Estudantes de Jornalismo da Ufam vão a São Paulo apresentar curta-metragem, a partir de parceria com Harvard
Por Clara Toledo
O projeto Human Connection reúne diversas universidades públicas brasileiras; o encontro acontece na Universidade de São Paulo (USP)
Estudantes do curso de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas participam do III Seminário Nacional sobre Estratégias Metodológicas de Comunicação em pesquisa, que acontece nesta semana, na cidade de São Paulo. O grupo levará produto audiovisual para exposição e debate durante o evento.
O seminário faz parte da programação final do Human Connection Project e será o momento em que as universidades apresentarão seus produtos. O Seminário ocorre nesta terça-feira (21). Além da Ufam, outras 12 universidades participam do projeto.
O Human Connection Project é um projeto interdisciplinar que reúne pesquisadores de diversas universidades brasileiras. Foi criado a partir de uma pesquisa da professora Cecília Noriko, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o professor Shigehisa Kuriyama, da Universidade de Harvard.
Segundo a professora Ítala Clay, orientadora do projeto na Ufam, o objetivo é trabalhar a pesquisa científica de forma criativa a partir do audiovisual, tornando interessante e capaz de atrair a atenção do público do século XXI.
O projeto, já em sua terceira edição, traz neste ano o tema 'Multitelas e Multiplataformas' e o desafio dos alunos foi introduzir em seu produto audiovisual, consoante com este tema, outras quatro imagens e um som.
Além do produto final, todo o trabalho realizado e progresso feito pelos alunos constam no site https://humanconnectionufam.
O Human Connection Project Ufam é formado pelos estudantes de jornalismo do 5° período: Clara Toledo, Déborah Arruda, Jessica Salomão, João Felipe Ferreira, Nicoly Nogueira, Rayanna Simões e Thayná Albuquerque, orientados pela professora Ítala Clay de Oliveira Freitas.
A programação do evento conta com palestras dos professores convidados: Shigehisa Kuriyama, de Harvard e Christine Greiner, da Pontífica Universidade Católica de São Paulo.
Professora Izeni Farias apresenta vida dedicada à docência universitária em Defesa de Memorial
Com 29 anos de trabalho, a professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Izeni Pires Farias é a mais nova professora titular da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A defesa do Memorial Acadêmico, requisito para a promoção funcional à classe de professor titular, foi realizada na sexta-feira, 17, no auditório professor Altair Fernandes dos Santos.
Com a presença de familiares, amigos e colegas de profissão, a professora Izeni Farias apresentou os quase 30 anos de vida dedicados à Universidade por meio de ações de ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica. Com muitas contribuições ao longo dessas três décadas, a professora foi peça fundamental, por exemplo, na participação em projetos de financiamentos que ajudaram na aquisição de equipamentos importantes para manter a equipe do ICB à altura de outras universidades. “Eu fiz muitos projetos de pesquisa em rede, em colaboração com o colegas do Inpa e de outras instituições do Norte”, contou.
A docente também foi peça-chave para a formação de profissionais capacitados na área de genética animal, sua área de atuação. Outra contribuição valiosa da professora Izeni foi a criação da coleção de tecidos de genética animal, pioneira na época. Além disso, trabalhou para a criação dos cursos de pós-graduação da sua unidade. Mas o que mais satisfaz a professora é colaborar na formação de novos profissionais. “Para mim, uma das grandes contribuições, realmente, foi a formação de recursos humanos qualificados e de excelência que eu tenho espalhados por aí pelo Brasil”, disse. “O ensino não é só as disciplinas que são dadas em sala de aula, o ensino vai para a bancada, vai pro dia a dia com os estudantes, tanto da graduação quanto da pós-graduação. Então, eu tive muitos alunos de Pibic [Programa de Iniciação Científica], de estágio supervisionado, de monografias, que passaram no meu laboratório, sob a minha orientação, e que eu ajudei a formar. Hoje alguns deles estão na UFES [Universidade Federal do Espírito Santo], outros na Ufam, e também como pesquisadores do Inpa”, detalhou.
Com ingresso na docência universitária em 27 de dezembro de 1989, aos 25 anos, a professora revela que a busca por mais aprendizado foi o que a levou a voltar para a Ufam, Instituição onde cursou a licenciatura em Ciências Biológicas, desta vez como professora universitária. “Aqui você aprende que você nunca faz nada sozinho. Você trabalha em grupo, trabalha colaborando, e você tem que ser um pouco diplomático, porque as pessoas são muito diferentes, então, precisa saber lidar com a individualidade de cada um, do aluno até o pesquisador. É algo que tem que ter jogo de cintura e eu acho que essa diplomacia eu aprendi”, expôs. “Eu tenho um carinho e respeito muito grande pela Instituição e pelos colegas que participaram dessa minha jornada”, explicou.
