Faculdade de Tecnologia ganha novas instalações para atividades acadêmicas
Além de Arquitetura e Urbanismo, outras graduações da FT também utilizarão o novo espaço, dentre as quais os cursos de Design e das engenharias.
Segunda-feira, 19 de março de 2018. Nesse dia, os discentes da Faculdade de Tecnologia (FT), dentre os quais aqueles que compõem o curso de Arquitetura e Urbanismo (CAU), tiveram bons motivos para comemorar. Eles receberam quatro ateliês e três laboratórios que serão utilizados nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os recintos localizam-se no pavimento superior do Bloco da Biblioteca da Faculdade de Tecnologia (FT).
A obra, moderna funcional, possui sete recintos distribuídos numa área total de 457m2, tendo sido investidos 345 mil reais. “Em 2014, começamos a pensar este espaço. Reunimos o corpo docente e nos disponibilizamos a elaborar o projeto; então, propusemos uma parceria à Prefeitura do Campus. Uma das nossas preocupações é a termoacústica, que proporciona isolamento acústico nos ambientes internos”, disse a chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, professora Elizângela Silva.
Professores apresentam ateliês para atividades práticasEssa é uma das principais inovações do projeto dos ateliês e laboratórios do CAU. “Como nós temos um laboratório de conforto térmico e ambiental. Então, pensamos num material cujo preço é acessível, o gesso acartonado. Assim, cada uma das paredes possui duas placas de gesso acartonado. Outra vantagem é o baixo custo da manutenção. Se houver algum dano, não há necessidade de comprar uma placa inteira, sendo possível apenas a substituição daquele pedaço. Ou seja, é uma obra mais prática e limpa também”, completou a docente.
Na avaliação do professor Gonzalo Melgar, coordenador do curso, esse foi o primeiro passo no objetivo de tornar o CAU uma referência no Amazonas e na região Norte. “Conquistamos um local adequado e correto para o ensino da Arquitetura. Conforme o curso vai crescendo, acredito que haverá novas incorporações, com mais ateliês e laboratórios”, afirmou ele. “Para que sejamos cada vez mais um espaço de referência, não somente na Universidade, mas também em toda a região Norte, buscamos ir além do esforço mercadológico. Nós refletimos a cidade de maneira não ligada ao ensino convencional, mas pautando nosso trabalho sempre no bem da sociedade”, completou.
Novidades
Cerca de 250 discentes fazem parte do bachareladoDistribuído em dez períodos, o curso tem 95% do total da carga horária direcionados às disciplinas práticas, que deverão ser ministradas no bloco. O local está dividido da seguinte forma: Ateliê 1 – Projetos de Arquitetura, usado para desenho a mão, desenho técnico e composição plástica; Ateliê 2 – Planejamento Urbano – utilizado para elaboração de mapas da cidade, maquetes e desenhos urbanos; Ateliês 3 e 4 – Práticas de Estudo da Forma e Maquete. O Ateliê 4 será usado inicialmente para ministração de disciplina teórica, sendo posteriormente transformado em mais uma sala de atividade prática.
Além disso, foram abertos à atividade três laboratórios, os quais serão utilizados principalmente para pesquisa, assim distribuídos: Teoria e História da Arquitetura, com uma mapoteca (espécie de arquivo para mapas); Arquitetura; e Planejamento Urbano, sendo este último voltado às investigações sobre a evolução urbana, a exemplo das alterações na malha urbana ou no sistema viário. “O curso de Arquitetura é a parte intelectual do ‘pensar a cidade’ e a prática de projeto urbano, de modo principalmente social”, endossa o professor Gonzalo.
Ateliê 4 será usado, inicialmente, para disciplina teórica“Estamos eufóricos pelo que conseguimos até aqui. Este espaço é como uma página em branco; e quem vai contar a história dele é cada pessoa que passar por aqui”, comemorou a professora Elizângela Silva, fazendo referência ao professor Gonzalo.
Além de Arquitetura e Urbanismo, outros cursos da FT farão uso da nova estrutura, dentre eles a graduação em Design e as engenharias, conforme destacou a coordenadora do curso de Design, professora Sheila Cordeiro Mota.
"Esses ateliês também farão parte do contexto de aulas do Departamento de Design e Expressão, com as disciplinas de desenhos, que constam em todas as grades curriculares dos cursos de engenharia da Ufam. Além disso, o curso de Design também deve fazer uso constante desses ateliês, uma vez que grande parte de suas disciplinas necessitam de tal estrutura para o desenvolvimento de atividades manuais intrínsecas", esclareceu a coordenadora do curso de Design.
