalidades que se distinguem pelo saber ou pela atuação em prol da Filosofia, das Ciências, da Técnica, das Artes e das Letras, ou ainda, pelo melhor entendimento entre os povos e/ou em defesa dos direitos humanos.
 
Na UFU (1988-1999 e 2003-2010), Kerr implantou o curso de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica em nível de mestrado (1994) e de doutorado (1999) e prosseguiu com suas pesquisas com abelhas, hortaliças e frutas.
 
Além da UFU e da UFMA, o cientista atuou em diversas outras instituições ao longo de mais de 60 anos de carreira: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
 
Uma mostra das condecorações e da produção científica do professor está disponível na Coleção Especial Dr. Warwick Estevam Kerr, na biblioteca do Campus Umuarama. Entre seus principais trabalhos está a introdução no Brasil da abelha africana, em 1956. Ele também desenvolveu um novo tipo de espécie de abelha, denominada "africanizada", que é mais dócil e grande produtora de mel. Outro destaque de suas pesquisas é a descoberta de um tipo de alface com 20 vezes mais vitamina A do que o comum. Além disso, Kerr foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, de 1969 até 1973. Em 1990, tornou-se o primeiro brasileiro a pertencer à Academia de Ciências dos Estados Unidos.

Primeira mulher presidente da Sociedade Brasileira de Computação debate participação feminina nas Ciências Exatas

Docente da Unicamp, Cláudia Bauzer afirma que a diversidade agrega valor econômico às corporações

Por Carlos William
Equipe Ascom

Professora Cláudia Bauzer MedeirosProfessora Cláudia Bauzer Medeiros

Focado em incentivar as participações de todos os gêneros nos âmbitos acadêmico e profissional das Ciências Exatas, cujo mercado de trabalho é predominantemente masculino, o projeto de extensão ‘Cunhantã Digital’ realizou na tarde desta quarta-feira, 12, uma roda de conversas entre os estudantes do Instituto de Computação (Icomp) e a única mulher a ter presidido a Sociedade Brasileira de Computação, a pesquisadora e docente da Universidade de Campinas (Unicamp), professora Cláudia Bauzer Medeiros. A interação ocorreu no auditório 1 do Icomp, localizado no setor Norte do Campus Universitário.

Congratulada de forma unânime pelos membros da comunidade acadêmica presentes, por possuir uma abrangente carreira como pesquisadora, apresentada como modelo aos que desejam ingressar na área, a professora Bauzer iniciou seu discurso de maneira bastante descontraída, se colocando não apenas como referência nos campos de estudos computacionais, mas como ser humano dotado de subjetividades e de uma história que requis superação a partir da adolescência.

“Aos 14 anos, eu era uma menina extremamente tímida, obstáculo que aprendi a superar após concluir um curso profissionalizante de Turismo, o que foi fundamental para aprender a me comunicar e, futuramente, descobrir minha vocação”, incentivou os graduandos. Ao ressaltar que a habilidade comunicativa é imprescindível em qualquer profissão e nas relações interpessoais, a pesquisadora informou, com orgulho, ter sido convidada a compor o quadro docente da Unicamp em 1985, cargo que continua a exercer. O período em que presidiu a Sociedade Brasileira de Computação foi de 2003 a 2007.

A diretora do Icomp, professora Tanara Lauschner, declarou estar honrada com uma presença “tão relevante”, conforme classificou, para discutir a representatividade feminina nas Ciências Exatas, temática que precisou ser discutida desde sempre, dadas as imposições culturais que favoreceram o patriarcado historicamente, porém é debatida com maior frequência na atualidade. “Nossa intenção é defender a participação igualitária, tanto de homens quanto de mulheres nesta área tão interessante. Não se trata de desejar superioridade de um [gênero] em relação ao outro”, frisou a gestora.

Dados abertos

Além de relatar experiências pessoais que evidenciam a presença do machismo em diversas instâncias e em variadas gerações, a professora Cláudia Bauzer dialogou sobre os posicionamentos dos alunos, revelando que a maioria se mostra a favor da igualdade de direitos, e palestrou acerca de sua principal vertente de atuação: o armazenamento e processamento de dados de pesquisas, que, segundo pontuou, precisam ser disponíveis ao acesso de todos, sem distinções. Estes dados são informações coletadas ao longo de todos os processos, que podem ser arquivos em áudio, vídeos em formatos obsoletos ou modernos e até blocos de anotações, ou seja, materiais brutos que indicam ao leitor de um artigo, por exemplo, os caminhos percorridos por cientistas para chegar a determinadas conclusões. Ocorre, entretanto, que muitos de seus detentores, como representantes estatais, se recusam a disponibilizá-los ou afirmam que se perderam em caixas antigas e plataformas inacessíveis.

Visando à solução deste problema, Bauzer coordena um projeto do qual sete universidades participam, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O grupo defende a interligação de instituições de ensino em uma rede de repositórios de dados de pesquisas, para que se tornem abertos. “O avanço da Ciência depende de colaboração, que consiste em pegar resultados dos outros para prosseguir a partir de lá ou para reutilizá-los. Os financiadores do governo pagam muitos grupos distintos para buscar os mesmos dados, que já existiam. Se todos soubessem onde estão e como consegui-los, haveria uma considerável diminuição de custos e a Economia do País seria favorecida”, justificou.

Ada Lovelace, criadora do primeiro algoritmo para uma máquinaAda Lovelace, criadora do primeiro algoritmo para uma máquina

Mulheres na Computação

As memórias de mulheres que construíram o pioneirismo em relação ao desenvolvimento dos primeiros computadores e dos demais avanços tecnológicos que a novidade implicava estiveram homenageadas, com suas fotografias estampadas em banners dispostos no auditório. Ada Lovelace, filha do poeta inglês Lorde Byron, elaborou o primeiro algoritmo da História, enquanto Mary Keneth foi responsável por parte da criação da linguagem de programação Basic. Contudo, a partir do início da década de 1990, o protagonismo feminino passou a decair rapidamente no universo dos computadores, sendo minoria atualmente.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação (Inep/Mec), o percentual de mulheres matriculadas em cursos de Tecnologia ou Computação do Brasil corresponde a apenas 15,53%.

Para a professora Cláudia Bauzer, é crucial compreender que a discussão relacionada à presença de mulheres na Computação nada tem a ver com a ideia de ‘caridade social’. Trata-se, antes de tudo, de uma estratégia evolutiva para as próprias organizações, pois muitas de suas avaliações qualitativas identificaram o excesso de perspectivas unilaterais e, consequentemente, a limitação no alcance de públicos diversificados, o que se deve ao fato de que parte majoritária dos colaboradores é composta por homens. “Do ponto de vista empresarial, é valor econômico agregado”, resumiu a cientista.

Secons anuncia as datas das próximas reuniões dos conselhos superiores

A Secretaria dos Conselhos da Ufam divulga as datas das próximas reuniões dos Conselhos Superiores da instituição. As reuniões irão ocorrer em outubro, no Plenário Abraham Moysés Cohen – Bloco da Administração da Faculdade de Direito, setor Norte do Campus, nos horários de 8h30 as 12h e 14h as 18h. Confira as datas:

16 e 17 de outubro: reunião ordinária do Conselho de Administração (Consad)

18 e 19 de outubro: reunião ordinária do Conselho Universitário

22 de outubro: reunião ordinária do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe)

Informações: (92) 3305-1181 / Ramal 1798

Site: http://conselhos.ufam.edu.br/

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