Campus da Ufam em Benjamin Constant promove atividades alusivas ao Setembro Amarelo

Campanha de combate ao suicídio teve como público de interesse os acadêmicos do INC

Por Cristiane Souza
Equipe Ascom

Realizada pelo Setor de Psicologia do Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (INC/Ufam), a Rodada de Conversa realizada na última quinta-feira, 20, na Sala do Núcleo de Acessibilidade, para expor à comunidade acadêmica do campus de Benjamin Constant a respeito do Setembro Amarelo, mês de prevenção do suicídio.

A apresentação do tema ficou sob a responsabilidade das psicólogas do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), Nígia Pessoa dos Santos e Consuelo Oliveira. No informativo preparado para o evento, foram inseridas informações sobre a importância dos cuidados com a saúde mental para prevenir transtornos e evitar situações extremas.

Prevenção

“A saúde mental é parte integrante e essencial da saúde como um todo, sendo seu conceito mais amplo do que a ausência de transtornos mentais. Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), diversos fatores podem colocar em risco a saúde mental das pessoas, como rápidas mudanças sociais, condições de trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, violência e violação dos direitos humanos. Além disso, fatores psicológicos e de personalidade podem tornar as pessoas mais vulneráveis ao sofrimento psíquico e aos transtornos mentais”, referencia o texto informativo.

Dentre as medidas de prevenção elencadas pelo Ministério da Saúde, foram destacadas pelas profissionais estas: Redução de acesso aos meios utilizados nas tentativas; Identificação precoce, tratamento e cuidados de pessoas dentro dos grupos de risco; Formação de trabalhadores em avaliação e gerenciamento de comportamentos suicidas; Acompanhamento de pessoas que tentaram suicídio e prestação de apoio comunitário. No Amazonas, é a rede de atenção em saúde mental que acolhe e acompanha os casos de tentativa de suicídio.

Mais informações: Michele Firmo Guimarães (sala de atendimento psicológico do INC, email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.).

Estudante de Engenharia Química da Ufam terá dupla formação acadêmica

Estudante Miguel Salazar do curso de Engenharia Química da UfamEstudante Miguel Salazar do curso de Engenharia Química da Ufam
Por Juscelino Simões
Equipe Ascom

 

O estudante de graduação de Engenharia Química da Ufam, Miguel Costa Salazar, participou do programa de parceria universitária Brafitec da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que se caracteriza pela dupla formação acadêmica. Ele estudou na Universidade de Lille, no norte da França, por dois anos e agora retorna para dar continuidade ao curso de graduação na Ufam. Após a conclusão, receberá o diploma das instituições.

A ideia de estudar em um país europeu surgiu quando uma amiga dele falou do programa da Capes de dupla formação na área de engenharia. Ele buscou a forma de seleção do Programa e realizou sua inscrição. Após a avaliação do seu perfil acadêmico, ele foi selecionado e seguiu para estudar na Instituição francesa.

O ensino superior na França é essencialmente público e gratuito aos, sendo assim, o estudante brasileiro desfruta das mesmas condições que o estudante francês, facilitando o acesso aos estudantes estrangeiros, por meio do Brafitec (Brasil France Ingénieur Technologie) da Capes.

O programa consiste em projetos conjuntos de pesquisa em parcerias universitárias em todas as especialidades de Engenharia, exclusivamente em nível de graduação, para promover o intercâmbio entre os países e estimular a aproximação das estruturas curriculares, inclusive à equivalência e o reconhecimento mútuo de créditos.

O estudante concedeu entrevista e contou sua experiência e a expectativa de possuir dois diplomas de duas importantes Instituições acadêmicas, assim que concluir a graduação na Ufam, e que outros alunos possam ter acesso ao Programa.

Como conheceu o Brafitec?  

Não sabia do Programa, era pouco divulgado. Não imaginei que outros estudantes já tinham tido essa experiência. Soube por uma amiga que estudava na Faculdade e que me incentivou a fazê-lo. Procurei saber sobre o edital, vi quais eram os requisitos, me inscrevi e fui selecionado.

Quais foram às dificuldades?

Tem sempre coisas que dificultam. A adaptação a uma cultura diferente é algo que leva um tempo. No início, a língua foi um problema, mas depois você se acostuma. A questão mesmo é cultural, quanto à comida, a forma de agir, entre situações diárias. Para algumas pessoas isso é muito complicado. Foi o que mais me dificultou, mas depois fui me acostumando.

Quanto ao curso na Universidade de Lille? Como foi sua vida acadêmica nesses dois anos?

No curso de Engenharia da Ufam fazemos mais cálculos. Em Lille, a parte teórica é trabalhada com mais intensidade. Aqui o ritmo de estudo é mais lento. Fazemos mais questões durante a aula para verificar se o aluno aprendeu mesmo. Na França, o ritmo é mais acelerado e eles dão mais conteúdo. Faz parte da cultura do país. Tive que me adaptar a forma de ensino deles. Foi uma experiência importante para minha vida.

