Pesquisadores discutem `Segurança Jurídica, Migração e Minorias´ na semana da Consciência Negra na UFAM

No segundo dia de debates sobre Negros do Amazonas e as Políticas Públicas Brasileiras, temas alusivos à Semana da Consciência Negra, que acontece na UFAM até quarta-feira (18), professores e jurista discutiram em mesa-redonda, no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), `Segurança Jurídica, Migração e a Questão das Minorias´.

Participaram da temática a professora Kátia Cilene do Couto, do departamento de História da UFAM; Juarez Silva Júnior, mestrando do Programa de Pós-Graduação em História; e Fernando Moraes, procurador da República, representante do Ministério Público Federal. A mesa-redonda foi coordenada pela representante da Secretaria de Estado de Educação, professora Soraia Lima.

A Imigração Haitiana foi destaque na apresentação da professora Kátia do Couto, pesquisadora na área de História da América. A presença desse Grupo no Amazonas já foram temas de mestrado e doutorado da Professora, e continua atualmente em projetos de pesquisa voltados para o processo de recepção deles em Manaus.  

Segundo Kátia, na capital do Amazonas vivem aproximadamente 2.000 haitianos. Parte deles ocupa vagas de trabalho na construção civil, empresas terceirizadas, e como vendedores ambulantes. Eles foram recepcionados de duas formas: “A primeira delas foi organizada pela igreja católica, via pastoral do imigrante, que conseguiu mobilizar a sociedade quanto ao acolhimento. Por outro lado, via imprensa, Estado, ou elite social, houve os discursos da rejeição e criminalização desses imigrantes, gerando o imaginário do medo na população. Então isso tem seus impactos”.Mesa-redonda. Da esquerda para direita: procurador da república Fernando Moraes; professora  Kátia do Couto; Juarez Júnior; e a professora Soraia LimaMesa-redonda. Da esquerda para direita: procurador da república Fernando Moraes; professora Kátia do Couto; Juarez Júnior; e a professora Soraia Lima

Fernando Moraes, procurador da república, falou sobre `Segurança Jurídica´. Para o representante do Ministério Público Federal, a união dentro dos movimentos sociais é fundamental para fortalecê-los juridicamente. “No Amazonas existem poucos relatos de comunidades quilombolas. A maneira de se garantir a segurança jurídica dessas comunidades é através da titulação. Isso dá uma segurança de propriedade. E o primeiro reconhecimento é pela Fundação Cultural Palmares. Depois disso, o reconhecimento do seu território”.  O Procurador finaliza convidando todos a se engajarem mais nos movimentos sociais em prol da cidadania. E a Semana da Consciência Negra na UFAM é um exemplo disso.

O terceiro debatedor da mesa foi o mestrando em História, Juarez Silva Júnior. Antes de ser mestrando, Juarez já era ativista de movimentos sociais de negritude. Segundo ele, uma das prioridades que o militante deve buscar é a pesquisa. “Os grupos populacionais que não participam da pesquisa se prejudicam. Então é importante realizar estudos dentro das áreas de interesse dos movimentos sociais”. Juarez tem como objeto de estudo na dissertação, o Histórico da Presença Negra no Amazonas.

A programação da Semana da Consciência Negra na UFAM segue até quarta-feira (18) com outras mesas-redondas. Os próximos debates podem ser vistos na notícia relacionada: 

Seminário acontece entre os dias 16 e 18 de novembro

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