Mediação tecnológica para um novo perfil universitário é tema de Aula Magna da Pós-Graduação

Objetivo do evento foi integrar discentes e docentes dos programas de pós-graduação

Pós-graduandos e docentes dos PPGs prestigiaram a Aula Magna a tarde de segunda-feira, 10Pós-graduandos e docentes dos PPGs prestigiaram a Aula Magna a tarde de segunda-feira, 10Dividida em dois momentos, a Aula Inaugural realizada na segunda-feira,10, foi a oportunidade na qual dez discentes e dez docentes de Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) tiveram seu esforço científico reconhecido e premiado pela Instituição. O segundo momento foi quando o professor Carlos Alberto de Oliveira, pesquisador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) palestrou sobre os desafios e as oportunidades da mediação tecnológica na educação superior.

Na avaliação da reitora, professora Márcia Perales, a premiação para discentes e docentes mais destacados na produção científica, como publicações em revistas indexadas e obras editoriais, é o resultado de condições criadas para fortalecer a pós-graduação. “No Programa de Apoio da Pós-Graduação, lançado em 2012, a meta é a excelência! A outra preocupação era aprimorar os marcos regulatórios, balizando cada um dos programas. Como resultado, a Universidade Federal do Amazonas tem, hoje, 55 cursos de pós-graduação, quando em 2009 eram 33 cursos. O crescimento exige que cada professor e estudante esteja comprometido”, disse.

Segundo ela, a implantação de processos ainda mais transparentes e organizados, assim como a criação de políticas afirmativas na pós-graduação, como as cotas para negros, pardos e índios, além da possibilidade de o estudante indígena escrever e defender a tese na língua dele, contribuíram para o avanço. “Com a ampliação de vagas para os cursos de pós-graduação stricto sensu, saímos, em 2009, de 2.044 estudantes para 3.351, um crescimento de 64%. Os programas comprometeram-se na medida certa”, avaliou, ao citar, ainda, estratégias de qualificação dos servidores, como Mintra e Dintra - mestrado e doutorado intra-institucional, com PPGs atuando nas unidades de Benjamin Constant, Coari e Parintins.

Maria Inês de Oliveira,professora da Ufam e doutoranda do PPG-Cipet, publicou numa revista Qualis A2Maria Inês de Oliveira,professora da Ufam e doutoranda do PPG-Cipet, publicou numa revista Qualis A2O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Gilson Monteiro, ressaltou a relevância do primeiro encontro anual entre discentes e docentes dos programas da Ufam. “Essa já se tornou uma aula tradicional, na qual trazemos temas importantes para todos. Hoje, também estamos prestando esse reconhecimento aos resultados de 2016, que já são frutos da campanha ‘Vamos Publicar’. O objetivo é mais do que obter números e cumprir as regras da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal da Educação Superior], mas é fazer que professor e estudante dos nossos programas conversem com a comunidade nacional e internacional, é prestar contas com a sociedade através da divulgação dos nossos trabalhos”, explicou o pró-reitor.

Produção científica 2016

A seleção dos dez representantes discentes e docentes dos programas de pós-graduação mais destacados na produção científica de 2016 ocorreu em três etapas. A primeira foi a indicação de um docente e de um discente por PPG; em seguida, confrontaram-se os currículos Lattes dos indicados por 19 PPGs da Ufam, conforme as pontuações por tipo de publicação. Ao final, foram selecionados dez docentes e dez discentes dentre todos os apontados. As premiações fazem parte da campanha ‘Vamos Publicar!’.

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Pesqueiras, Maria Inês de Oliveira é docente do Instituto de Ciências Biológicas da Ufam desde que concluiu o mestrado em Biologia de Água Doce e Pesca e Interior, no Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA). A indicação veio depois que Maria Inês publicou um artigo sobre a saúde do tambaqui, comum no Amazonas, numa revista cientifica indexada com Qualis A2. Para se ter uma ideia, o máximo é a Qualis A1. “Estou muito feliz pela indicação. É muito gratificante para o pesquisador”, retribuiu.

Professor David Lopes Neto, do PPGENF, publicou seis artigos só em 2016 e recebeu certificado de destaqueProfessor David Lopes Neto, do PPGENF, publicou seis artigos só em 2016 e recebeu certificado de destaquePor outro lado, o docente do Mestrado em Enfermagem, professor David Lopes Neto, foi a indicação do PPGENF. Com seis artigos publicados em revistas indexadas e mais dois capítulos de livros, ele teve a maior produção científica do Programa. “A estratégia é estar inserido em grupos de pesquisa e juntar trabalhos da graduação e da pós-graduação, além de produzir em parceria com outros pesquisadores do Brasil. Em 2016, dois orientandos meus de mestrado foram premiados nacionalmente e um da graduação ganhou um prêmio na iniciação científica”, contou o professor.

