Quem passar pela Maison du Brésil, em Paris, entre os dias 19 de julho e 3 de agosto, conhecerá a Amazônia brasileira a partir da arquitetura. No espaço haverá a exposição ‘L'Amazonie en construction: l'architecture des fleuves volants’ (Amazônia em construção: a arquitetura dos Rios Voadores), com curadoria do docente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Marcos Cereto. A mostra faz parte das comemorações dos 60 anos do icônico edifício de Le Corbusier e é uma realização da Ufam, Núcleo Arquitetura Moderna na Amazônia (NAMA) e Revista Amazônia Moderna.
Os trabalhos expostos são interpretações possíveis para a arquitetura e as cidades na Amazônia, considerando uma Amazônia em construção. A exposição entende que a arquitetura contribui para a qualidade do clima no estado e, também, para a manutenção do fenômeno dos Rios Voadores. As obras foram divididas em ‘Amazônia Fantástica’ e ‘Amazônia Concreta’ para apresentar ao público o imaginário espetacular da paisagem e do território com aproximação da realidade urbana e das dificuldades de infraestrutura e urbanidade.
Segundo o curador e professor de Arquitetura da Ufam, docente Marcos Cereto, a exposição possibilita um olhar alternativo para a região amazônica. “O público poderá encontrar uma Amazônia Fantástica e uma Amazônia Concreta. A primeira, mais conhecida no imaginário mundial, exibe a exuberância da natureza, da floresta. Já a Amazônia Concreta responde à pergunta de como vivem 25 milhões de pessoas na região em torno deste cinturão verde. A arquitetura tem um papel muito importante nesse contexto porque leva em consideração não só os aspectos exuberantes da floresta, mas também a metrópole, o parque industrial e uma série de situações urbanas dentro desta realidade”, enfatiza.
De acordo o expositor Roberto Moita, que participa com as obras ‘Parque do Mindu’, ‘Sítio Passarim’ e ‘Passeio do Mindu’, a arquitetura é parte da infraestrutura de uma nação e diz muito do que somos e pensamos. “O ineditismo, a qualidade e a relevância dos conteúdos apresentados coloca questões importantes de uma pauta contemporânea internacional das complexas relações entre Arquitetura e Natureza no delicado espaço Amazônico. A ideia é ampliar os diálogos sobre o futuro da nossa região e o papel da Arquitetura na construção da prosperidade num amplo sentido e o respeito à Natureza”, explica. As obras são realizações que partem de pesquisas que realizada por Roberto Moita desde os tempos da universidade, ainda estudante, de uma Arquitetura à vontade e adequada ao ambiente brasileiro - econômico, tecnológico, cultural e de paisagem.
Para o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Nivaldo Vieira de Andrade Junior, a exposição leva ao primeiro mundo o que pensam e realizam os Arquitetos brasileiros sobre o território da Amazônia. “A inauguração da exposição ‘Amazônia em construção’, em Paris, representa uma importante contribuição à divulgação internacional da arquitetura brasileira das últimas décadas. Mais do que isso: ela coloca em evidência a produção arquitetônica da região amazônica, pouco conhecida mesmo dentro do Brasil, e que conta com obras de elevada qualidade, tanto de grandes mestres do passado recente, como Severiano Porto, Oswaldo Bratke e Bina Fonyat, quanto de jovens arquitetos, como Laurent Troost, um belga radicado em Manaus, ou o escritório Aleph Zero, autor de um projeto no interior de Tocantins que recebeu importantes prêmios internacionais recentes, como o de Arquiteto Emergente Internacional concedido pelo RIBA (Real Instituto de Arquitetos Britânicos). A exposição ‘Amazônia em construção’ permitirá ao público francês conhecer melhor uma parte importante da arquitetura brasileira, distribuída por um território gigantesco e articulada por rios voadores”, finaliza.
Amazônia em construção
A curadoria escolheu peças de Álvaro Vital Brazil, Aleph Zero, AMZ Arquitetos, Brasil Arquitetura, Cris Xavier, Diogo Lazari, João Castro Filho, Joaquim Guedes, José Afonso Portocarrero, José Bina Fonyat, Karina Vieralves, Laurent Troost, Lelé, Lucio Costa, Mario Emílio Ribeiro, Rosenbaum, Mércia Parente, Oscar Niemeyer, Oswaldo Arthur Bratke, Patrícia O'Reilly, Paulo Antunes Ribeiro, Paulo Chaves, Roberto Burle Marx, Roberto Moita, Severiano Porto, Vicente Mas Gonzales e Vilanova Artigas. Além das fotografias de Marcel Gautherot, Leonardo Finotti, Maíra Acayaba, Cristobal Palma, Hugo Segawa, Rogério Assis, Severiano Porto, Gonzalo Melgar, Luciano Spinelli, Daniel Ducci, Juscelino Simões, Jean Dallazen e Ruy Tone. Há, ainda, a apresentação do filme ‘Cidade ameríndia e metrópole neoindígena’, dirigido por Isa Ferraz Grinspum.
