Professor Saviani palestra na abertura do II Simpósio Amazônico sobre Políticas Públicas em Educação
‘Os desafios da Educação Básica: limites e perspectivas diante do PNE – 2014/2024’ foi o tema da conferência de abertura do II Simpósio Amazônico sobre Políticas Públicas em Educação, proferida pelo professor Dermerval Saviani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O evento ocorre até quarta-feira (18), no auditório Eulálio Chaves, Setor Sul.
Promovido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas em Educação (GPPE), o Simpósio aborda o tema ‘O Plano Nacional de Educação: avanços e perspectivas’, que objetiva proporcionar aos professores, pesquisadores e estudantes o debate, a interlocução e a troca de experiências dos conhecimentos produzidos no âmbito da realidade amazônica.
De acordo com o professor Saviani, o tema indicado para a conferência do Simpósio aborda aspectos do Plano Nacional de Educação e suas perspectivas na Educação Brasileira. Ele iniciou conceituando o sentido de perspectiva. “A palavra tem duas origens latinas. A primeira é Prospesctu, que significa olhar através de, daí o sentido de aspecto, ângulo de visão e como método de abordagem. Mas, existe outra matriz etimológica denominada Perespectare, que significa espera por, portanto, no sentido de expectativa”. Nesse sentido, questiona-se: quais as expectativas e possibilidades que o novo PNE abre para Educação Brasileira?
“Pelo ângulo de desdobramento, há implicações para os entes federativos, pois o plano estabelece algumas exigências, obrigações que a União, os Estados e os Municípios devem cumprir, e agrega alguns desafios. Dentre eles, destaco o mais importante que é a exigência de se instituir o Sistema Nacional de Educação, o qual deve avaliar todas as implicações relacionadas à Educação, inclusive a erradicação do analfabetismo”, comentou o professor.
Segundo ele, o Amazonas é estratégico para o Brasil, porque faz parte da principal biodiversidade do planeta. Saviani considera que a educação é fundamental e, portanto, toda a população brasileira tem o direito à Educação de qualidade. “Existem suas especificidades, a chamada diversidade, mas devemos ter o cuidado para que não se permita que a diversidade se degenere em desigualdade”, alerta o professor.
“A diversidade é uma riqueza, mas deve ser tratada como um princípio e com um valor único para todos. Nesse sentido, a Amazônia deve se deter com atenção especial à preservação do meio ambiente, das florestas”, disse. Na avaliação dele, a Educação aqui, além de atender às necessidades, tem o compromisso com a preservação da biodiversidade.
Faced comemora 45 anos
Segundo a diretora da Faculdade de Educação (Faced), professora Selma Baçal, a comemoração de 45 anos da Faculdade é motivo de alegria. Ela explica que a Ufam tem nela, o exercício da cidadania e da formação do educador, não somente para a Amazônia, mas com ênfase especial para o Estado do Amazonas.
“Muitos educadores renomados passaram pelas salas de aula da Faced. Atualmente, o corpo docente e os técnicos recebem os estudantes com muita dedicação e trabalho”, comemorou a diretora. O II Simpósio Amazônico sobre Políticas Públicas em Educação é, também, um evento comemorativo dos 45 anos da Faculdade, disse a diretora da Faced.
Solenidade
Estiveram presentes na solenidade de abertura, representando a reitora da Ufam, professora Márcia Perales, a pró-reitora em exercício da Pró-Reitoria de Administração e Finanças (Proadm), professora Ana Flavia de Moraes, a Diretora da Faculdade de Educação (Faced) e coordenadora do GPPE, professora Selma Baçal, a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação, professora Arminda Mourão, e o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Dermerval Saviani.
Pesquisadores discutem `Segurança Jurídica, Migração e Minorias´ na semana da Consciência Negra na UFAM
No segundo dia de debates sobre Negros do Amazonas e as Políticas Públicas Brasileiras, temas alusivos à Semana da Consciência Negra, que acontece na UFAM até quarta-feira (18), professores e jurista discutiram em mesa-redonda, no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), `Segurança Jurídica, Migração e a Questão das Minorias´.
Participaram da temática a professora Kátia Cilene do Couto, do departamento de História da UFAM; Juarez Silva Júnior, mestrando do Programa de Pós-Graduação em História; e Fernando Moraes, procurador da República, representante do Ministério Público Federal. A mesa-redonda foi coordenada pela representante da Secretaria de Estado de Educação, professora Soraia Lima.
A Imigração Haitiana foi destaque na apresentação da professora Kátia do Couto, pesquisadora na área de História da América. A presença desse Grupo no Amazonas já foram temas de mestrado e doutorado da Professora, e continua atualmente em projetos de pesquisa voltados para o processo de recepção deles em Manaus.
