Educação Inclusiva - PPGSCA forma primeiro mestre surdo

 

O novo mestre criou cerca de 50 sinais em LIBRAS para explicar a Teoria da Complexidade de Edgar Morin

 
Professor Hamilton Pereira Rodrigues durante a aprovação de sua dissertaçãoProfessor Hamilton Pereira Rodrigues durante a aprovação de sua dissertação
 
Por Márcia Grana
Equipe Ascom

 

Com uma trajetória marcada por pioneirismos, o coordenador do curso de Letras Libras, professor Hamilton Pereira Rodrigues é, além do primeiro docente surdo concursado da Universidade Federal do Amazonas em Manaus, o primeiro aluno surdo a conquistar o título de mestre junto ao Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura da Amazônia (PPGSCA), com dissertação defendida na noite da quarta-feira, 27.

Com o trabalho 'A Interpretação da Amazônia na Língua Brasileira de Sinais – Libras: um estudo de caso no PPGSCA', orientado pela professora Rosemara Staub, Hamilton criou cerca de 50 sinais em Libras para explicar a Teoria da Complexidade de Edgar Morin. 

"No início, tive muita dificuldade de acesso ao conteúdo das disciplinas ministradas no Programa. As aulas, as provas e a estrutura eram voltadas para alunos ouvintes. Além disso, os intérpretes de Libras não conseguiam alcançar com precisão as mensagens dos conteúdos mais complexos do curso e isso me deixava desanimado, angustiado. Quando ingressei no PPGSCA, minha proposta era fazer um trabalho voltado para a Antropologia e eu trabalharia com comunidades indígenas em São Gabriel da Cachoeira. Mas, diante de tantos desafios, minha orientadora, a professora Rosemara Staub sugeriu que fizéssemos alterações para que eu pudesse contribuir cientificamente em um campo onde ainda há muito a ser feito. Então, meu trabalho foi colocar o conteúdo da Teoria da Complexidade, de Edgar Morin, em Língua de Sinais e me sinto muito orgulhoso dessa missão cumprida", afirmou o pesquisador.

Desafios vindouros

Ele declarou, ainda, que o próximo passo é tentar o doutorado, em breve. "Apesar de ainda estar muito emocionado por ser o primeiro surdo a conquistar o mestrado pela Ufam e isso ser um marco tanto para a Universidade como para a ciência na Amazônia, sei que isso vai abrir espaço para que outros surdos se sintam estimulados a realizarem seus sonhos de ingressar na Universidade e conquistar um mestrado ou um doutorado, embora os avanços em termos de inclusão sejam conquistados lentamente. Ainda há muito a ser feito para tornar o conteúdo científico acessível para os surdos e pretendo intensificar isso em meu doutorado."

 

Fazenda Experimental da Ufam recebe mais de 3.000 doações de livros

Acervo faz parte do projeto de extensão 'Biblioteca da Fazenda Experimental' e irá beneficiar mais de 5.000 comunitários

Por Ismael dos Santos
Equipe Ascom

A Fazenda Experimental da Ufam, órgão suplementar referência em pesquisas nas áreas de agrárias, biológicas e tecnológicas no Amazonas, localizada no quilômetro 922 da BR-174, Manaus-Boa Vista, recebeu na manhã desta quarta-feira, 28, mais de 3.000 livros oriundos da campanha de doação para o projeto extensão 'Biblioteca da Fazenda Experimental', da Pró-reitoria de Extensão (Proext), realizado nos meses de agosto e setembro de 2017.

O acervo conta com livros acadêmicos, instrutivos, literários, infantis, recreativos, didáticos e paradidáticos, e irá beneficiar alunos da Ufam, que utilizam a fazenda para pesquisas, e, principalmente, as comunidades que residem no entorno do órgão suplementar. A biblioteca comunitária é de cunho social e levará conhecimento e cultura para esses públicos.

“Os livros foram doados pela comunidade acadêmica e sociedade, inclusive instituições, e estão em boas condições de uso. A entrega desses exemplares para a fazenda é um retorno que estamos dando para todos que participaram da campanha do ano passado. Alunos da Ufam e mais de 5.000 comunitários serão beneficiados com essa biblioteca. Essa é a finalidade da pró-reitoria, por meio do Departamento de Políticas Afirmativas: fazer um elo entre a universidade e a sociedade”, afirmou Lisandro Mamud, pesquisador na pró-reitoria e um dos coordenadores do projeto.

