Obra etnomusicológica de Rafael Bastos será lançada no CAUA nesta quinta-feira, 12

"A Festa da Jaguatirica: uma partitura crítico-interpretativa", de Rafael  Jose de Menezes Bastos,  reúne músicas do povo Kamayurá, do Alto Xingu em que terá lançamento nesta  quinta-feira, 12, às 19h, no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (CAUA), localizado na Rua Monsenhor Coutinho, 724, Centro.

Com o apoio do Museu Amazônico e do Grupo de Pesquisa “Mbaraka, arte, cultura e sociedade” do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPAS), a obra `A Festa da Jaguatirica: uma partitura crítico-interpretativa` é  pioneira na etnomusicologia e reúne mais de quatro décadas de pesquisas sobre a música do povo Kamayurá, do Alto Xingu, em que o autor apresenta fotos, ilustrações e a descrição integral de um ritual musical ameríndio.

Antropólogo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rafael Bastos, conviveu com os índios Kamaiurá desde 1969, período em que aprendeu a música, a filosofia, o pensar, o sentir e o fazer daquele povo do Alto Xingu.

Segundo o autor, o livro aborda o ritual de longa duração do Javari que ocorre no espaço de tempo de 11 dias e noites. O autor mostra como a música é composta a partir de pequenas unidades (canções e vinhetas) e elaborada por meio de uma fina dialética de repetições e diferenciações em sequências dessas unidades, a qual é executada continuamente durante esse tempo.

De acordo com ele, o javari é um longo poema cantado do mesmo estilo que a Ilíada e a Odisséia. A obra vem acompanhada de um CD contendo músicas colhidas e eternizadas pelo antropólogo em 1969, que estão sendo reaprendidas pelas crianças da aldeia dos Kamaiurá, as quais o chamam, carinhosamente, de avô. O autor explica que existe certo respeito e prestígio junto à comunidade indígena. “É muito simples. Basta não roubá-la, não traí-la, aliar-se a ela”, comenta o pesquisador.

Ainda, segundo o autor, o livro devolve aos indígenas um trabalho feito entre eles durante anos a fio e contribui para mostrar aos não-índios a cultura dos Kamaiurá. Constituído, portanto, em uma fonte de informação não só para os estudiosos da etnomusicologia como também para aqueles que apreciam à música em geral, assegura o autor.

Lançado, primeiramente, na UFSC, a obra inaugura a recém-criada Coleção Brasil Plural, da Editora da mesma Universidade (UFSC) que abre espaço para divulgação da produção da produção cientifica do Instituto Nacional de Pesquisa Brasil Plural (INCT), que conta com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), UFSC, Ufam e das Fundações de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina e do Amazonas (Fapesc e Fapeam).

               

 

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