Em oito anos
O curso foi criado em 2010 e adveio de um longo processo, iniciado ainda no final dos anos 1980, do qual participou efetivamente o emérito professor desta Instituição de Ensino Superior, Arquiteto Severiano Mário Porto. Passados 30 anos, o projeto foi concebido ainda na gestão do professor José Castro como diretor da Faculdade de Tecnologia (FT). Esse trajeto histórico foi mencionado por um dos pioneiros da implantação do CAU, professor José Carlos Bonetti, para quem a inauguração teve grande significado na história dessa graduação.
A discente do 9º período, Brenda Lustosa, é também presidente do Centro Acadêmico do curso. A finalista foi enfática ao enumerar as qualidades do novo espaço. “Ficou bonito, funcional e, principalmente, adequado para atender as nossas necessidades. Bem-vindos, calouros!”, convidou os novatos para aproveitar e cuidar dos novos ateliês e laboratórios.
CPA finaliza Relatório de Autoavaliação Institucional
Pesquisa foi realizada no período de 13 de novembro a 17 de dezembro de 2017 e utilizou cinco critérios de avaliação para Ufam
A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Ufam se reuniu na manhã de segunda-feira, 19, para a finalização do Relatório de Autoavaliação Institucional, resultado da pesquisa interna online, realizada no período de 13 de novembro a 17 de dezembro, que avaliou a universidade em cinco eixos: Planejamento e Avaliação Institucional, Desenvolvimento Institucional, Políticas Acadêmicas, Políticas de Gestão e Estrutura Física. Para cada eixo existem dimensões (Acesse). Participaram da pesquisa discentes, docentes e técnicos administrativos.
A Autoavaliação 2017 foi elaborada conforme orientações dadas pela Nota Técnica Nº 065, de 9 de outubro de 2014, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), por meio da sua Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes). Até o dia 31 de março o relatório será enviado ao Ministério da Educação (MEC), por meio do Sistema e-MEC. Após análise por parte do ministério, o relatório será disponibilizado para fins de estudo da comunidade acadêmica e sociedade no endereço eletrônico: www.cpa.ufam.edu.br.
“O relatório será encaminhado no dia 22 de março para o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes/MEC). A pesquisa é uma forma de demonstrar para sociedade como a Ufam foi avaliada pelos alunos de graduação, pós-graduação, alunos do ensino a distância (Parfor/EAD Indígena), técnicos administrativos e docentes, de acordo com os cinco eixos e 10 Dimensões, por meio do uso do questionário na plataforma do Inep, objetivando a missão da Ufam: Cultivar o saber em todas as áreas do conhecimento por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, contribuindo para a formação de cidadãos e para o desenvolvimento da Amazônia. (PDI, 2016 -2025). Para a avaliação de 2018, precisamos que o engajamento seja maior por parte dos outros campi”, ressaltou o presidente da CPA, professor Thomaz Abdalla.
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Autoavaliação Institucional da Ufam será realizada até 17 de dezembro
Ufam promove diálogo sobre empoderamento feminino em alusão ao Mês da Mulher
Com o tema ‘Conquistas e desafios reais vivenciados pelas mulheres: diálogos para o empoderamento’, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por meio da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp), promoveu evento alusivo ao Mês da Mulher na tarde de sexta-feira, 16, no auditório Rio Alalaú da Faculdade de Educação (Faced).
Maracatu Baque Mulher Manaus abriu as atividades
A programação teve início com a apresentação do grupo de Maracatu Baque Mulher Manaus. Nos refrões, frases de empoderamento feminino ecoavam, a exemplo desta: – Baque Mulher, na levada do tambor, luta contra a violência, o preconceito e o opressor; ou desta outra: – É por esse baque que eu ergo a voz/ Eu não venho sozinha, venho por todas nós. O grupo iniciou a apresentação no Hall da Faced e encerrou dentro do auditório Alalaú.
“É importante essa intervenção cultural, porque a arte também se configura numa forma de empoderamento das mulheres”, destacou Laís Gonçalves, assistente social vinculada à Coordenação de Desenvolvimento Social do Departamento de Saúde e Qualidade de Vida (CDS/DSQV).
A servidora foi responsável por mediar o diálogo ao lado da psicóloga do Departamento de Assistência Estudantil (Daest), Josiane Medeiros. “Essa proposta surgiu da necessidade de perceber as vivências na Universidade, e da necessidade de abordar temas como a questão de gênero. O Dia da Mulher é um dia de lutas e para promover a reflexão sobre o contexto presente”, disse Josiane. “Nossa expectativa é de que as pessoas possam refletir sobre o que discutimos e pensar estratégias de enfrentamento”, frisou.