O coordenador administrativo da Fazenda Experimental, TAE Arivano Silva, agradeceu à Proext pela iniciativa. “A Fazenda Experimental só tem a agradecer à Proext e também a todas as pessoas e instituições que doaram esses livros. É um projeto que beneficia alunos que aqui fazem ensino, pesquisa e extensão, mas principalmente as comunidades do entorno da fazenda. Isso tudo é inédito. Em nome da professora Albejamere de Castro, diretora da Fazenda Experimental, agradecemos a todos que contribuem para esse projeto”.

Próximas etapas

Com a entrega dos livros para fazenda, as próximas etapas são a catalogação e segmentação do acervo por um bibliotecário. Estantes, mesas e cadeiras já estão em fase de aquisição. O objetivo é inaugurar a biblioteca comunitária em 2018.

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Professoras da Ufam publicam sobre frutas amazônicas em obra internacional

 

Açaí, bacuri, cubiu, cupuaçu, piquiá e tucumã são as frutas que tiveram suas propriedades químicas e nutricionais investigadas pelos pesquisadores da Universidade.

As frutas amazônicas sempre tiveram grande aceitação no mercado exterior, sendo crescente o interesse de multinacionais e de pesquisadores do mundo todo em conhecer os benefícios desses alimentos tropicais. Desta vez, as docentes do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (ISB/Coari), Klenicy Kazumy Yamaguchi e Waldireny Caldas Rocha, e o professor Carlos Vitor Lamarão, da Faculdade de Ciências Agrárias da Ufam, ajudaram a escrever seis capítulos sobre o tema no livro “Tropical Fruits”.

A obra, cujo subtítulo original é 'From Cultivation to Consumption and Health Benefits, Fruits from the Amazon' (‘Do cultivo ao consumo e benefícios à saúde, frutos da Amazônia’, em tradução literal), foi lançada em janeiro de 2018, pela Nova Science Publishers. Localizada na cidade de Nova Iorque (EUA), a editora acadêmica fundada em 1985 publica livros, enciclopédias, manuais, e-books e periódicos de autores do mundo todo. O livro já está sendo comercializado na página da editora pelo valor de U$ 210,00.

Frutas tropicais

Os capítulos 4, 7, 9, 10, 14 e 16 tiveram a colaboração das professoras do ISB, Klenicy Yamaguchi e Waldireny Rocha, e do professor da FCA, Vítor Lamarão, além de outros autores:

  • Capítulo 4: Biotechnological Potential of Açaí (Euterpe Oleracea and Euterpe Precatoria): An Important Amazonian Fruit (pp. 73-94);
  • Capítulo 7:The Local Use of Bacuri (Platonia insignis, Clusiaceae) in the Amazon Region and Its Industrial Application (pp. 133-152);
  • Capítulo 9: Nutritional and Phytochemical Composition of Cubiu (Solanum Sessiflorum) (pp. 187-198);
  • Capítulo 10: Food and Cosmetic Applications of Cupuassu (Theobroma grandiflorum) (pp. 199-212);
  • Capítulo 14: The Biotechnological Potential and Medicinal Application of Piquiá (Caryocar Villosum (Aubl.) Pers) (pp. 305-318);
  • Capítulo 16: Nutritional Profile of Tucumã (Astrocaryum aculeatum): Applications for Human Use and Consumption (pp. 333-348).

Professoras do ISB/Ufam, Klenicy Yamaguchi e Walldireny Caldas RochaProfessoras do ISB/Ufam, Klenicy Yamaguchi e Walldireny Caldas RochaNo ISB

A professora Klenicy Yamaguchi é docente no ISB desde 2017. Ela possui bacharelado em Química e em Farmácia, além de ser mestre e doutora em Química pela Ufam. Como pesquisadora, atua na área de Produtos Naturais da Amazônia, com ênfase em Frutas Amazônicas e em seus resíduos aplicados à Biotecnologia e em pesquisas relacionadas ao ensino de Química e à valorização do saber tradicional.

A professora Waldireny Caldas Rocha é docente da Ufam desde 2014. Também possui bacharelado em Química pela Universidade, tendo concluído o doutorado em Química pela Universidade Federal de São Carlos no ano de 2004. Atua na área de Química, com ênfase em Produtos Naturais, nas linhas de Purificação de Biomoléculas, Micologia e Ensino de Química.

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