UFAM Parintins incentiva a produção de silagem entre pecuaristas da região

Experimento introduz técnica ainda pouco conhecida no município

UFAM Parintins formou parceria com a Associação de Pecuaristas do município para confeccionar a silagemUFAM Parintins formou parceria com a Associação de Pecuaristas do município para confeccionar a silagemUm projeto para a produção de silagem está em fase de implantação no município de Parintins (AM). O experimento é fruto do Programa de Atividade Curricular de Extensão (PACE) sobre produção de silagem no município, ligado ao curso de Zootecnia do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ) da UFAM Parintins, em parceria com um projeto de pesquisa do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal. Intitulado “Substituição de milho por farelo de cupuaçu na dieta de bubalinos alimentados com silagem de capim-elefante”, a pesquisa de autoria dos mestrandos Marivaldo Jacaúna e Maiara Ferreira propõe uma alternativa mais econômica para a alimentação dos rebanhos de búfalos em Parintins.

Alunos de Zootecnia participaram da produção da silagem Alunos de Zootecnia participaram da produção da silagem

A silagem é uma técnica antiga de armazenamento e conservação de forragem em um período de excesso de produção (época de maior pluviosidade) para alimentar ruminantes em períodos de escassez de alimentos (época da seca). Não se trata de uma novidade para o resto do país, mas ainda é uma prática pouco difundida em Parintins. 

O mestrando Marivaldo Jacaúna aponta os benefícios da conservação da forragem em forma de silagem. “É a alternativa mais viável, pois otimiza o espaço físico de pequenas propriedades, diminui gastos com limpeza, adubação e calagem de grandes áreas, além de reter os animais em áreas menores”, explica. “A energia animal usada em atividades secundárias (como caminhar longas distâncias em busca de alimento) diminui e pode ser utilizada na produção efetiva de carne e leite, além de minimizar o impacto ambiental causado pela pecuária extensiva”.

Cerca de dezoito alunos de Zootecnia sob a coordenação do professor Ronaldo Francisco de Lima uniram-se a produtores da Associação dos Pecuaristas de Parintins (APP) para a confecção da silagem. O experimento terá duração de aproximadamente 120 dias; a estimativa é que em meados de outubro os animais sejam alimentados com a nova silagem.

Para o docente, ações como esta “mostram a importância da Universidade na difusão de tecnologia através da extensão, utilizando os alunos como ferramenta de transformação da realidade local”.

Técnica é economicamente viável para produtores de ParintinsTécnica é economicamente viável para produtores de Parintins

 

Farelo de cupuaçu será usado como alternativa ao milho em silagens

Além de introduzir a silagem para os pecuaristas da região, o projeto “Substituição de milho por farelo de cupuaçu na dieta de bubalinos alimentados com silagem de capim-elefante” busca disponibilizar um ingrediente dietético economicamente mais viável para alimentação dos animais. A ideia é que o farelo de cupuaçu substitua o milho na dieta dos ruminantes, visto que o Amazonas não é um produtor de milho – o que faz com que o cereal chegue caro aos produtores locais. A utilização de um subproduto da indústria do cupuaçu não apenas baixaria os custos de produção animal, como também daria um destino correto ao resíduo.

FD promove I Mostra de Artigos Científicos

134 banners estão expostos nos corredores da Unidade para o público em geral

Ainda no 5º período de Direito, Carlos Eduardo já publicou 18 artigos em revistas jurídicas especializadasAinda no 5º período de Direito, Carlos Eduardo já publicou 18 artigos em revistas jurídicas especializadasA produção científica na área das ciências jurídicas é apresentada para os alunos já no primeiro período da faculdade. O resultado do trabalho acadêmico realizado pelos calouros extrapolou os limites da sala de aula e ganhou uma exposição inédita neste dia 15 de setembro de 2016, quando 67 artigos de cada turno do curso de Direito da Universidade Federal do Amazonas foram expostos na forma de banner.

Segundo a titular da disciplina Metodologia do Estudo em Direito há cinco anos, professora Dorinethe Bentes, desde 2011 os alunos desenvolvem o conteúdo em três etapas: a elaboração do projeto, a produção do artigo científico conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a apresentação. “Até o ano passado, a fase da apresentação era apenas na sala de aula. Agora resolvemos expandir e mostrar para toda a comunidade da Ufam as pesquisas que estão sendo produzidas pelos alunos ainda no primeiro semestre da faculdade”, salientou a orientadora dos artigos.

