Dia de Campo reúne parceiros interessados na cafeicultura do Amazonas
Pesquisa indica boa aceitação do plantio em Silves
Alunos do curso de Agronomia participaram do Dia de Campo, evento organizado pela Embrapa, que reúne agricultores, técnicos e dirigentes públicos, entre outros, para conhecer os resultados de pesquisa sobre o cultivo do café no Estado. A atividade foi realizada na sexta-feira, 10, na sede da Associação Solidariedade Amazonas (ASA), localizada no km 77 da rodovia AM 363.
De acordo com a coordenadora do projeto “Seleção de clones de Coffea canephora para o Estado do Amazonas”, que teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), professora Maria Teresa Lopes, a atividade é realizada para aproximar e beneficiar todos os participantes e tem o objetivo básico de divulgar novas tecnologias e inovações para o avanço da agricultura, da pecuária e da agroindústria. “O Dia de Campo é uma grande oportunidade de interação entre profissionais da Universidade Federal do Amazonas e da Embrapa, estudantes e agricultores. Todos os presentes tiveram a oportunidade de ver um plantio de café em fase de produção. Foi possível visualizar o desempenho produtivo de diferentes clones de café adaptados ao Amazonas, receber orientações sobre como realizar o cultivo e observar uma cultura agrícola com potencial de renda na região. E, neste caso, objetivou mostrar que usando os clones selecionados e a tecnologia recomendada é possível obter alta produtividade e café de qualidade e resulta uma interessante oportunidade de renda”, explicou.
No terceiro ano de produção da lavoura de café no município de Silves, no interior do Amazonas, a equipe do projeto de pesquisa aproveita o Dia de Campo para apresentar aos agricultores da área os resultados averiguados até o momento. “O café é uma cultura considerada estratégica para plantio, com bons preços e mercado garantido. Adicionalmente em um dia de campo ocorre a interação, troca de conhecimentos e atualização. Os agricultores têm oportunidade de tirar dúvidas com quem faz a pesquisa, por exemplo”, expôs a coordenadora.
Para Marcelo Curitiba, pesquisador da Embrapa, o evento permite aos participantes a oportunidade de aprender também sobre a fase de implantação da nova cultura, também sobre a análise econômica e descobrir a viabilidade da cafeicultura como alternativa de renda para os produtores do município de Silves. “Este evento está consolidando as informações de produtividade. Com isso, a gente já consegue recomendar quais os melhores materiais genéticos, quais as melhores variedades para serem plantadas aqui na região”, informou.
Segundo Joseilton Francisco, diretor da fábrica da empresa Três Corações em Manaus, o trabalho desenvolvido tem sido satisfatório e surpreende pelo interesse dos agricultores envolvidos no projeto. “Desde o ano passado eu pude conhecer o projeto da Cooperativa e fiquei muito feliz. Primeiro pelo entusiasmo do pessoal da equipe dos produtores locais. Estamos muito felizes em estar contribuindo na compra desse produto”, disse.
Presidente da Associação Solidariedade e um dos produtores de café participantes da pesquisa, Roque Lins avalia positivamente o Dia de Campo e a iniciativa de trazer a cafeicultura para o Amazonas. “Quero agradecer a todos os convidados que participaram do Dia de Campo e espero que tenha sido proveitoso para todos que aprenderam com todas as orientações e palestras. A Associação Solidariedade agradece e que outros eventos venham contribuir para o desenvolvimento da cultura do café no estado do Amazonas. É isso que a gente quer para todos os produtores, os estudantes e parceiros”, declarou.
Raniel Costa da Silva está no 6° período do curso de Agronomia e participou da atividade. Para ele, o Dia de Campo é uma oportunidade única de aprendizado tendo em conta as inúmeras informações que trocadas entre os envolvidos. “Esse dia de campo do café teve uma enorme importância para minha formação como profissional. Foi gratificante ver agricultores, alunos, professores, pesquisadores que, mesmo em baixo de chuva, não deixaram de estar presentes. Creio que agricultores agora deixarão de produzir apenas culturas para sua subsistência e passarão a acreditar nesta nova cultura. Agregar conhecimento em sala de aula é importantíssimo, mas agregar conhecimento na prática, como foi o caso do dia de campo, é maravilhoso”, avaliou.
A Ufam realizou parceria com a Embrapa para criação de mais três unidades experimentais iguais a que foi instalada em Silves para dar continuidade aos estudos em outros solos do Estado. Foram implantadas unidades experimentais no Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (Icet), em Itacoatiara, na Fazenda Experimental da Ufam, em Manaus, e no Instituto de Educação Agricultura e Ambiente (IEAA), em Humaitá. “As unidades experimentais já foram instaladas, estão no seu primeiro ano, para testar o desempenho de vários clones de café em outras áreas, para selecionar os superiores para plantio em outros locais”, informou a professora Maria Teresa Lopes.