Maio Negro comemora a abolição da escravidão no Brasil

 
Por Carlos William
Equipe Ascom

O evento reuniu pesquisadores da cultura negra no AmazonasO evento reuniu pesquisadores da cultura negra no Amazonas

Com a finalidade de promover reflexão acerca do dia 13 de maio de 1888, data em que a lei Áurea foi promulgada e extinguiu oficialmente a escravidão no Brasil, a Pró-reitoria de Extensão (Proext), por meio do Departamento de Políticas Afirmativas (DPA), promoveu o Maio Negro 2018. O tema da atividade, realizada na tarde desta sexta-feira, 18, no Centro de Convivência do setor Norte do Campus Universitário, é ‘Negros no Amazonas: Ciência e Consciência’.

Estiveram presentes o reitor da Universidade, professor Sylvio Puga; o pró-reitor de Extensão, professor Ricardo Bessa Freire; a diretora do DPA da Proext, professora Cláudia Guerra; a coordenadora de políticas afirmativas para negros e indígenas da Ufam, professora Renilda Costa; pesquisadores dedicados a estudar aspectos culturais e sociais referentes à visibilidade negra na Amazônia, além de estudantes, professores e demais membros das comunidades acadêmica e externa.

Conforme afirma o reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, o objetivo central da administração superior é contribuir para a formação de uma universidade inclusiva, que agregue pessoas de diferentes etnias, credos religiosos, raças e orientações sexuais. Segundo ele, a Proext está diretamente alinhada às demandas vindas da sociedade e o desenvolvimento da iniciativa justifica-se na necessidade de relembrar a importância do fim da escravidão, da cultura negra e do combate ao preconceito racial. “A Ufam é, também, uma afrouniversidade”, declarou em seu pronunciamento.

Foi enfatizado pelo pró-reitor de Extensão, professor Ricardo Bessa Freire, o frequente equívoco cometido por alguns historiadores de atribuir o mérito maior da abolição da escravidão à princesa Isabel, pois a conclusão e aplicação da lei Áurea foi apenas uma das etapas finais do processo e a participação dela foi resumida à assinatura da proposta, o que foi importante, porém mínima em relação às reivindicações antecedentes.

“O fim da escravidão só foi possível devido ao resultado de constantes lutas de trabalhadores negros que se organizaram para mudar a história e exigir seus direitos relacionados à dignidade humana”, pontuou. Ricardo Bessa afirmou ainda que essas lutas permanecem ativas até os dias atuais, pois os negros são pessoas livres e dignas, mas a mentalidade elitista e preconceituosa de parte de uma classe dominante os julga como inferiores.

Para a professora Renilda Costa, é necessário compreender o estado do Amazonas como um espaço em que diferentes etnias e nacionalidades convivem e o respeito é, portanto, fundamental. “Trata-se de uma realidade que revela um complexo emaranhado de relações culturais, políticas e econômicas, permeadas pelas diversidades de gênero, raça, etnia e classe”, destacou. Ainda segundo ela, o Amazonas apresenta uma rede de comunidades tradicionais de terreiros articulados, com agendas políticas próprias que objetivam defender a liberdade de culto religioso. Além disso, o movimento negro organizado, representado pelo Fórum Permanente de Afrodescendentes vem ganhando maior visibilidade. “Já no cenário universitário interno, temos professores e pesquisadores dos cursos de graduação e de pós-graduação que estudam, pesquisam e orientam a temática de relações raciais, história da África e relação religiosa, formando uma produção acadêmica significativa”, constatou a professora.

 

Quilombos em Manaus

O professor Ricardo Bessa reiterou a importância das lutas organizadasO professor Ricardo Bessa reiterou a importância das lutas organizadas

Em Manaus, existem grupos que resistem culturalmente à pressão social imposta, que dita os padrões europeus como ideais. São os chamados quilombolas. No período em que a escravidão era permitida no Brasil (entre os séculos XVII e XVIII), alguns escravos reuniam-se, arquitetavam planos de fuga e construíam moradias em locais afastados e escondidos, denominados quilombos. Nesses locais, os moradores enalteciam sua própria cultura, costumes religiosos e práticas de seus antepassados, sendo possível a sobrevivência através dos alimentos encontrados em plantações da comunidade.

Atualmente, mesmo após a abolição da escravidão, há quilombos que permanecem ativos, com o objetivo de desconstruir a teoria da invisibilidade negra no Amazonas, no Brasil e no mundo, a exemplo do quilombo da Praça 14 de janeiro, em Manaus. De acordo com o representante José Ribamar, que esteve presente no evento, o local é aberto a todos os públicos interessados em manifestações culturais, que geralmente ocorrem aos sábados, a partir das 12h. “É gratificante que a população conheça nossas raízes e nossa religião, centralizada na devoção ao padroeiro São Benedito, considerado fundamental para a permanência da tradição”, informou.

