Thiago de Mello, o poeta reconhecidamente caboclo amazônico, tem sua vida e obra contadas em documentário produzido pela filha Isabela Thiago de Mello. A vida do poeta se mescla com os fatos históricos de Manaus e do Amazonas e ambas são narradas pelo próprio artista ao longo do filme realizado em parceria com a Universidade Federal do Amazonas.

A produção audiovisual que levou anos para ser finalizada conta a história do poeta internacionalmente conhecido. Apesar de ter saído aos 15 anos de Manaus para cursar Medicina, Thiago de Mello não fez carreira na profissão. Ainda jovem, teve seus escritos reconhecidos por grandes nomes como Carlos Drummond de Andrade e figurou em coletâneas ao lado de Manoel Bandeira e outros expoentes da literatura brasileira da geração de 1945. Atuou também como jornalista, secretário de cultura e posteriomente, na década de 1960 ainda antes de completar 30 anos, como diplomata no Peru e no Chile.

Professor Hedinaldo Lima e Isabela Thiago de MelloA iniciativa da obra foi de Isabela Thiago de Mello, filha do ex-diplomata, que revela seu maior desafio: “Conseguir colocar em sessenta minutos a produção de uma vida que se confunde muitas vezes com a obra dele e vice-versa foi o maior, com certeza. Desde o início, com a captação de recursos, eu já sabia que não seria fácil, mas eu não imaginava que a parte mais difícil seria a finalização. Justamente escolher o que vai e o que não vai entrar no filme, pois, veja bem, estamos falando de um poeta com uma extensa obra que daria para produzir uma série. Esse foi meu maior desafio: mostrar de forma ampla a dimensão de quem é Thiago de Mello e sua paixão pela Amazônia”.

Sempre político e convicto de suas ideias, Thiago lutou de acordo com suas possibilidades contra a ditadura militar. Inquietação evidenciada em algumas de suas poesias sobre liberdade. Abandonou seu cargo de diplomata no Chile, pois se recusava a prestar serviços para um governo militar. Participou do famoso protesto em frente ao Hotel Gloria no Rio de Janeiro, algumas horas depois foi preso e a caminho da delegacia foi, surpreendentemente, solto pelo policial que o levava ao dizer que lutava pela liberdade do futuros filhos do Brasil. Este momento e o encontro de Thiago com sua poesia na cela da prisão também são narrados no documentário.

Grande nome da cultura amazonense, Thiago é reconhecido por sua paixão e defesa ferrenha à Amazônia, Isabela ressalta que “ele é um ser amazônico, um ser tuchaua. Ele traz consigo o Amazonas e por isso vive em defesa dessa floresta”. Além da bandeira em prol do desenvolvimento sustentável e de políticas públicas que beneficiem o povo ribeirinho e diminuam as injustiças sociais, Mello também discursa a favor da integração cultural da América Latina que pode ser destacado com a inclusão da literatura em língua portuguesa no Prêmio Casa de Las Americas.Como humanista não é capaz de conceber que haja “muitos com tão pouco e tão poucos com muito”. Chegou a ser ameaçado de morte ao defender o munícipio de Barreirinha contra a exploração de madeireiras holandesas.

A contextualização histórica do documentário é feita através dos filmes do cineasta Silvino Santos, que registrou cenas do cotidiano de Manaus dos anos 1920 e também do momento economicamente marcado pela exploração da borracha. A Universidade Federal do Amazonas como detentora material das obras e dos direitos autorais dos filmes de Santos colaborou com a doação para que Isabela de Mello pudesse maximizar a qualidade do documentário atemporal sobre mais um personagem importante na historicamente para o Amazonas e para Amazônia.

“Ilustramos a narativa do caboclo interiorano e também da Manaus urbana que recebia esses caboclos. Tudo isso foi registrado por Silvino e só foi possível colocarmos no filme e mostrarmos através da parceria que fizemos com a Universidade. Acredito que como instituição de ensino centenária, ao colaborar com esse trabalho a Universidade afirma seu papel de transformadora e construtora da história da Amazônia aliando ciência, arte, cultura e política”, destaca a cineasta.

O poeta Thiago de Mello esteve em agosto no Campus Universitário participando A convite do Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) da banca de qualificação da tese de doutoramento da estudante Cássia Nascimento, a qual pesquisou a complexidade poética dos Tratados dos Homens de Thiago de Melo e para lançamento da coletânea do poeta cearense Roberto Pontes sobre o tempo, onde levou cerca de duas horas conversando com estudantes e professores a respeito da obra e de outras temáticas.

Smartphone ou tablet com acesso à internet mostram serviços

Alunos e servidores da Universidade que precisem emprestar um livro, renovar o empréstimo de uma obra ou mesmo consultar o acervo da Biblioteca Central, agora, podem fazê-lo, acessando a página do órgão na web do celular ou do tablet. A informação é da diretora da Biblioteca, professora Célia Simonetti Barbalho, que anunciou, também, novo procedimento para emissão da declaração de “Nada Consta” para alunos finalistas de cursos de graduação.

Na página http://pergamum.ufam.edu.br/pergamum/biblioteca/index.php, os alunos e servidores da Ufam podem consultar milhares de conteúdos, entre títulos de monografias, DVDs, apostilas, coleções especiais, referências, teses, dissertações e periódicos. Para isso, bastará ao aluno digitar no login, o número da matrícula e inserir uma senha previamente cadastrada. Os servidores da Instituição devem fazer o mesmo, inserindo matrícula Siape e senha.

Já dentro da página da Biblioteca Central, os alunos podem proceder às pesquisas no Sistema Pergamun por meio de palavras-chave, escrevendo o nome do autor ou o assunto abordado. Os resultados da pesquisa mostrarão as obras referidas em suas respectivas unidades de informação, sejam elas da capital ou do interior.

No Sistema estão inscritas as Bibliotecas Setoriais de Saúde, Bibliotecas dos setores Norte e Sul, as situadas nos municípios de Coari, Itacoatiara, Benjamin Constant, Humaitá e Parintins e as dos cursos Farmácia, da Faculdade de Tecnologia, do Museu Amazônico e da Escola de Enfermagem.

Diretora da Bibliotcea Central, professora Célia Barbalho, fala sobre novidades

A página também abre espaço para interlocução da administração com os usuários do sistema em campos denominados “comentários gerais”, “sugestões de aquisição” e pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. A ampliação do serviço, estritamente na web, por computadores do tipo desktop (computadores de mesa), fazem parte de uma política de Formação e Desenvolvimento de Acervo, a partir da qual determinadas medidas beneficiarão pontos estratégicos e prioritários.

“Na semana passada nos reunimos no 1º Encontro do Bibliotecário e de lá formalizamos uma série de iniciativas as quais vão nos ajudar a focar na melhoria do serviço prestado à comunidade”, avaliou a diretora da Biblioteca Central.

 Ela disse, ainda, que associada ao Encontro, também foi feita uma enquete no site do órgão para demandar ações de médio e longo prazos. Os e-books, ainda segundo a diretora tem recebido bastante atenção, como forma de fortalecer o acervo, mas tem maior aceitação entre estudantes de Saúde e Tecnologia e um número de títulos considerado ainda tímido escrito em português.    

“Foram quase 200 ponderações sobre nosso trabalho. Com essa referência, iremos investir em todos os acervos físicos, mas principalmente os daqueles cursos sob a iminência de serem avaliados ou reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC)”, afirmou a gestora.