Rios Voadores
O ‘respiro das árvores amazônicas’ emite uma enorme quantidade de vapor d'água para a atmosfera e leva nuvens de chuvas para regiões distantes da Amazônia. O fenômeno é monitorado pelo Institute Max Planck, da Alemanha, em convênio com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), por meio do projeto binacional Observatório da Torre Alta da Amazônia (Atto), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã. A torre, com 325 metros de altura e a 150 km de Manaus, monitora as mudanças climáticas na Amazônia com a medição da troca de gases entre a floresta e a atmosfera. Diante da imensidão da floresta amazônica, como é possível garantir qualidade de vida e infraestrutura para cerca de 25 milhões de habitantes nas cidades e comunidades da Amazônia legal? As políticas desenvolvimentistas na Amazônia na segunda metade do século XX estabelecem como meta a integração da floresta amazônica com um alto custo ambiental. Em contrapartida, a arquitetura moderna no Brasil tem uma relação simbiótica com o território e uma profunda conexão com a tradição e a qualidade tecnológica. Neste cenário, como a arquitetura pode contribuir para a qualidade do clima na Amazônia.
NAMA
O Núcleo Arquitetura Moderna na Amazônia reúne pesquisadores, arquitetos e artista interessados na discussão, preservação e documentação da modernidade amazônica. Realiza os Seminário de Arquitetura Moderna na Amazônia - SAMA, desde 2016. Os seminários são anuais e itinerantes nas capitais amazônicas.
Durante pronunciamento, o coordenador do curso de Relações Públicas da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), professor Israel Rocha, destacou as relevantes contribuições da professora Célia Carvalho para a Ufam. “São 25 anos e isso não é pouco tempo. Logo, nós, professores do curso de Relações Públicas, consideramos que esse momento merecia uma atenção especial. Assim como fizemos com a professora Laura Jane, queremos expressar nessa solenidade o quanto o trabalho da professora Célia é importante para o curso de Relações Públicas e para a Universidade como um todo, pois ela não foi só professora do curso, como também atuou como assessora de comunicação da Universidade e tudo isso merece reconhecimento por parte de professores, alunos e corpo administrativo de modo geral”, discursou o professor Israel.
Coordenador administrativo da Faculdade de Informação e Comunicação, Gleilson Medins, cumprimentou a docente homenageada. “Desejo expressar no meu discurso tudo o que a professora Célia merece ouvir hoje. Nós nos conhecemos há pouco tempo. Pelo seu perfil, jeito de trabalhar dá pra perceber que ela se esforça e se dedica bastante. Por essas e outras, essa é uma justa homenagem. Meus parabéns”,discursou.
Diretora acadêmica em exercício da FIC, a professora Carla Mara da Silva Silva agradeceu a professora Célia por todos esses anos de dedicação. “Professora, obrigada por toda a sua contribuição para a nossa Universidade. Eu sei o quanto a senhora é dedicada. Sempre chega cedo para preparar a sala e oferecer o melhor aos seus alunos. Os alunos são apaixonados pelas aulas dela. Parabéns, professora e que ainda possamos usufruir por muito tempo de sua presença”, discursou.
Homenagem bem-vinda
A professora Célia Carvalho declarou que a homenagem é muito bem-vinda. “Estou extremamente feliz. Entrei em 1993 como professora substituta e em 1994 como professora de carreira. Esses anos na Ufam me fizeram ver que não caminhamos sozinhos. Estou aqui por todas as pessoas que contribuíram para ser o que sou e me sinto feliz por ter contribuído para a formação de tantos alunos. Pretendo continuar por mais cinco anos atuando na docência, nos projetos de extensão e na orientação de projetos de pesquisa de meus alunos”, declarou a docente homenageada.
Gratidão
Egressos e colegas de Departamento também proferiram discurso em homenagem à professora Célia Carvalho. Docente do curso de Relações Públicas, a professora Aline Lira destacou as contribuições da professora Célia Carvalho a sua caminhada profissional. “A docência exige muita entrega. É uma jornada cansativa e a Célia tem um perfil muito intenso. Hoje é um dia de gratidão e agradeço à Célia por ter me indicado para estágios e empregos. É uma pessoa que merece essa homenagem , merece a nossa gratidão”, ressaltou a colega de Departamento.
Também professor do Departamento de Relações Públicas, o professor Jonas Gomes relembrou os tempos em que foi aluno da professora Célia. “Eu fui aluno da professora Célia em 2008. Ela trabalhava na Assessoria de Comunicação da Universidade e ministrava disciplinas. Fui editor do Mural Expresso, que é coordenado por ela. Hoje, na condição de professor, vejo que ela, ao criar experiências de aprendizagem, favorece o processo de formação. É uma satisfação muito grande tê-la como minha colega. Ela tem um amor muito grande pelo curso e isso é inspirador. Célia é comprometimento, intensidade e amor”, afirmou o professor.
A professora Judy Tavares destacou a relação da docente homenageada com os egressos.“Para mim, a marca da Célia é a relação com os egressos. Ela indica seus alunos para vagas no mercado de trabalho e isso é muito bom. Ela ajuda a formar e a ter uma colocação no tão concorrido mercado de trabalho”, destacou.
Relações públicas do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV/ EBSERH), Alberto Jean Fermin, também homenageou a professora. “Todo mundo sai enlouquecido das aulas da professora Célia, mas tudo o que vivemos com ela é o mais próximo do que vivemos no mercado de trabalho”, ressaltou.
A homenagem foi realizada no auditório Rio Solimões da Universidade Federal do Amazonas
Perfil
Professora Adjunta do curso de Relações Públicas/UFAM, a professora Célia Carvalhoingressou como docente de carreira da Ufam no ano de 1994. Graduada em Comunicação Social/ Relações Públicas (1992), édoutora em Biotecnologia e mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Amazonas .