Do ponto de vista profissional, ter um diploma internacional faz diferença no mercado interno?

Acredito que ter um diploma de uma universidade francesa eleva o currículo de qualquer um. Espero que faça diferença no mercado. Existem empresas estrangeiras que buscam profissionais que tenha um currículo com título de formação internacional. No momento penso em cursar doutorado na França, mas ainda não tenho certeza do que vou fazer. Preciso concluir o curso de Engenharia da Ufam e depois vou ver o que faço.    

     

 

Mesa-redonda discute relações comerciais entre China e América Latina

 Pesquisadores defendem aproximação da América Latina com a China. Pesquisadores defendem aproximação da América Latina com a China.

 
Por Sandra Siqueira
Equipe Ascom

Composta por pesquisadores chineses e brasileiros e por membro do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, a mesa-redonda 'Política, Relações Internacionais e Cultura', discutiu as relações estabelecidas entre China e América Latina com vistas a superar os obstáculos e permitir maior interação entre elas. O evento realizado na manhã desta sexta-feira, 21, no Studio 5 Centro de Convenções, integra o VII Fórum Acadêmico de Alto Nível China-América Latina.

A análise das relações entre o país asiático e a América Latina foi exposta primeiramente pelo professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e também do Instituto Confúcio, Marcos Cordeiro Pires. De acordo com ele, a China vem manifestando interesse em se aproximar da América Latina, mas encontra obstáculos, entre os quais a influência americana na ideologia, no poder militar e entre as classes de elite. “A América Latina é o quintal dos Estados Unidos”, declarou. Marcos Cordeiro acredita que um dos benefícios da maior interação com a China será o acesso à tecnologia de última geração, característica da Quarta Revolução Industrial, mas que para isso o país precisa desenvolver uma política relativa ao tema, o que até o momento não existe.

Já o professor de Relações Internacionais e diretor-geral do Instituto de Estudos Latino-americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais (IAL/CASS), Wu Baiyi, discorreu sobre o recente acirramento da concorrência econômica entre China e Estados Unidos. O palestrante afirma que a relação comercial entre ambos foi firmada com base em marcos legais e normas e que, agora, os americanos estão agindo de forma unilateral. O professor defende o posicionamento mais consensual entre os países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), com decisões que levem em conta inclusive a visão dos países emergentes. “O Brasil tem peso relevante, ele e os países da América Latina. Eles serão descartados da mesa de debate?”, questionou.

Para o professor de Ciência Política da Unesp, Tullo Vigevani, as medidas adotadas por alguns governos no continente americano suscitam preocupações quanto às consequências do ponto de vista das relações de comércio. Vigevani apresentou as razões para a instabilidade brasileira entre elas a ausência de capacidade das elites, das sociedades e do Estado em definir política estratégica de projetos nacionais e regionais. “A capacidade de encontrar um interlocutor da América Latina para a China me parece um sonho de uma noite de verão”, disse.

Yang Jianmin é diretor do Departamento de Política do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais (ILAS/CASS) e destacou algumas dificuldades do estreitamento das relações entre a América Latina e a China. O não entendimento das políticas dos países, com legislações municipais, estaduais e federais, em alguns casos, é o principal obstáculo, segundo Jianmin.

Membro do MRE defende abordagem bilateral Brasil-China.Membro do MRE defende abordagem bilateral Brasil-China.Representando o Ministério de Relações Exteriores, Marco Tulio Cabral discordou de alguns posicionamentos dos seus colegas de mesa. Segundo o membro do Itamarati, o Brasil tem autonomia política e diplomática e não é fundo de quintal de qualquer outro país. Cabral também criticou a escolha do tema do evento. Segundo ele, a América Latina não estabelece relações com qualquer Estado porque não existe como bloco econômico definido à semelhança da União Europeia.

Sobre o maior parceiro econômico do Brasil, a China, o coordenador-geral do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) do MRE ressaltou que ambos acreditam no universalismo e no multilateralismo, o que facilita a relação comercial entre eles. Sobre a situação política do Brasil, Marco Tulio afirmou que as mudanças de governo não afetam drasticamente a postura do país em suas relações internacionais porque existe burocracia consolidada a respeito que protege as ações do Ministério. Para exemplificar, ele mencionou o impeachment da presidente Dilma Russef e a posse do presidente Michel Temer, o que,segundo ele, não resultou em mudanças significativas na política internacional brasileira. “Nós sempre buscamos parcerias no mundo inteiro, não é de hoje. Nós nunca tivemos uma dependência excessiva dos Estados Unidos. Hoje em dia, o nosso maior parceiro é a China, mas nós continuamos tendo um leque muito amplo. Nosso comércio com a América Latina é quase tão grande quanto com a China, com a União Europeia e com os Estados Unidos também”, comentou.

 

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