Curso ‘Etnografia das culturas digitais’ encerra com apresentação de constelações

De volta às constelações: foi assim que o professor Massimo Canevacci encerrou o minicurso sobre a etnografia das culturas digitais, ministrado desde a última segunda-feira (9), no auditório Rio Solimões do ICHL. Mas desta vez, foram os participantes do curso que compartilharam suas constelações conceituais, ou seja, representações que eles têm construído durante suas pesquisas, nas quais elencaram os escritores que lhes deram suporte conceitual na elaboração do olhar de pesquisador.

A mestranda Beatriz da Silva Goes, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCCOM), apresentou a constelação relativa ao projeto ‘Da cidade flutuante à ilha de concreto’. Para elaborar uma análise semiótica acerca das unidades habitacionais do Programa de Saneamento dos Igarapés de Manaus (Prosamim), Beatriz fará estudos de caráter transdisciplinar em Semiótica, História e Geografia. “De Lótman, pretendemos usar o conceito de Semiosfera; de Irene Machado, usaremos Semiótica da Cultura; João Pinheiro Salazar, autor da obra Estudo sobre a remoção dos moradores da cidade flutuante, também está presente; assim como a obra Natureza Ecológica da Comunicação, de Kalevi Kull”, explicou a mestranda.

Alunos de outros programas também tiveram a oportunidade de compartilhar sobre seus interesses de pesquisa com base na perspectiva do professor Canevacci, que destacou, em vários momentos do curso, a relação entre Antropologia e Comunicação. Para o antropólogo, é através da pesquisa etnográfica que o investigador conhece aspectos particulares da cultura, tal como a linguagem do corpo. “Margaret Mead e Gregory Bateson usaram câmera e blocos de anotações nas pesquisas realizadas em Bali, do que resultou a obra Balinese Character: a Photographic Analysis (Caráter Balinese: uma análise fotográfica, de 1941)”, disse.

Gregory Bateson chamou de “sequência fotográfica” uma quantidade de fotos tiradas em momentos muito próximos através do que é possível entender um trecho unitário da cultura de Bali. “Com isso, se pode compreender a linguagem do corpo, que se manifesta através dos rituais, da música e da comunicação entre os seres”, explicou Canevacci. Sobre o tema, surgem alguns questionamentos, por exemplo, como fala o corpo a partir da inserção cultural e como essa linguagem pode ser interpretada. O antropólogo usou sequencias fotográficas de Gregory para mostrar detalhes de um evento de comunicação entre os seres, em que a dança revela gestos, movimentos próprios da cultura observada.

O professor finalizou a apresentação reiterando o pensamento de Von Foerster sobre a inserção do pesquisador no seu campo de pesquisa. Foerster esclarece: “O que se precisa agora é uma descrição do descritor; ou, em outras palavras, precisamos de uma teoria do observador". Para o professor Canevacci, isso se trata do papel que o pesquisador assume. “Não pode ser um papel de neutralidade, mas de alguém que insere no pesquisado, e traz consigo sua montanha de ethos, preconceitos, crenças...”.

Na próxima segunda (16), ele participa do Colóquio Internacional sobre Comunicação e Cidade, também na Ufam.

Resultado da Prova Escrita do Edital 026/2014 – área de Artes Visuais do ICSEZ Parintins

A Comissão de Concurso para a Carreira de Magistério Superior da Universidade Federal do Amazonas divulga que não houve candidatos aprovados na prova escrita do concurso público regido pelo Edital 026/2014 - área de Artes Visuais do Departamento de Artes do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia – Unidade da Ufam no município de Parintins.

A Comissão de concurso da área de Artes Visuais da Ufam é composta pelos doutores Denize Picolotto Carvalho Levy, Rosemara Staub de Barros Zago e Otoni Moreira de Mesquita.

Confira, em anexo, o documento com o resultado do concurso.

Docentes da Ufam mantêm rejeição ao indicativo de greve

Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) decidiram, por ampla maioria, manter a rejeição ao indicativo de greve da categoria. Houve apenas um voto contrário. A deliberação, tomada em Assembleia Geral (AG) nesta quarta-feira (11), no auditório da Adua, acompanha o posicionamento do Setor das IFE que, em encontro realizado no fim de semana em Brasília, aprovou a retirada do indicativo de greve para junho. 

Na AG da categoria realizada no dia 23 de maio, os docentes da Ufam já haviam aprovado, em decisão apertada, retirar o indicativo de greve. Portanto, a decisão tomada nesta quarta reforça o entendimento de que no momento a categoria docente não tem a seu favor as condições para a deflagração de uma greve nacional, mas que reconhece a necessidade de intensificação da mobilização em defesa do nosso projeto de carreira, de melhores condições de trabalho e da universidade pública e gratuita.


Nesse sentido, os docentes decidiram remeter para as reuniões setoriais os encaminhamentos apresentados em assembleia para intensificar a mobilização da categoria. “A categoria refletiu que o período é propício para continuarmos na luta e na construção da pauta local de mobilização, de reivindicar os direitos dos professores, mas que ainda não é o momento para a greve”, afirmou o presidente da Adua, José Belizario. 

A próxima AG dos professores está prevista para depois da Copa, em data a ser programada pela Adua, para avaliação dos encaminhamentos discutidos e aprovados nas setoriais. “O governo demonstra tripudiar sobre as reivindicações dos trabalhadores e nós estamos mostrando que a categoria está alerta, em luta pelos seus direitos e continuará firme neste propósito”, afirmou Belizário, destacando a presença de aproximadamente 90 docentes na Assembleia.

Humaitá

Fora da sede, os professores do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), unidade acadêmica da Ufam em Humaitá, também reprovaram o indicativo de greve da categoria para junho. Foram 13 votos a favor da rejeição, dois contrários e duas abstenções. A decisão foi tomada em AG realizada nesta quarta (11).

“A categoria aprovou ainda a revisão da pauta local da greve de 2012, para posterior reenvio à Adua e à Reitoria”, informou o professor Aldair Andrade, recém-eleito vice-presidente da Adua. Para isso, a AG decidiu criar uma comissão, formada por oito docentes, a quem caberá a responsabilidade de retomar e atualizar a pauta, além de socializá-la com os demais professores. 

De acordo com Andrade, o primeiro encontro da comissão deve ocorrer ainda neste mês. Ele avalia a realização da AG como “tranquila e positiva”.

Nacional

Em âmbito nacional, a retirada do indicativo de greve dos docentes das IFE em junho foi aprovada por 26 seções sindicais. Outras nove entidades se manifestaram favoráveis ao indicativo. Houve ainda três abstenções. 

“A reunião e o resultado dela foi mais uma demonstração da prática democrática deste Sindicato Nacional e expressou a seriedade do movimento docente na construção da luta em defesa dos seus direitos”, comentou Marina Barbosa Pinto, 1ª secretária do ANDES-SN e da coordenação do Setor das IFE.

Fonte: ADUA

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