Agricultura familiar: desafios e oportunidades para desenvolver o segmento no estado
Abertura do Seminário nesta terça (25)A partir da elaboração de um arranjo interinstitucional, será possível efetivar propostas acerca da agricultura familiar no Amazonas e em nível regional, tendo em vista que o último senso agropecuário (2006) apontou a produção no segmento como 93% do total no estado. A UFAM sedia, até o próximo dia 27, o ‘Seminário de Agricultura Familiar no Amazonas: Desafios para Inovação e Sustentabilidade’, cujo ponto forte é unir conhecimentos e perspectivas no setor.
Programação do Seminário de Agricultura Familiar
O diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, professor Neliton Silva, é o anfitrião do evento, cuja abertura ocorreu nesta terça (25), no auditório Samaúma/FCA. A ação é realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e tem a participação de agricultores e extrativistas, pesquisadores e estudantes do setor. Entre as instituições parceiras estão a Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) e a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB-AM).
Entre os convidados, autoridades e pesquisadores do setor agropecuárioAo receber os participantes, o professor Neliton foi enfático ao destacar dois grandes objetivos do Seminário: “Precisamos repensar produção na agricultura familiar e geração de tecnologias inovadoras para incrementar o setor”. Na avaliação do diretor da FCA, é preciso, estreitar a relação entre a academia e o Setor Primário, por meio de agendas prioritárias de pesquisa para solucionar temas urgentes, tais como o quadro de eventos extremos (grandes cheias e secas). “Com certeza iremos terminar o evento com propostas concretas sobre muitas inquietudes”, disse, dentre as quais: “Que profissionais estamos formando para lidar com essa realidade?”.
Fortalecer o segmento
Sobre desafios para a agricultura familiar, a secretária de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Camila Amaral, lembrou umas das vantagens do Estado: “Não temos conversão de floresta em pasto e monocultura. Nós precisamos, então, desenvolver produtos regionais”. Ela apontou a atuação do Idam como fundamental para a valorização de técnicas direcionadas à produção desses produtos, e citou a regionalização da merenda escolar como um avanço nas estratégias de fortalecimento da agricultura familiar.
Os extensionistas rurais do Idam Jorge Augusto Monteiro e João Duarte, que estavam expondo material de divulgação na área externa, disseram que o trabalho do Instituto obedece à aptidão de cada um dos 62 municípios amazonenses. “Realizamos cursos, treinamentos sobre metodologias inovadoras tanto na agricultura quanto na pecuária, numa perspectiva de educação e extensão”, expôs João Duarte. Jorge Augusto enumerou algumas das principais culturas do Amazonas: “Em Humaitá, a produção de grãos é destaque; em Maués, do guaraná; em Tefé, da farinha; em Codajás, do açaí; e em Rio Preto da Eva, da laranja. Graças a essa produção local em Rio Preto, o Estado está ficando autossuficiente quanto à laranja”.Produtos foram expostos na FCA
Técnicas, processos e produtos
A diversificação de produtos e modos de produção são as bases da segurança alimentar e da geração de renda. Nesse processo, utilizar tecnologias inovadoras, capazes de atender à demanda local e aumentar a produção, a qualidade do produto e a renda familiar, é essencial. Um dos coordenadores do Seminário, o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa na Amazônia Ocidental, Ricardo Lopes, destaca a atuação da empresa em vários segmentos na região, dentre os quais: piscicultura, ortaliças, plantas medicinais. Atuamos desenvolvendo técnicas de produtos e processos que possam gerar benefícios para o pequeno produtor.
Um exemplo de produto é o ‘despirfilhador da bananeira’, equipamento que será usado para aumentar a produtividade dos produtores, sendo direcionado para agricultura familiar. “Outra recente inovação será benéfica para o manejo de guaraná, mais direcionada para a produção regional”, explicou Ricardo Lopes.
A proposta do evento é aproximar as tecnologias - técnicas, processos, produtos e conhecimentos - da realidade do produtor local, através dos parceiros. “Os eventos coletivos para a formação de um arranjo interinstitucional é a nossa meta”, esclareceu Lindomar Silva, que é pesquisador na empresa organizadora do Seminário.
PPGL promove minicurso sobre Post-modernismo
professora Ana Paula Arnaut
O Programa de Pós-graduação em Letras promoveu, nesta tarde de segunda-feira, 24, o minicurso “José Saramago e Antônio Lobo Antunes: (Re) criações do real”, ministrado pela professora da Universidade de Coimbra, Ana Paula Arnaut. O minicurso ocorre no mini auditório da Faculdade de Estudos Sociais (FES), no setor Norte do campus, e vai até a sexta-feira, dia 28.
O minicurso faz parte da programação anual do Programa (área de Literatura) e é voltada para estudantes da graduação e da pós-graduação em Letras. A professora Ana Paula Arnaut analisa as obras de dois escritores portugueses mais conhecidos no Brasil para demonstrar o aspecto post-modernista em sua literatura.
José Saramago e Antônio Lobo Antunes são dois dos grandes escritores da literatura portuguesa contemporânea. A escolha deles foi em razão das questões teóricas relacionadas com o período literário em que pertencem esses escritores. Suas obras têm muitas características post-modernista e servem como referência para explicar este movimento literário.
