Revista reúne produção intelectual sobre Floresta Amazônica

 

 

Amazônia Latitude é uma revista digital que busca discutir a violência contra as populações e os territórios da floresta amazônica e pan-amazônica que se desenvolve lenta e paulatinamente. Com o objetivo de contrapor tais hostilidades, fortalecer as informações de credibilidade e ampliar o debate crítico sobre a floresta mais importante do mundo, a Amazônia Latitude (AL) surge como revista científica de conteúdo produzido por colaboradores nacionais e internacionais situados no campo das perspectivas ecocríticas.

A existência da revista Amazônia Latitude se dá pela associação com o Center for Culture, and Environment (CHE) e do departamento Nelson Institute for Evironmental Studies da Universidade de Wiscosin-Madison e o Laboratório de Ciências Sociais e Interdisciplinaridade na Amazônia do Programa de Pós-graduação Sociedade e Cultura da Universidade Federal do Amazonas.  

O periódico procurar criar afinidade com as instituições de ensino públicas e privadas para a construção de um trabalho que ofereça, para o meio acadêmico e à sociedade, um espaço de pesquisa e produção de conhecimento sobre a Amazônia e a Pan-Amazônia. Assim, oferece aos interessados a opção de colaboração com o conteúdo veiculado.

Os textos dos colaboradores são enviados para os editores da AL (amazonialatitudeeditores@gmail.com), que revisam os conteúdos antes de serem publicados. A equipe se compromete com a qualidade e a proposta dos materiais recebidos.  

Além disso, promove o estabelecimento de quem produz saberes no debate público sobre temas que envolvam meio ambiente, cultura, direitos humanos, biodiversidade, territorialidade, entre outros. Para que a rede de colaboradores e de interessados sobre o assunto aumente, é de suma importância que as instituições de ensino superior  ajudem a levar a existência da revista aos seus respectivos públicos.

Por considerar relevante a presença e a valorização de vozes científicas, culturais e da crítica social, a revista concentra o pensamento no âmbito das humanidades ambientais. A equipe de editores recebe conteúdos focados na produção de conhecimento que se estabelece na compreensão da analogia entre a consciência sociocultural e o ato de intervenção humana. Junto com os colaboradores – em sua maioria, estudantes, professores e pesquisadores; a AL oferece ciência e agenda pautadas na atualidade. A cada nova edição, publicada em um intervalo de quinze dias, é possível encontrar, no site da revista, artigos, resenhas, dicas, fotorreportagens, vídeos e um observatório do meio acadêmico e da grande mídia.

A Amazônia Latitude valoriza a diversidade de formas e meios de registros de pesquisas, opiniões, visões da natureza e da cultura. Para expor tal lugar e criar conexão com as instituições de ensino, a equipe da revista faz uso de redes sociais diversas. Com elas, é possível fortalecer os laços e a missão de democratizar o debate e o conhecimento científico. 

 

 

 

Pesquisadores do Inpa e da Ufam descrevem nova espécie de sapo da Amazônia que emite cantos distintos

Até a descoberta do sapinho, todas as espécies do gênero Amazophrynella tinham um único canto de anúncio descrito. A descoberta da espécie com dois tipos distintos foi inédita para o gênero e é considerada bastante incomum entre os anuros

Por Cimone Barros
Ascom Inpa

Imagem do Amazophrynella bilinguis - acervo da pesquisadora Albertina Lima Imagem do Amazophrynella bilinguis - acervo da pesquisadora Albertina Lima O conhecimento dos pesquisadores em campo e o uso de técnicas modernas da ciência permitiram a descoberta de uma nova espécie de anfíbio da Amazônia, o sapinho Amazophrynella bilinguis. Cada sapinho vocaliza um som próprio, o qual os biólogos chamam de canto de anúncio. A nova espécie emite dois sons bem distintos, por isso a referência no nome bilinguis. Estes sapinhos alternam o tempo todo entre os dois cantos, em alguns momentos se confundido com os sons emitidos por pequenos grilos.

A descoberta foi publicada recentemente na revista Zootaxa. O sapinho de menos de dois centímetros e de cor marrom foi encontrado na região de Santarém (PA), em 2012, pelo biólogo Igor Kaefer quando era estudante de doutorado em ecologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) e sua orientadora, a pesquisadora do Inpa, Albertina Lima. A pesquisadora é uma referência no estudo de anuros (ordem de animais pertencentes à classe dos anfíbios, que inclui sapos, rãs e pererecas) da região.

Logo que entrou na floresta (Fazenda Taperinha, na margem sul do rio Amazonas, a 80 quilômetros do centro de Santarém), Kaefer ouviu dois sons e pensou que fossem duas espécies. “Chamei minha orientadora e ela disse: é o mesmo bicho. Isso é novo”. A partir de então, os pesquisadores realizaram análises morfológicas, acústicas e genéticas para descrever formalmente a espécie.

“Até a nossa descoberta, todas as espécies descritas do gênero Amazophrynella tinham um único canto, por isso a descoberta de um deles com dois tipos de canto distintos foi inédita para esse gênero”, contou Albertina Lima. “Se isso é raro é outra questão. A Amazônia é muito biodiversa e a maioria das espécies de Amazophrynella não tem o canto descrito, e os poucos que têm o canto descrito só cantam um tipo, e nós descobrimos um com dois tipos de canto”, completou Albertina, que junto com sua equipe já descreveu dezenas de espécies de anuros da Amazônia.

