II SEHMA - Líder Tukano Manoel Moura propõe união de conhecimentos para proteger a Amazônia da cobiça internacional

O líder indígena Tukano Manoel Moura proferiu na manhã desta quinta-feira (14) a palestra “Terras indígenas e fronteiras na República contemporânea”. Durante uma hora e meia, ele apontou a necessidade de autoridades civis e militares, pesquisadores e indígenas unirem conhecimentos para proteger a Amazônia do narcotráfico, de guerrilhas e da biopirataria. “Temos minérios, petróleo, madeira e muita água sob nossa responsabilidade, principalmente do índio, que precisa ser habilitado para auxiliar nessa defesa. Muitas vezes nossas autoridades acusam os índios de venderem a Amazônia ou enxergam os indígenas como incapazes. Posso assegurar que o índio não é incapaz. Se eu pedir a um de vocês deste auditório para subir em um açaizeiro e pegar os frutos lá no alto, não vai conseguir por não ter treinamento, mas isso não significa incapacidade. Da mesma forma, somos nós indígenas. É a primeira vez que sou convidado a fazer uma palestra em um evento como este e o que proponho é simples: o Comando Militar sozinho não consegue proteger a Amazônia; a Universidade sozinha não consegue; o índio sozinho também não consegue. Mas juntando todas as habilidades, conseguimos”, argumentou o palestrante.

Ele observou ainda que os antepassados indígenas retiravam ouro e demais minérios sem derrubar árvores ou precisar de tratores. “Nossos antepassados concluíram que a sabedoria de extrair ouro é boa, mas também gera muita desgraça e decidiram não nos passar esses conhecimentos que atraem tanto a cobiça do homem. O que testemunho hoje é destruição, dia e noite, para tirarem ouro da natureza e levarem em balsas para o exterior. Recentemente, foram roubadas 800 toneladas de ouro na nossa frente e nada foi feito para impedir”, indignou-se Manoel Moura.

Cerca de 400 pessoas assistiram à palestra que ocorreu no auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais, durante o II Seminário de História Militar da Amazônia brasileira.

Transtorno Social causado pelo Modelo Econômico Brasileiro é a tônica no II Seminário de História Militar na Amazônia Brasileira

O termo empregado pelo representante do Núcleo de Estudos Estratégicos Pan-Amazônico (NEPA) e líder tradicional dos povos Tukanos, Manuel Fernandes Moura, durante a realização do Painel 2 “Política Indígena e Política Indigenista na Amazônia Brasileira no  II Seminário de História Militar na Amazônia Brasileira  que ocorre pela primeira vez na Ufam. O evento finaliza suas atividades nesta quinta-feira, 14, no auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais.

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Química Forense e minicurso "Análises de cena de crime"

No segundo dia do evento “Desvendando a Química Forense”, as atividades Perito Milton Carlos Bianchini ministra minicursoPerito Milton Carlos Bianchini ministra minicursodesenvolvidas foram minicursos que ocorreram das 8h ás 11h, na Faculdade de Direito e na Faculdade de Tecnologia. A programação contou com quatro minicursos com temas sobre Perícia criminal (“Análise documental”, “Noções de criminalística”, “Análises de cena de crime” e “Padrões de decomposição cadavérica e relações com insetos de importância forense na Amazônia”). Alguns deles tiveram demonstrações práticas e foram acompanhadas atentamente pelos participantes.

Prática de análise de cena de um crimePrática de análise de cena de um crime

O minicurso “Análises de cena de crime”, ministrado pelo perito criminal da Polícia Civil do estado do Amazonas, e diretor da Associação de Peritos Oficiais do Estado do Amazonas (Apoeam), Milton Carlos Bianchini, teve a participação de estudantes de várias instituições de ensino que tiveram a demonstração de como se deve preservar a cena de um crime. O minicurso teve dois momentos distintos: um expositivo e outro prático. Inicialmente o perito fez um relato expositivo sobre o que é um crime e seus desdobramentos. Explicou como se classifica um crime (homicídio, suicídio, acidental ou natural) e mostrou imagens de crimes que ele periciou. Em seguida ocorreu a atividade prática com a encenação do local de um crime (foi usado um manequim maquiado com ferimentos e sangue para demonstração de que maneira se deve preservar o local onde ocorreu o crime). O perito criminal atua no Departamento de Crimes Contra a Vida e Patrimônio da Polícia Civil do Amazonas e fez um relato de sua atuação na análise do local de um crime. Relatou alguns casos em que atuou e detalhou de que maneira se analisa a causa da morte nos locais em que ocorreu.

Milton Carlos afirmou que muitas pessoas estão interessadas nessa profissão. Muitos jovens desejam ser peritos por influência de programas que passam na televisão sobre o tema. “É a profissão da moda. As pessoas ficam empolgadas com as séries de televisão e procuram informações sobre a formação de perito. Nos programas eles fazem exames que são reais, porém são rápidos e não correspondem com o dia a dia. Somos cobrados pela sociedade a elaborar laudos rápidos, o que muitas vezes não é possível. As séries informam, erradamente, sobre o real trabalho do perito criminal. O tempo de investigação é longo, cada caso tem um processo investigativo que pode demorar meses. A ideia aqui no minicurso é despertar o hábito nas pessoas de preservar o local do crime. Quando ocorre um crime nas ruas, as pessoas se aglomeram em torno do corpo, isso elimina muitos indícios que poderiam identificar o criminoso. O tema desse curso aqui é levar informações, para uma parcela da comunidade, de como se deve proceder nessas situações para que não se elimine os vestígios deixados na cena do crime”, disse Milton Carlos.

O perito explicou que a estrutura atual da Perícia no Amazonas está longe de ser a melhor, mas também não é a pior. “Hoje a nossa estrutura está longe de ser uma das melhores, mas também não somos a pior do País. Com os projetos da Senasp temos adquirido material de ponta. Nosso laboratório de DNA forense é um dos melhores do Brasil, somos referência na América do Sul. Temos um laboratório de química e de toxicologia pouco estruturado. Precisamos de investimento nesse laboratório para melhorar o nosso método de trabalho. Quando entrei no Instituto de Criminalística saíamos com prancheta e papel para periciar, hoje temos um kit moderno, que levamos para ser usado no local onde ocorreu o crime. O estado investe muito pouco em perícia. Eu diria que na parte de ciência e tecnologia os investimentos são baixos”, explicou o perito.

estudante Rebeca Crussuelestudante Rebeca Crussuel

 

A estudante Rebeca Crussuel, do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Amazonas, disse que foi importante participar do minicurso, pois acrescentou mais conhecimento em sua formação. Afirmou já  ter estudos sobre Entomologia Forense na Universidade. “Já participei de palestra sobre Entomologia Forense na UEA. Fiquei sabendo do evento por amigos e também na página da Ufam e resolvi participar. Tenho interesse em aprender mais sobre perícia criminal, pois está dentro da Entomologia e tenho interesse em trabalhar na área”, disse a estudante.

 

 

 

A aluna do curso de bacharelado em Química da Ufam, Fernanda Priscila Nascimentoestudante Fernanda Priscilaestudante Fernanda Priscila Araújo, achou o curso muito interessante e importante pra ela saber se realmente é a área que quer seguir. “Achei muito legal a apresentação do perito. As imagens que ele mostrou dos casos que ele investigou foi muito interessante. As características dos crimes e as formas como age o perito  serviu para eu definir se é a área que quero seguir”, afirmou a estudante do curso de Química da Ufam.   

     

 

        

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