Motivação

Para incentivar a iniciação à pesquisa, a estratégia é introduzir os discentes nesse universo logo no início do curso. Carlos Eduardo Araújo, ainda no 5º período, já tem uma lista de 18 artigos publicados em revistas jurídicas. “Iniciei há dois anos e meio, motivado pela disciplina de Metodologia. Soube que o Regimento da FD permite o aproveitamento das publicações em revistas da área no lugar na monografia. Desde o terceiro período consegui esse resultado e depois não parei de publicar”, contou.

Na tarde do dia 15 de setembro, o aluno, que tem uma média de mais de três trabalhos publicados por período, palestrou aos calouros no auditório da Unidade. “Publiquei na Revista do TCU e nas revistas Síntese – Direito Administrativo e Síntese – Licitações e Contratos. O meu interesse maior é nessa área e a dica que eu dou aos iniciantes na pesquisa é que se dediquem aos temas de que gostam, sem dar maior atenção aos que estão ‘na moda’ ou se acreditam não ter capacidade para escrever trabalhos científicos”, alertou. “O aperfeiçoamento é o resultado de dedicação, leitura e prática”, pontou ele.Vívian Tibúrcio é uma das 134 expositoras do eventoVívian Tibúrcio é uma das 134 expositoras do evento

Temas

Segundo a professora Dorinethe Bentes, os temas mais abordados foram na área do Direito Penal, por exemplo, os dez anos da Lei Maria da Penha e a precarização do sistema carcerário no Brasil. Situações de trabalho análogo à escravidão no contexto contemporâneo e direitos dos indígenas no Amazonas também foram abordados com frequência nos artigos.

“Outras propostas foram inéditas, como a influência da obra de Nicolau Maquiavel neste século. Foi uma abordagem teórica diferente da maioria”, explicitou a docente. Outro artigo que teve destaque em relação ao tema foi o que tratou da violência sofrida na hora do parto nas maternidades públicas de Manaus.  “A pesquisa revela que as vítimas são xingadas e tratadas violência pela equipe médica num momento de dor e sofrimento”, destacou a docente.

Uma das expositoras, Vívian Tibúrcio escreveu sobre os direitos do consumidor no comércio eletrônico. “A escolha foi baseada na minha experiência pessoal. Fiz três compras: uma chegou dentro do prazo e as outras nunca chegaram. Fiquei perdida porque não sabia a quem recorrer”, explicou a discente. Ela descobriu que o Código de Defesa do Consumidor e o Decreto 7.962/2013 regulam essa questão. Agora, Vívian dá dicas sobre compras online: “É importante ler as avaliações do vendedor e guardar os comprovantes do site e do email. Caso tenha algum problema, a loja tem cinco dias para solucionar diretamente. Ou então, é possível acionar o PROCON do seu estado”.

Todos os trabalhos foram avaliados por uma equipe de três finalistas do curso. Dentre os critérios estão a exposição do conteúdo, a interação com dúvidas e a apresentação do banner. Dessa forma, os alunos adquirem experiência e desenvoltura não somente na escrita do trabalho científico, mas no momento da divulgação dos resultados para o público.

3º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado discute a Amazônia

Reitora abriu o Congresso do Centro Celso Furtado  na FESReitora abriu o Congresso do Centro Celso Furtado na FESO Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento -CICEF- e a Universidade Federal do Amazonas -Ufam- realizaram nesta quinta-feira, 15, no auditório Rio Amazonas, da Faculdade de Estudos Sociais -FES-, no setor Norte do campus, solenidade de abertura do 3º Congresso Internacional Centro Celso Furtado “Amazônia brasileira e Pan-Amazônia: riqueza, diversidade e desenvolvimento humano”.

A mesa de abertura contou com a participação da reitora da Ufam, Márcia Perales Mendes Silva, do diretor-presidente do CICEF, Roberto Saturnino Braga, da conselheira deliberativa do CICEF, Rosa Freire d’Aguiar Furtado, do diretor da FES, Sylvio Puga, do superintendente de Engenharia da Itaipu Binacional, Jorge Habib Hanna El Khouri, do coordenador local do evento, professor do curso de Economia da FES, Mauro Thury, do secretário de estado de planejamento (representando o governador), Thomaz Nogueira e do procurador geral do município (representando o prefeito de Manaus), Marcos Cavalcanti.

