Responsável pelos projetos em robótica, professor José Reginaldo, em teste de equipamento
O Instituto de Computação (Icomp), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) recebeu na última semana, uma série de equipamentos para uso por parte dos estudantes de graduação, pós-graduação e professores que realizam pesquisas na área de robótica. Adquiridos por meio do edital do Pró-Equipamentos, no valor de R$ 1,5 milhão, as peças serão manejadas com foco em projetos nas áreas de agricultura de precisão, monitoramento e proteção ambiental, como explicou o professor responsável do Icomp, responsável pela iniciativa, José Reginaldo Carvalho.
"A chegada desses robôs era uma necessidade desde 2013 e agradecemos à Reitoria e também ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) que atendeu à nossa solicitação, uma vez que poucas universidades do País têm oportunidade de contar com esses equipamentos que, em muito, ajudam a promover o conhecimento, a divulgação científica", comentou ele.
O professor explicou que no âmbito da agricultura de precisão, o objetivo é construir novos métodos, inserir algorítimos que vão, através da robótica, aumentar a produtividade no campo. No caso de um dos equipamentos adquiridos, o quadrirrotor tem uma câmera termal ou infravermelho e ela tem a capacidade de fazer detecção de pragas quando estão no começo.
"O quadrirrotor faz o que nós chamamos de 'assinatura de calor' das folhas, o que, obviamente, uma câmera comum não faz. Outra aplicação desses robôs terrestres é que eles podem andar sozinho no campo. É claro que eles não são implementos agrícolas, mas nós inserimos algorítimos neles, testamos neles e quando estiverem prontos, nós transportamos esses mesmos algorítimos para os tratores e implementos agrícolas do campo. E é importante salientar que os robôs lego, por exemplo, não têm essa mesma funcionalidade, porque os algorítimos não podem ser transferidos para uma máquina de campo e não poderá andar em terreno acidentado. Terá que transpor um tronco e não vai conseguir, situações que robôs sem as características de quadrirrotor não têm como solucionar e dentro de um laboratório, as pesquisas não conseguem abarcar, porque os trabalhos precisam ser em campo", explicou.
Já no que se refere a monitoramento e à proteção ambiental, o professor revelou que as peças aéreas têm a função de servir como "olhos humanos", sendo usados eventualmente em situações as quais ofereçam risco à vida de agentes federais, por exemplo, ou onde há dificuldade de acesso a lugares que precisem ser fiscalizados.
Alunos e professores durante apresentação de parte dos equipamentos
"Podem ser feitas análises de zonas de desmatamento ou mesmo inspeções de rotina. Nós adequamos o algorítimo desses equipamentos e o enviamos para fazer os trabalhos. É mais seguro e com resultado mais preciso", frisou. Sobre a estrutura do maquinário, a câmera termal ajuda a fazer o levantamento fotográfico dos locais e o laser, o levantamento tridimensional, porque indica medidas exatas de altura e demais dados.
"Alunos de graduação e pós-graduação e professores do laboratório de Robótica já passaram por treinamento junto aos fabricantes, que são de Portugal. Em breve, depois que finalizarmos alguns testes aqui no Icomp, deveremos ir à campo para iniciar pesquisas no Instituto Mamirauá, da cidade de Tefé, possivelmente, em abril ou maio do próximo ano", contou.
Pesquisa e divulgação científica - O diretor do Instituto de Computação (Icomp), professor Ruiter Braga, disse que a demanda pelos equipamentos que inclui até mesmo um carro motorizado, semelhante aos infantis, que funcionam por meio de um joy stick (controle remoto) mais elaborado, vem desde o ano de 2013.
Pró-equipamentos possibilitou aquisição de R$ 1,5 mi em edital
"Hoje estamos muito confortáveis em levar a cabo pesquisas de primeira linha, uma vez que temos condições de ampliar nosso campo de visão e atuação", comentou.
A opinião é compartilhada pelo responsável da área de robótica, professor José Reginaldo Carvalho. "Com a chegada desses equipamentos, a estrutura e a situação do departamento muda bastante. Isso porque antes, a gente só conseguia publicar artigos científicos em veículos que não eram tão relevantes, porque ainda aceitam robótica em simulação, ou seja, aquelas produzidas em animação de computador. A partir de agora estaremos prontos para fazer experimentos no campo, em eventos e conferências que são muito mais exigentes. Hoje, existem revistas de robótica que não aceitam mais simulação. É preciso apresentar o robô em funcionamento", explicou.
A relação de equipamentos voltados ao inclui: Central de Dados de Alto Desempenho: cluster de máquinas para a realização de pesquisa onde aspectos relacionados com desempenho são fundamentais (CDAD), Rede para Processamento Paralelo e Distribuído: infraestrutura adequada para a pesquisa de temas de elevada complexidade computacional (RPPD) e Plataforma Robótica Aero-Terrestre de Interior e de Exterior:esta plataforma será utilizada para o desenvolvimento de pesquisa em robótica ambiental, tecnologias móveis para sistemas embarcados para eletrônica de consumo, backbones assíncronos (PRAT).
Da Assessoria de Comunicação da UFAM
Por Carla Santos