Curso ministrado por professores da Ufam capacita agentes para acolhimento de venezuelanos

Professor Sandro Martins ministra curso aos agentes de acolhimento de venezuelanos (Fonte: Divulgação Sejusc)Professor Sandro Martins ministra curso aos agentes de acolhimento de venezuelanos (Fonte: Divulgação Sejusc)

Por Cristiane Souza
Equipe Ascom Ufam

O projeto “Migrações internacionais, Direitos Humanos e Políticas indigenistas” – coordenado pelo professor Sandro Martins, junto com os professores Sidney Silva e Maria Helena Ortolan, do curso de Antropologia do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas (IFCHS/Ufam) – é realizado em parceria com o governo estadual para capacitar os agentes responsáveis pelo acolhimento de venezuelanos. O curso será ministrado até o dia 23 de junho.

Conforme explica o idealizador, a atividade é promovida “em função de uma demanda da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), no âmbito do Grupo de Trabalho para Promoção e Defesa dos Direitos de Migrantes, Refugiados e Apátridas do Amazonas - grupo multissetorial criado para tratar de assuntos relativos à chegada dos indígenas venezuelanos (Warao) na cidade de Manaus”.

A iniciativa supre uma demanda dos agentes que trabalham diretamente nos serviços de acolhimento aos imigrantes. “O objetivo é qualificar as ações que já estão em andamento, tendo em vista a construção de uma melhor comunicação intercultural entre agentes brasileiros e imigrantes (indígenas e não indígenas)”, informa o coordenador.

O público de interesse são as pessoas envolvidas no acolhimento institucional aos imigrantes, como os servidores públicos Sejusc, da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc), das Secretarias Municipais da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh) e de Educação (Semed).

Os agentes vinculados a organizações não governamentais, tais como ‘Pastoral do Migrante’, ‘Associação Pequeno Nazareno’, ‘Cáritas Arquidiocesana de Manaus’ e ‘Projeto Oseias’, também compõem o grupo apto a receber a formação.

Programação

O curso está distribuído em três eixos temáticos, quais sejam: Migrações Internacionais, Direitos Humanos e Políticas Indigenistas. Na programação, estão previstas oficinas interculturais depois de concluído cada eixo. A finalidade dessa didática é, segundo explica o professor Sandro Martins, relacionar a teoria e a vivência cotidiana em relação ao serviço de acolhimento, de modo a aprimorar a atuação dos agentes.

Parceria entre Ufam e Marinha do Brasil viabiliza estudo em Oceanografia

Todos os anos, o 9º Distrito Naval possibilita a universitários da disciplina Oceanografia a visita técnica ao Navio Hidroceanográfico. Atividade permite aos estudantes conhecer o funcionamento dos equipamentos de pesquisa utilizados nos oceanos.

Visita técnica dos discentes da disciplina de Oceanografia do curso de Engenharia de Pesca à Marinha do Brasil - Comando do 9º Distrito NavalVisita técnica dos discentes da disciplina de Oceanografia do curso de Engenharia de Pesca à Marinha do Brasil - Comando do 9º Distrito Naval
 
Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam

Desde 2015, discentes 3º período do Curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), através da disciplina de Oceanografia Geral, ministrada pela professora Sanny Andrade Porto, têm tido a oportunidade de vivenciar a experiência de embarcar em um navio Hidroceanográfico, durante visitas técnicas possibilitadas pelo 9º Distrito Naval da Marinha do Brasil.

Segundo a professora responsável pela disciplina, a atividade permite aos estudantes conhecer o funcionamento dos principais equipamentos oceanográficos, utilizados rotineiramente em pesquisas de zonas costeiras. “Embora um dos maiores desafios enfrentados por acadêmicos nesta disciplina seja a distância geográfica do Amazonas em relação aos mares e oceanos, a Universidade tem contado anualmente com o apoio da tripulação do Navio Hidroceanográfico fluvial Rio Branco, o qual vem contribuindo na formação destes alunos, possibilitando relacionar o conteúdo ministrado em sala de aula com sua aplicabilidade na atuação profissional”, ressalta a docente.

Comandante e tripulação do Navio Hidroceanográfico Rio BrancoComandante e tripulação do Navio Hidroceanográfico Rio Branco

Na última sexta-feira, 18/05, foi realizada a terceira visita técnica ao navio e os discentes foram recebidos pelo Comandante e pela tripulação. “O Comandante e a tripulação sempre demonstram interesse em colaborar com o aprendizado e na difusão de conhecimento dos aspectos do ecossistema marinho”, declarou a professora.

Na foto ao lado, da esquerda para a direita: 1º Tenente Ricardo Frutoso, ajudante da Divisão de Hidrooceanografia; Capitão Tenente Leonardo Nogueira; Capitão de corveta Tiago Nicolay Freitas, comandante do navio; professora Sanny Porto e  1º Tenente Harrisson Nogueira, encarregado da Divisão de Hidrooceanografia.

 

 

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