Após a exposição sobre sua trajetória na Ufam, a Comissão Especial de Avaliação, formada por José Odair Pereira (presidente/Ufam); Pedro Manoel Galetti Junior, professor da Universidade Federal de São Carlos; professora Eliana Feldberg, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa); e professora Albertina Pimentel Lima, também do Inpa, teceram seus comentários acerca do Memorial da professora Izeni Farias.
De acordo com o professor Pedro Manoel Galetti Junior, o material retratou de maneira excelente uma carreira de sucesso como a da professora Izeni. O professor observou as coincidências envolvendo as escolhas da professora e as suas próprias, que também é um biólogo dedicado à genética animal. “Eu acho que todo mundo que vai pelo caminho da genética passa por esses trilhos”, disse o membro sobre a dúvida comum entre os biólogos geneticistas que ficam divididos entre estudar os peixes ou as demais espécies animais. “Você é uma pesquisadora e você se dedica à formação de novos pesquisadores”, comentou o avaliador.
Pedro Manoel Galetti elogiou a trajetória da professora Izeni dentro da Ufam, principalmente, no que se refere aos trabalhos em parceria com outras instituições. Galetti pediu que a professora expusesse um pouco da sua visão sobre a universidade pública e a contribuição desta para o país. “A universidade pública é o lugar de formação do professor pesquisador, do pensamento científico, do professor que forma desde os pequenininhos. Não consigo falar sem me revoltar com tudo isso. Mas não é a primeira vez que passamos por isso. As universidades públicas são fortes e vão superar este momento. O ensino vai continuar. Vamos continuar a fazer o que fazemos que é aprender, ensinar e ajudar”, declarou, ao mencionar a situação atual das universidades e institutos federais.
Em seguida, a professora Eliana Feldberg também comentou o trabalho da candidata à maior titulação dentro da carreira docente brasileira. Segundo Feldeberg, que participou ativamente em alguns dos projetos da professora Izeni, a docente do ICB proporcionou reviver importantes momentos na vida de ambas. “Obrigada pela oportunidade de memorizar junto contigo a tua história. Foi muito importante para mim também porque estive do seu ladinho”, contou. Feldberb destacou a importância da iniciação científica para a formação de pesquisadores. A avaliadora do Inpa observou que a professora Izeni ingressou na pesquisa por meio de um projeto de iniciação científica, o que, segundo ela, foi fundamental para introduzi-la àquela que seria sua característica principal como profissional. Eliana considerou ainda o papel influenciador da professora Izeni na formação de novos pesquisadores dada à vasta atuação como orientadora de projetos de iniciação científica. “O que eu vejo na Izeni é que essas asas que ela tem ela passa para os alunos dela”, ressaltou Feldberg o incentivo que a professora Izeni recebeu de uma de suas professoras para buscar crescer profissionalmente e que ao longo dos anos, como docente, transmitiu a seus estudantes.
Outro ponto destacado pela professora Eliana Feldberg foi o grande número de publicações da professora Izeni Farias. “Eu acho que aprendi uma coisa contigo: no momento que você faz parcerias, você cresce nas publicações”, concluiu a pesquisadora do Inpa ao falar sobre as pesquisas em rede feitas pela professora avaliada.
Já a professora Albertina Pimentel Lima salientou a cooperação presente nos projetos da professora Izeni com instituições menores dentro da Amazônia. De acordo com a avaliadora, tal iniciativa ajudou a fortalecer a pesquisa nessas instituições e no Amazonas. “Eu gostei muito de ter visto isso no seu trabalho”, falou. “Todo pesquisador deveria aprender a colaborar, que sozinho você não vai a nenhum lugar”, disse.
Por fim, o presidente da Comissão Especial de Avaliação, professor José Odair Pereira agradeceu aos membros por sua participação e comentários, elogiou o trabalho da professora Izeni e apresentou o parecer da Comissão: “A excelência que você atingiu só nos leva a uma conclusão: você está aprovada”, anunciou.
“Eu me sinto muito honrada de ter sido uma cria, uma estudante da Ufam e agora estar atingindo esse nível de titulação maior dentro dessa Casa que me formou. Pra mim, é uma satisfação poder estar retornando para a Universidade tudo que eu aprendi ao longo dessa carreira”, declarou a professora Izeni. “Eu vou continuar fazendo o que eu sempre fiz: formar recursos humanos. Eu tenho isso muito forte em mim, então, vou continuar a fazer pesquisa, ensinar, fazer o que sempre fiz. O que eu faço, eu gosto tanto de fazer que é prazeroso. Parar nem pensar. Tem muita coisa a ser feita ainda. Só tenho uma palavra para a Ufam: Agradecimento. Por ter sido a minha casa, onde eu fiz toda essa balbúrdia no ensino, na pesquisa e na extensão”, declarou a docente aprovada à classe de professora titular da Ufam.
