Considerado um dos melhores físicos do país, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, abordou o histórico, as perspectivas e os desafios da Física no Brasil. A palestra aconteceu na noite desta quarta-feira (11), no anfiteatro Rio Javari da Faculdade de Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas. 

Ex-ministro destacou o importante papel da Universidade para estimular os jovens a serem inovadores

Entre os fatos marcantes para a ciência no Brasil, o palestrante destacou a reestruturação do Observatório Nacional e a criação do Instituto Nacional de Tecnologia, em 1921. Entre os desafios, ele ressaltou a necessidade de atrair mais jovens para a área de Física e estimular o empreendedorismo na área. “A Física está na base de todas as novidades que temos em Eletrônica, fundamentais para o dia a dia. Muitos equipamentos de diagnósticos médicos, por exemplo, dependem de fenômenos físicos, de domínio dos pesquisadores dessa área específica. As empresas investem bastante na contratação de engenheiros, pois associam tecnologia à engenharia. O físico tem uma formação muito importante para setores estratégicos da tecnologia. O número de Físicos com doutorado no Brasil é de cerca de 5 mil, a maior parte, cerca de 95% está na academia. Precisamos  estimular o empreendedorismo entre os jovens físicos, incentivar a interdisciplinaridade. Não podemos perder a oportunidade de promover a interação, fazer visitas e estimular jovens pesquisadores a se associarem a empresas inovadoras e a Universidade tem um papel importantíssimo nessa etapa”, avaliou o palestrante. 

Professor Igor Padilha, do Departamento de Física da UfamO professor do Departamento de Física, Igor Padilha, disse que é uma honra a Universidade Federal do Amazonas receber uma das principais referências da Física no país. “O doutor Sérgio Rezende relata, com maestria, como foi o desenvolvimento da Física, não só no Brasil mas, principalmente, nos países desenvolvidos, os quais começaram a investir em tecnologia há 300 ou 400 anos enquanto nós, no Brasil, começamos há 40 ou, no máximo, 50 anos e é com propriedade de quem já dirigiu o Ministério da Ciência e Tecnologia do país que ele aponta os desafios que temos que enfrentar para o progresso da ciência”, elogiou o professor.  

A estudante Sara Jane Colares da Silva, do 4º período de Física, destaca que a palestra é importante para a trajetória acadêmica dela. “Quero me especializar em Mecânica Estatística, que é, em resumo, probabilidade pura. Nessa área, tentamos resolver os problemas da natureza usando coisas simétricas, mesmo que as coisas não sejam tão simétricas assim; porque se não tentarmos resolver com formas simétricas e com as probabilidades, não vamos saber resolver e nem entender muito os fenômenos da natureza. Quando um ex-ministro de Ciência e Tecnologia diz que é preciso o jovem arriscar, ousar nas pesquisas, eu me vejo adequada a esse perfil. Percebo que ele fala diretamente pra mim e percebo que posso ser uma protagonista nesta área da ciência”.

O I Seminário de Pós-Graduação em História iniciou suas atividades nesta quarta-feira (11) com relatos sobre “Experiências de Pesquisa no Pós-Doutorado” dos professores Márcia Eliane de Souza Mello, Antônio Emílio Morga e Sinval Carlos Mello Gonçalves. A programação segue até sexta (13) com mesas de debates e apresentação dos resultados de pesquisas dos acadêmicos do Programa de Pós-Graduação em História.