A reitora ressaltou, a importância de a Ufam ser uma das duas únicas IFES a participar do Projeto piloto Jovens Doutores, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). “Devemos torná-lo política pública para todas as IFES”, disse. Além disso, falou sobre o sucesso do Vamos publicar! “Sem dúvida, a iniciativa da Propesp representa mais estímulo e oportunidade para estudantes e professores produzirem”, avaliou.

Por fim, parabenizou a todos, especialmente aos que foram homenageados por meio de certificado de reconhecimento público. Reiterou que a construção de uma instituição é um desafio que exige o comprometimento de servidores e estudantes.

Universidades Digitais

“A mediação tecnológica ainda não está na agenda efetiva de grande parte das IES [Instituições de Ensino Superior], e o nosso desafio é inseri-la. A tecnologia deve impregnar as instituições para que a gente possa entrar naquele conceito de Universidade Digital”, é o que afirma o professor Carlos Alberto de Oliveira, palestrante na Aula Magna da Pós- Graduação da Ufam.

Com o tema “As Universidades Digitais e o ODS 4.3: a mediação tecnológica e integridade da produção acadêmica” (confira a apresentação em anexo), a palestra teve por base o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas de número 4 - Educação de Qualidade. Segundo o item 3, até 2030, é preciso que seja assegurada a igualdade de acesso a todos os homens e mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis, incluindo universidade.

Professor Carlos Alberto de Oliveira falou sobre os desafios e as oportunidades para se efetivar as Universidades Digitais nesta regiãoProfessor Carlos Alberto de Oliveira falou sobre os desafios e as oportunidades para se efetivar as Universidades Digitais nesta regiãoNesse contexto, o professor Carlos Alberto de Oliveira afirma não ser possível mais imaginar a educação superior sem usar mediação tecnológica para melhorar a Universidade. “Uma das grandes preocupações é que tipo de universidade, de educação superior se pretende ter. Há de ser uma educação superior voltada para o desenvolvimento sustentável, para a paz, para a inclusão, pensando nos vulneráveis. Pela primeira vez, a UNESCO resolve assumir uma série de discussões muito interessantes e que pressupõem um tipo de educação superior que já não é mais a mera reprodução de conhecimento, que não reflete a necessidade regional”, explicou.

Ao falar especificamente da Ufam, o professor expôs o compromisso estratégico da Instituição com a Amazônia. “O ODS 4.3 reconhece a importância da educação superior voltada ao atendimento de questões regionais, voltada ao indígena, às populações ribeirinhas, à educação e ao desenvolvimento tecnológico da Zona Franca”, exemplificou o palestrante.

Os desafios, segundo ele, precisam ser reconhecidos e superados. “Avançamos muito na última década em relação ao acesso, assim como a expansão das federais fora das regiões metropolitanas do país, como a Ufam, e o perfil da comunidade das universidades federais mudou muito. Mas é preciso enfrentar a defasagem tecnológica e priorizar a qualificação docente para lidar com a mediação tecnológica, ou seja, ensinar os professores a produzirem atividades híbridas e EAD”, apontou o palestrante, para quem é viável se investir em processos formativos diferenciados a partir do perfil digital de cada aluno gravado em bancos de dados.

Apontou, ainda, que a Declaração de Incheon traz o conceito de “Life long education”, ou seja, a educação passa a ter uma finalidade de vida inteira, sendo também equitativa, de qualidade e de oportunidades de aprendizagem. As pessoas retornarão ao ambiente universitário por meio de diversas atividades, e o papel dessa instituição será para a formação ao longo da vida.
 

Discentes premiados

Diogo Gonzaga Torres Neto – PPGSCA;

Felipe Moura Araujo da Silva – PPGQ;

Igor Joventino Roberto – PPGZool;

João Paulo Ferreira Rufino – PPGCan;

Juan Gabriel Colonna – PPGI;

Marcos George de Souza Leão – PPGRACI;

Maria Inês Braga de Oliveira - PPG-CIPET;

Marília Gabriela Gondim Rezende – PPGCASA;

Uilson Franciscon – PPGCA; &

Verônica Pereira de Lima Bertocco – PPGO.

 

Docentes premiados

Carlos Edwar de Carvalho Freitas – PPGCAN;

David Lopes Neto – PPGENF;

Emerson Silva Lima – PPGCF;

Emmanoel Vilaça Costa – PPGQ;

Iraildes Caldas Torres – PPGSCA e PPGSS;

Izeni Pires Farias – PPGZool;

José Maurício da Cunha – PPGCA;

Milton Cezar Costa Campos – PPGATR;

Tayana Uchoa Conte – PPGI;

Therezinha de Jesus Pinto Fraxe – PPGCASA.

 

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