Professor Luís Antonio Paulino profere palestra sobre Instituto Confúcio na Unesp
A palestra “Dez anos construindo pontes entre o Brasil e a China” fez parte da programação de inauguração da sede do Instituto Confúcio na Unesp/Ufam na manhã da última sexta-feira, 17. Proferida pelo diretor do Instituto, professor Luís Antonio Paulino, o evento ocorreu pela parte da tarde, no auditório Rio Jatapu da Faculdade de Educação (Faced), localizada no Setor Norte do Campus Universitário.
Relatar sobre a trajetória da Instituição e o fortalecimento entre Brasil e China foi o objetivo da palestra, que contou com a presença da titular da Assessoria Relações Internacionais e Interinstitucionais (ARII), professora Leda Brasil, do pró-reitor de Inovação Tecnológica, professor Waltair Machado, do diretor da Faculdade de Letras (Flet), professor Wagner Barros, e do coordenador do Curso de Língua Inglesa, professor Sérgio Armstrong Silva, além dos professores de Mandarim Lyu Jieqiong (Estela) e Bai Zhipeng (Bernado).
A palestra
No início de sua fala, professor Luis Antonio agradeceu aos professores Leda Brasil e Wagner Barros pelo convite e, dando prosseguimento, disse que o Instituto Confúcio é uma organização ligada ao Governo Popular da China, mas especificamente ao Ministério da Educação daquele país. Comparável a outras instituições de ensino de língua estrangeira como a Aliança Francesa (AF), o Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (ICBEU) e outros, o Instituto está vínculo a duas Universidades, a Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”(Unesp)" e a Hubei, na China.
Ele disse que a parceria estabelecida com a Ufam é um passo para que ela possa criar seu próprio Instituto. No entanto, o convênio firmado compartilha recursos como, por exemplo, material didático e professores nativos para que se possa iniciar estudo da língua chinesa. Nesse sentido, o docente definiu a missão do Instituto, que é o ensino da língua chinesa, a divulgação da cultura e da história da China e o fortalecimento do intercâmbio cultural e acadêmico entre os dois países.
As razões são várias para manter o intercâmbio cultural com aquele país asiático. Paulino destacou os fatores principais, como o potencial econômico e científica da China; colocando o Brasil sendo principal parceiro comercial e, consequentemente, a China como maior investidor externo nas mais diversas áreas.
O diretor do Instituto acredita que, à medida que a China se transforma na grande potência econômica mundial, seus interesses passam a ser projetados em outros países, pois, apesar de ser um país rico, fica dependente de importações, exigindo que países exportadores aprofundem suas relações. “Então, o Instituto se encaixa nesse sscopo”, disse Paulino. O palestrante acredita que, por meio dessa entidade de ensino do mandarim, seja possível facilitar a interlocução entre as pessoas. “As comunicações e as relações institucionais perpassam pelo contato entre pessoas”, falou o docente, afirmando que “a gente sabe que um dos aspectos essenciais da relação interpessoal é a língua”.
O Instituto Confúcio mantém parcerias com 10 universidades brasileiras, recentemente estabeleceu convênio com a Universidade Federal do Maranhão (UFM) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do mesmo estado, além da Ufam, totalizando 12 unidades nos estados da federação. “O instituto Confúcio é um espaço de interlocução, de confiança e de relacionamentos para que as pessoas possam se comunicar, trocar ideias e debater, possibilitando a criação de um caminho de mão dupla, viabilizando a comunicação conosco”, completou o Paulino.
“A gente fica feliz por estar contribuindo com a Ufam; ou seja, por criar canais de comunicação, sobretudo, em nível interpessoal, e a língua é essencial nesse processo”, finalizou o palestrante.
Certificação
Após a apresentação e os questionamentos dos presentes, a assessoria da ARII, professora Leda Brasil, e o diretor da Flet, professor Wagner Barros, entregaram o certificado de participação do professor palestrante. Na ocasião, a assessora agradeceu pela excelente palestra e ter ficado surpresa por saber dos locais em que o Instituto tem sede, parabenizando o diretor pela riqueza administrativa que vem desenvolvendo à frente da Instituição.
Em seguida, o diretor da Flet completou: “não se passa por uma janela, mas é uma porta que está sendo escancarada para que nós possamos ter acesso à cultura e à língua chinesas e ter possibilidades melhores com a China”.
Sobre o palestrante
Luís Antonio Paulino é professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) da Faculdade de Filosofia e Ciências, Campus Marília/Unesp, no curso de graduação Internacional e Pós-Graduação em Ciências Sociais. Possui graduação em Engenharia pela Faculdade de Engenharia Industrial (1997), mestrado em Economia e Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 1992 e doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É diretor do Instituto Confúcio na Unesp, membro do Conselho da Matriz do Instituto, em Pequim e supervisor convidado da Universidade de Hubei. Foi assessor especial do Ministério da Fazenda, em 2003, secretário adjunto da Secretaria de Coordenação Política Institucionais da Presidência da República (SCPIPR), em 2004/2005, e chefe da assessoria do Ministério do Esporte (ME), em 2012/2014.