Foram sete anos da descoberta até a descrição, em função do volume de estudos simultâneos em andamento e do fato de que a descrição formal de uma espécie em uma revista de taxonomia requerer a análise de muitas classes de informações, como cores, sons, formas e genes.

Segundo Kaefer, a vocalização dos sapos exerce várias funções, como defesa de território e de predadores e a atração de parceiros para reprodução. “O papel dos dois tipos de vocalização de anúncio do novo sapinho permanece um mistério para nós e deverá ser objeto de estudos futuros”, adiantou Kaefer, que atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e orienta mestrandos e doutorandos da Ufam e do Inpa, nas áreas de zoologia e ecologia.

Há, aproximadamente, oito mil espécies de anfíbios registradas no mundo, mais de 1.100 no Brasil e mais de 350 na Amazônia brasileira. Os números aumentam constantemente em uma taxa altíssima, revelando o quanto ainda se desconhece sobre a diversidade de espécies de países megadiversos como o Brasil. “Esse aumento se deve a dois motivos principais: amostragens em lugares pouco amostrados e a disponibilidade de técnicas como bioacústica e genética molecular”, explicou Kaefer. 

Na natureza, os anfíbios desempenham papeis muito importantes como elos fundamentais de teias alimentares, indicadores da integridade de ambientes e fornecedores de compostos que podem ser utilizados na indústria farmacêutica. Para o professor, independentemente do papel ecossistêmico ou utilidade ao homem, a diversidade biológica é um patrimônio nacional e devemos conhecê-la.

Além de Kaefer e Lima, também são autores do artigo os pesquisadores Rommel Rojas, Miquéias Ferrão e Izeni Farias.

Saiba Mais

Sapoteca do PPBio -  Vídeo da espécie cantando  https://ppbio.inpa.gov.br/sapoteca/Amazophrynella_bilinguis

Artigo - A new species of Amazophrynella (Anura: Bufonidae) with two distinct advertisement calls - https://biotaxa.org/Zootaxa/article/view/zootaxa.4577.2.5

 

Ufam debate Políticas de Ações Afirmativas no Ensino Superior nos dias 2 e 3 de maio

Por Irina Coelho
Equipe Ascom/Ufam


 A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por meio do Departamento de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria do Ensino de Graduação (DPA/Proeg), realizou, na manhã do dia 2 de maio, a abertura do curso de capacitação “Relações Raciais no Brasil Contemporâneo - Desafios apresentados às Instituições de Ensino Superior pelas Políticas de Ações Afirmativas”. O evento acontece nos dias 2 e 3 de maio, entre 8 e 17h, no auditório da Faculdade de Direito (FD), setor Norte do Campus Sede.

O curso é organizado pelo Núcleo de Estudos Afro Indígena (NEAINC/Ufam) e será mediado pelo professor Paulo Albuquerque dos Santos Vieira (Unemat). A iniciativa possibilitará aos gestores da graduação e pós-graduação da Ufam a atuação consciente na implementação das cotas raciais.

De acordo com o professor Paulo Albuquerque dos Santos Vieira (Unemat), a capacitação permite aos agentes públicos da Ufam compreender os impactos da heteroidenticação. “A Universidade lança o desafio de ampliar o debate referente as políticas de ações afirmativas antes de tomar algum encaminhamento para deliberação institucional. O espaço de diálogo é bastante significativo para ampliar as discussões sobre heteroidenticação”, destaca.

Essa é uma oportunidade para a criação de subsídio na elaboração de uma metodologia de heteroidenficação, a partir da autodeclaração dos negros e negras, no âmbito da Portaria Normativa nº 04 do Ministério do Planejamento de 06 abril 2018. Segundo o pró-reitor de Ensino de Graduação da Ufam, David Lopes Neto, debater sobre as relações raciais dentro da Ufam antes das deliberações é fundamental. “O curso de capacitação faz parte de um trabalho de sensibilização da comunidade acadêmica para aperfeiçoar o entendimento das políticas de ações afirmativas antes das deliberações normativas’, completa.

Para a professora e coordenadora do Núcleo de Estudos Afro Indígena (NEAINC/Ufam), Renilda Aparecida Costa, oferecer uma capacitação para implementação de políticas de ação afirmativas, especificamente de cotas raciais, possibilita aproximar os gestores da Ufam a temática. “Para que as políticas de ações afirmativas sejam feitas de forma adequada é preciso que os gestores e técnicos da Ufam, que tratam diretamente com relações raciais, estejam em constante formação”, conclui.             

 

Confira a Programação

DATA: 02 de maio de 2019

Das 8 às 9h45

Relações raciais ao longo do século XX e Primeiras décadas do século XXI

9h45 – intervalo

Das 10 às 11h30

Ação afirmativa, cotas para negros e bancas de verificação – O princípio da autodeclaração diante da Portaria Normativa no. 04 do Ministério do Planejamento de 06/abr/18.

Das 14 às 17h

O desafio dos gestores da Graduação, da Pró-Reitoria de Graduação, com relação criação de uma metodologia de heteroidenficação no âmbito autodeclaração de negros e negras

DATA: 03 de maio de 2019

Das 8 às 9h45

Interlocução com coordenação de cursos e programas de pós-graduação e o debate sobre o ingresso por intermédio de cotas.

9h45 – intervalo

Das 10 às 11h30

Os impactos na estrutura dos cursos e programas (bolsas, ações de permanência, disciplinas, etc.).

Das 14 às 17h

Diálogo com a comissão de concurso público: experiências recentes.

 

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