As expositoras da mesa redonda foram a docente do departamento de Serviço Social da Ufam, professora Lidiany Cavalcante, e as fundadoras do Instituto Mana, Anne Paiva e Nayana Góes.
Reflexões
Graduada e mestre em Serviço Social e doutora em Sociedade e Cultura da Amazônia, a professora Lidiany dedica-se a pesquisar os temas gênero, diversidade, identidade e sexualidade. “Primeiro eu quero parabenizar a iniciativa da Progesp, porque eu acredito que a Universidade precisa disso. Hoje o evento é sobre o empoderamento feminino, mas, sobretudo, vamos fazer uma pauta de protesto”, adiantou a docente.
“Não adianta falar de empoderamento, se nós não falamos sobre os retrocessos, não é?! Nós temos um quadro de execução de uma feminista, de alguém que entrou no cenário político, mas é uma mulher negra de periferia LGBT. Então, não podemos nos esquecer de trabalhar nessa perspectiva de protesto, porque estamos diante de uma sociedade que está caminhando para a barbárie”, apontou a professora Lidiany.
Mesa foi composta por mediadoras da Progesp, professora Lidiany Cavalcante e fundadoras do Instituto Mana
Segundo ela, houve, sem dúvidas, muitas conquistas no campo dos direitos humanos, mas também muitos retrocessos na sociedade brasileira. A docente lembrou ainda que a iniciativa mostrará o caminho a ser desenhado como Universidade nessa perspectiva da resistência.
“Hoje nós temos um quantitativo de mulheres cada vez maior ingressando na universidade. E nós precisamos quebrar alguns paradigmas e mostrar que a mulher se insere na universidade, mas historicamente ela foi secundarizada. Pelo menos 40% das mulheres jovens no Brasil já sofreram algum tipo de assédio. Em 2017, uma em cada três mulheres brasileiras sofreu algum tipo de violência. Nós estamos diante de uma convulsão social que necessita de intervenção”, observou a professora, que também expôs outros números.
Segundo as informações trazidas à palestra, a cada cinco segundos, uma mulher é espancada no Brasil e, a cada 12 horas, há uma vítima de feminicídio; entretanto, esse crime é subnotificado na maioria das vezes, num sistema dentro do qual se insiste em notificá-lo somente como homicídio.
“Pelo menos 52% das mulheres brasileiras que sofrem alguma violência se calam. Além disso, grande parte das mulheres aceita e naturaliza a violência, permanecendo em relacionamentos abusivos”, ressaltou Lidiany, segundo quem a mulher sempre foi vista, ao longo da história da Humanidade, como ‘um ser pré-moldado’, cujo comportamento deve seguir determinados padrões. “Nós não somos produzidas em série; temos nossas identidades, e elas são plurais”, disse.
Discente Adriane Melo elogiou a iniciativa
Manas
As fundadoras do ‘Instituto Mana’, Nayana Góes e Anne Paiva, também compartilharam suas vivências. “Nós trazemos um pouco das nossas atividades com o tema do empoderamento feminino em Manaus, do nosso clube do livro e das orientações que damos por meio das redes sociais a mulheres que são vítimas de algum abuso ou assédio”, afirmaram.
“Nesse pouco mais de um ano, aprendemos muito sobre as conquistas, os desafios e as dificuldades das mulheres que participam das ações”, reforçou Anne, ao dizer que a motivação inicial para fundar o Instituto foi que as duas já haviam sido vítimas de machismo. “Primeiro, fazíamos palestras nas escolas para alertar as jovens. Só depois resolvemos criar um organismo que pudesse influenciar a sociedade de uma forma mais efetiva”, recordaram as palestrantes.
Segundo elas, a participação das mulheres tem sido no sentido de pedir esclarecimentos de questões como “Quando é que uma situação tal pode se configurar como assédio?”, por exemplo; ou ainda: “Se eu sofri algum tipo de violência, como é que eu posso proceder?”. Essas são as principais intervenções realizadas pelo grupo, além da possibilidade de ter um espaço para diálogo, conhecimento e troca de experiências.
Adriane Melo, 17, é caloura do curso de Administração e, segundo as palavras dela própria, “desde sempre acha muito interessante que se discutam essas causas”. “Quanto mais a gente fala sobre isso, mais a gente ganha espaço, principalmente em se tratando de Universidade”, afirmou a acadêmica, ao recordar, ainda, a recente execução da parlamentar Marielle Franco.