O Post-modernismo é um conjunto de características que vão buscar movimentos e características de períodos literários anteriores e os submete a uma nova aplicação. Não é uma coisa nova, mas de uma maneira nova. É uma construção estética remontada com outras partes. O Post-modernismo português surge em 1968, com a publicação do romance do escritor José Cardoso Pires, Delfim. Oficialmente é a obra que originou o movimento em Portugal, mas não quer dizer que as características não possa ter aparecido em outras obras em momentos anteriores.
Neste primeiro dia a professora Ana Paula Arnaut fez uma explicação teórica sobre o tema. Ou seja, a parte teórica sobre as características do Post-modernismo. Em seguida, citou as obras dos autores que vai utilizar para identificar as características do movimento. Nos outros dias vai trabalhar a parte prática com os participantes.
“O Post-modernismo é uma ‘colcha de retalhos’. É um movimento construído com partes de outros momentos literários. Eu diria que a máxima do Post-modernismo é: ‘não é uma coisa nova, mas de uma maneira nova’. Este é um movimento contemporâneo, mas com aspectos de movimentos anteriores”, disse a professora Ana Paula.
Interface entre Geografia & Saúde no contexto global é discutida na abertura do V CIGEOS
Parceiros participaram da abertura do eventoA abertura oficial do V Congresso Internacional de Geografia da Saúde ocorreu na tarde desta segunda-feira (24), no auditório Rio Amazonas da Faculdade de Estudos Sociais. Para discutir o tema ‘Ambientes e Sujeitos Sociais no Mundo Globalizado’, a UFAM recebeu a professora Ana Paula Santana, doutora em Geografia Humana e catedrática da Universidade de Coimbra, cuja produção é mundialmente conhecida por aproximar os temas saúde, ambiente e globalização. Ao fim do evento, nesta sexta (28), será iniciada a elaboração de um livro sobre o tema.
Acesse o portal do V CIGEOS e confira a programação completa.
Ao representar a reitora, professora Márcia Perales, na solenidade de abertura, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), professor Gilson Monteiro, ressaltou o importante papel da Universidade na promoção de diálogo e troca de conhecimentos, através do apoio a ações como o CIGEOS. “É uma oportunidade de ampliar o sentido de saúde, pensando do ponto de vista da prevenção. Aqui será realizado o efetivo processo de troca de conhecimento de que a Universidade precisa. Muito mais do que o excessivo tempo em sala de aula, é nosso dever sair das ‘zonas de conforto’, e a Geografia dá um passo importante quando se aproxima da Saúde”.
Coordenador do Congresso recebe os convidadosO coordenador do Congresso, professor José Ademir de Oliveira, alerta: “As doenças ocorrem num determinado espaço geográfico, numa relação com o ambiente. Hoje em dia, existe a globalização das doenças, assim como da economia, de bens e serviços”. Ao avaliar o papel do geógrafo, o professor enfatizou que esse é o profissional responsável pela análise da interface Geografia & Saúde, o qual interpreta e propõe os meios necessários para lidar com ela. Em se tratando de trabalhos nessa área, o professor aponta para a parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFAM (PPG-Geo/UFAM), a Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) e a Universidade Federal de Uberlândia como fonte de resultados nesse campo, tais como um livro e pesquisas de mestrado e doutorado.
Participaram da abertura, além do professor Gilson Monteiro e do professor José Ademir de Oliveira, o vice-diretor da Fundação Oswaldo Cruz no Amazonas (Fiocruz), Felipe Naveca; o vice-diretor do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), professor Nelcioney Araújo; o representante do Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador (Cerest), Eduardo Toledo; o chefe do Departamento de Geografia/UFAM, professor Marcos Lima; e a coordenadora do PPG-Geo/UFAM, professora Amélia Nogueira.
Professora fala sobre globalização e saúdeGlobalização, Geografia e Saúde
A professora Ana Paula Santana proferiu a palestra inicial, na qual apresentou um panorama da relação entre a globalização e suas consequências para a saúde em escala mundial. “Globalizar significa aniquilar virtualmente o tempo e o espaço; esse fenômeno causa impactos positivos e negativos, dentre os quais eu destaquei a iniquidade e a partilha do conhecimento, respectivamente”, disse a catedrática, que também é consultora da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao elencar as manifestações da globalização, ela apontou mobilidade global, comunicação, novas estruturas de governos, alterações climáticas, interações culturais e fluxos migratórios como algumas delas, as quais influenciam as políticas globais sobre saúde.
“A globalização da saúde reflete-se na elaboração dos objetivos do milênio, na criação de políticas internacionais sobre saúde e na homogeneização dos estilos de vida”, refletiu a professora. Como consequências deste último fenômeno, é possível pensar sobre as doenças crônicas: “Mesmo que não sejam transmissíveis, os comportamentos que as condicionam são compartilhados e reforçados pela propaganda e pelo marketing”.
Interinstitucional
O evento é uma realização do PPG-Geo/UFAM e coordenado pelo professor José Ademir de Oliveira, tendo ainda a colaboração da Fiocruz, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), Cerest, Núcleo de Estudos e Pesquisas das Cidades na Amazônia Brasileira (NEPECAB), Programa de Licenciatura Indígena e Projeto Cine & Vídeo Tarumã. Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (Fapeam) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) também fazem parte do rol de apoiadores do Congresso.