Segundo Kátia, na capital do Amazonas vivem aproximadamente 2.000 haitianos. Parte deles ocupa vagas de trabalho na construção civil, empresas terceirizadas, e como vendedores ambulantes. Eles foram recepcionados de duas formas: “A primeira delas foi organizada pela igreja católica, via pastoral do imigrante, que conseguiu mobilizar a sociedade quanto ao acolhimento. Por outro lado, via imprensa, Estado, ou elite social, houve os discursos da rejeição e criminalização desses imigrantes, gerando o imaginário do medo na população. Então isso tem seus impactos”.Mesa-redonda. Da esquerda para direita: procurador da república Fernando Moraes; professora Kátia do Couto; Juarez Júnior; e a professora Soraia Lima
Fernando Moraes, procurador da república, falou sobre `Segurança Jurídica´. Para o representante do Ministério Público Federal, a união dentro dos movimentos sociais é fundamental para fortalecê-los juridicamente. “No Amazonas existem poucos relatos de comunidades quilombolas. A maneira de se garantir a segurança jurídica dessas comunidades é através da titulação. Isso dá uma segurança de propriedade. E o primeiro reconhecimento é pela Fundação Cultural Palmares. Depois disso, o reconhecimento do seu território”. O Procurador finaliza convidando todos a se engajarem mais nos movimentos sociais em prol da cidadania. E a Semana da Consciência Negra na UFAM é um exemplo disso.
O terceiro debatedor da mesa foi o mestrando em História, Juarez Silva Júnior. Antes de ser mestrando, Juarez já era ativista de movimentos sociais de negritude. Segundo ele, uma das prioridades que o militante deve buscar é a pesquisa. “Os grupos populacionais que não participam da pesquisa se prejudicam. Então é importante realizar estudos dentro das áreas de interesse dos movimentos sociais”. Juarez tem como objeto de estudo na dissertação, o Histórico da Presença Negra no Amazonas.
A programação da Semana da Consciência Negra na UFAM segue até quarta-feira (18) com outras mesas-redondas. Os próximos debates podem ser vistos na notícia relacionada:
Projeto do CCA realiza debate sobre ambiente
Coordenadora do Ocas do conhecimento ambiental, Gina Gama
O Projeto “Ambiente além da sala de aula: debate ambiental”, do Centro de Ciências do Ambiente da Ufam (CCA) realizou nesta manhã, 17, das 9h às 11h30, no auditório Vitória Régia, dentro do tema escolhido para o mês de novembro “Educação ambiental em espaços não formais”, a apresentação do projeto “Ocas do conhecimento ambiental/Semed”.
A apresentação do projeto da Secretaria Municipal de Educação foi da coordenadora Gina Rego Gama que expôs o funcionamento e os objetivos do projeto. O “Ocas do conhecimento ambiental” são espaços não formais de educação que tem o objetivo de sensibilizar a comunidade do entorno de onde estão inseridas das questões ambientais e também trabalhar com alunos da rede municipal no contra turno em cima da mesma temática.
As “Ocas do conhecimento ambiental” estão localizadas em três zonas da cidade de Manaus (Oeste, Leste e Norte). A ação do projeto é despertar nas pessoas o cuidado com as questões ambientais, já que a problemática ambiental nos centros urbanos têm despertado debates acirrados. O projeto complementa a formação dos estudantes (o conteúdo ambiental está formalizado no núcleo comum do ensino fundamental), como também orienta a comunidade a preservar o meio natural.
“Nós viemos apresentar o projeto “Ocas do conhecimento ambiental”, que trabalha com os estudantes da rede municipal, no contra turno, e a comunidade de onde elas estão localizadas, para o público acadêmico. Agradecemos o convite de ter a oportunidade de mostrar o funcionamento do projeto na Ufam e dividir nossas experiências com a comunidade universitária”, destacou a coordenadora do projeto Gina Rego Gama.
Desde julho deste ano, o Centro de Ciências do Ambiente (CCA) vem desenvolvendo o Projeto “O Ambiente Além da Sala de Aula: Debate Ambiental” com variadas atividades voltadas para as questões ambientais. “Educação ambiental em espaços não formais” é o tema da edição de novembro, que acontece todas às terças-feiras, às 9h, no Centro de Ciências do Ambiente (CCA), Bloco T, setor Sul do Campus.
“Cada mês escolhemos uma temática para ser discutida no projeto. Convidamos quatro palestrantes com visões de áreas distintas a cada mês para demonstrar suas experiências e falar de suas temáticas. A partir de uma pequena abordagem teórica, mas muito mais da prática (como estão fazendo? Que estratégias utilizam? Quais dificuldades). É importante a interação da Universidade com estas experiências. O intercâmbio entre a comunidade científica e estes projetos é fundamental para o conhecimento”, ressaltou a coordenadora do projeto “O ambiente além da sala de aula”, do CCA, Olívia Simão.
A próxima apresentação é no dia 24 de novembro com o projeto “Bosque da Ciência: uma experiência de sucesso”.