
Com temas bastante diversificados, o 3º Encontro de Políticas Públicas para a Pan-Amazônia e Caribe (Epppac) debateu, nesta terça-feira, 7, como forma de levar ao público questões intrínsecas às especificidades geográficas e de cidadania das quais a Universidade faz parte, o tema "As estratégias do Serviço Social frente às demandas postas nas regiões Fronteiriças da Pan-Amazônia". O evento aconteceu no auditório da Faculdade de Estudos Sociais (FES), no setor Norte da UFAM.
À mesa de discussões estavam presentes a representante do Instituto de Natureza e Cultura do município de Benjamin Constant, a assistente social Cláudia Lima e a mestre em Políticas Públicas da Universidade Estadual de Roraima, a assistente social Laurinete Silva. Os diálogos foram coordenados pela representante do Conselho Regional de Serviço Social Francileide Moreira, que também é mestranda do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia.
Os posicionamentos começaram a partir das observações da gestora do INBC, Cláudia Lima, que ressaltou como maior desafio instaurado na unidade, sobrepor o preconceito e a crítica sobre os benefícios sociais e quem os recebe. Segundo ela, existe o pagamento de bolsas a um público de pouco mais de 530 pessoas, entre os quais bolsistas acadêmicos, de auxílio-moradia e de bolsa permanência (indígenas e quilombolas), para quem são dispendidos os maiores valores, R$ 900.
"Existe certa resistência por parte de determinados segmentos em apoiar acadêmicos bolsistas, que precisam desse fomento para permanecer estudando. Temos trabalhado na sensibilização de todos os públicos e tentado um diálogo franco e aberto com a comunidade para podermos assegurar seus direitos de cursar a graduação", disse.
Para ela, Benjamin Constant é uma dos campi com mais complexidades a serem observadas. "Temos alunos peruanos, indígenas do Peru, Colômbia, países que fazem fronteira com o Brasil e para nós, gestores que lidam e reconhecem suas realidades, é preciso ouvi-los e respeitá-los. As políticas públicas estão aí para ajudar a sanar injustiças, promover a inclusão e é um direito constitucional. Quem somos nós para dizer que não devem receber benefícios?", questionou.
Sob a mesma perspectiva, mas falando de empoderamento, a segunda convidada para compor a mesa redonda, professora da UERR e assistente social Laurinete Silva, disse que o profissional do Serviço Social precisa ampliar seu olhar, apreendendo tem função igualmente política.
"A região Norte é uma área onde há registros frequentes de tráfego de pessoas, onde pessoas têm seus direitos cerceados. A gente vivencia problemas muito sérios, além das questões de segurança nacional por estarmos num ambiente de fronteiro, da falta de controle ambiental, há ainda, que se administrar os problemas inerentes ao homem e que são advindos dessas condicionalidades", falou.