Transtorno Social causado pelo Modelo Econômico Brasileiro é a tônica no II Seminário de História Militar na Amazônia Brasileira

O termo empregado pelo representante do Núcleo de Estudos Estratégicos Pan-Amazônico (NEPA) e líder tradicional dos povos Tukanos, Manuel Fernandes Moura, durante a realização do Painel 2 “Política Indígena e Política Indigenista na Amazônia Brasileira no  II Seminário de História Militar na Amazônia Brasileira  que ocorre pela primeira vez na Ufam. O evento finaliza suas atividades nesta quinta-feira, 14, no auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais.

De acordo com Manuel Tukano, a compreensão entre os povos deve ser recíproca, somente assim haverá respeito entre os homens. O conhecimento tradicional aplicado nas sociedades indígenas é bem diferenciado no que ocorre em nossa sociedade moderna.  Para o líder espiritual Tukano, o Modelo Econômico desenvolvido na atualidade vem destruindo todo o conhecimento tradicional indígena, descaracterizando toda uma cultura milenar.

Segundo ele, a ausência de uma tradição coloca as comunidades indígenas comprometidas culturalmente, a ponto de desaparecerem socialmente o que impossibilita o conhecimento dos saberes tradicionais. “O homem branco mata porque o seu pai matou, ele rouba porque também seu pai roubou. Exemplos como esses são comuns na sociedade moderna, mas a tradição indígena nos ensina a respeitar o próximo e a família. Os saberes e os valores indígenas são referencias e temos isso como suporte para formação de uma sociedade mais equilibrada”, comenta o líder espiritual Tukano.

Para o representante do Conselho Indigenista Missionário, Egydio Schwacle, a realização desse tipo de evento nao tinta ocorrido anteriormente como o que está ocorrendo hoje, em que estar integrando representantes indígenas e do Exercito Brasileiro. Nesse sentido, isso possibilita abrir novos perspectivas de atuação militar na Amazônia, como também a própria Universidade otimizar a interlocução com outros segmentos da Sociedade, disse o representante.

Para ele, a Academia tem ficado isolada nos últimos tempos quanto as questões sociais, pois antes, porem, era ela que atuava significativamente nos movimentos sociais definindo os rumos da humanidade. Durante sua fala no Painel, Egydio comenta que o modelo econômico aplicado na região Amazônica, desde a colonização até os nossos dias, vem desintegrando os povos que nela constitui, em que a cultura e seu território estão perdendo espaço ao capital.                      

Até certo ponto, acho revoltante essas ações. As autoridades, de maneira geral, vêem a Amazônia, somente como espaço espoliativo e não como espaço de vida. Exemplo disso é a criação da própria Zona Franca de Manaus que não visa a fixação mas a desintegração do território amazônico, comenta Egydio Schwache.

O General de Divisão, chefe do Estado Maior do Comando Militar da Amazônia (CMA) acredita que a temática desenvolvida no Painel 2 foi o ponto fulcral de toda de toda a discussão a respeito da Amazônia Brasileira. Segundo ele, os brasileiro conhece pouco a Amazônia, principalmente a conjuntura social, política e econômica. Ao visitar um ambiente acadêmico fora da região, é percebível esse desconhecimento, que se consolida numa visao completamente errada da região. Um lugar inóspito, de índios selvagens, isolada e que não faz parte da realidade brasileira, ressalta o general.

Mediante dessa realidade, o general questiona quanto à condução dessa problemática. “O que queremos do índio? Somente aquele indivíduo isolado da sociedade brasileira? Ou, queremos um índio integrado a ela, garantido na Constituição Brasileira?”, polemiza o General.

A ocupação da Amazônia tem causado polemica em nossa atualidade disse o General que acredita que devemos analisar o fato histórico voltado para a conjuntura da época. Se analisarmos questões do presente direcionado ao passado, poderei incorrer em mal julgamento. Nós temos que entender como era o contexto da época e, a partir daí compreende o fato histórico, finaliza o General.                

 

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