O 3º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, uma instituição de estudos e pesquisas voltada para projetos e políticas ligadas ao desenvolvimento, pela primeira vez realiza o evento fora de sua sede no Rio de Janeiro. Vir para Amazônia promover o evento foi uma decisão unânime de seus membros em razão da região possuir inúmeras características. Na tarde ocorreram várias palestras e nesta sexta-feira também a programação é vasta, com inúmeras palestras e debates sobre a região e suas especificidades.

A aula magna do Congresso foi proferida pela embaixadora María Jacqueline Mendoza Ortega da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) intitulada “Panamazonía y el futuro de America de Sur”.

“Este evento para nós tem um grande significado. Primeiro, pela a importância da região e segundo, pela superação das dificuldades que tivemos para realizá-lo aqui. O Brasil passa por um momento econômico difícil e o Centro Celso Furtado também. De dois em dois anos realizamos o congresso sempre no Rio de Janeiro. No ano passado resolvemos que deveríamos fazer na Amazônia, especificamente em Manaus, por causa de suas características econômicas, antropológicas e ambientais. A finalidade do Congresso é chamar a atenção nacional, da mídia, da política, da opinião pública sobre a Amazônia. O modelo de desenvolvimento da Amazônia, que é muito específico, ainda não foi objeto de atenção nacional. A Amazônia não tem sido considerada com atenção e a prioridade que ela merece”, disse o diretor-presidente do Centro Celso Furtado, Saturnino Braga.      

O coordenador local do Congresso, professor da Faculdade de Estudos Sociais, Mauro Thury, ressaltou a oportunidade de debater a região com personalidades de diversas áreas. “É uma oportunidade trazer o evento para o público amazonense como também é interessante para o Centro Celso Furtado se aprofundar nesta temática e promover discussões acerca da Amazônia e propor alternativas.

A jornalista Rosa Freire (viúva do economista Celso Furtado e membro da Instituição) afirmou que os membros do Centro têm uma expectativa enorme de realizar este encontro aqui. “A expectativa é grande realizar o Congresso em Manaus. Estamos aqui para aprender sobre esta região cheia de riquezas culturais, ambientais e econômicas e contribuir com o seu desenvolvimento. Espero que os debates e palestras que irão ocorrer durante estes dois dias resultem em informações que influenciem políticas públicas para toda a Amazônia”, afirmou.

A reitora da Ufam, Márcia Perales Mendes Silva, ao abrir oficialmente o evento, parabenizou aos congressistas e destacou a importância de sediar o Congresso que propõe discutir a Amazônia. “Quero expressar nossa satisfação em estar sediando este evento que tem a proposta de discutir os problemas de toda a Amazônia. Temos reiterado de forma enfática sobre a importância da região, mas também que é necessário um reposicionamento estratégico em relação à Amazônia porque é um projeto de soberania nacional. Isto não é tarefa fácil, mas todos nós temos um papel fundamental neste processo”, destacou a reitora.  

Sobre o Centro Celso Furtado

Há dez anos foi criado o Centro Celso Furtado, cuja missão precípua é participar e enriquecer este debate sobre estratégias para o desenvolvimento, especialmente no caso do Brasil e da América Latina, seguindo a linha de pensamento do seu patrono. Foi em 22 de novembro de 2005 que se realizou a Assembleia Inaugural do Centro Internacional Celso Furtado, sendo nomeada sua primeira diretoria, composta por Luiz Gonzaga Belluzzo, Maria da Conceição Tavares, Rosa Freire d’Aguiar, Carlos Tiburcio, Claudio Salm e Hildete Pereira de Melo. A proposta de um centro de estudos e pesquisas voltado para projetos e políticas ligados ao desenvolvimento tinha sido apresentada pelo presidente Lula em junho de 2004, durante a XI reunião da Unctad, em São Paulo. Em dez anos, o Centro, sediado em duas salas do BNDES, no Rio de Janeiro, realizou dezenas de seminários, mesas-redondas, conferências, congressos, no Rio de Janeiro e em diversas cidades do Brasil.

 

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