Ciclo de Palestras e Debates sobre Inclusão no Contexto Amazônico aborda Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC)

Por Irina Coelho
Equipe Ascom/Ufam

Com o objetivo de tratar das questões relacionadas ao desenvolvimento humano e motor no contexto de sala de aula, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizou, por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicopedagogia Diferencial (NEPPD), a palestra “Menino TDC e Sra. Ignorância: a exclusão dos excluídos”. O evento faz parte do Ciclo de Palestras e Debates sobre Inclusão no Contexto Amazônico e o tema foi abordado pelo professor Lúcio Fernandes Ferreira (Ufam), no dia 3 de maio de 2019, no auditório Rio Jatapú - Faculdade de Educação (Faced).

O Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) é um dos transtornos do desenvolvimento mais frequente e um dos principais problemas de saúde na população infantil. Ele causa um forte prejuízo ao domínio motor e afeta não só a aprendizagem mais também atividades essenciais como usar talheres, amarrar cadarço, entre outras.

De acordo com a American Psychiatric Association (APA) 6% das crianças, em idade escolar, apresentam TDC. Para o professor Lúcio Fernandes Ferreira o TDC, mesmo afetando uma parte significativa da população infantil, ainda é um fenômeno pouco difundido no Brasil. “Esse é um fenômeno pouco conhecido no nosso país e oferecer esses encontros permitem com que o TDC seja amplamente difundido. Nossos estudos apontam que cerca de 30% das crianças em idade escolar apresentam sinais do transtorno motor. Ter esses dados é fundamental para incluir na formação de professores e também em políticas públicas”, informa.

Os efeitos do TDC acontecem em ciclo e afetam as relações sociais em geral. A criança deixa de participar de atividades cotidianas, por ser excluída pelas demais, e em seguida, entra em uma situação de autoexclusão, com uma vida menos ativa. Além da escrita lenta, ilegível, o TDC pode influenciar no desenvolvimento de doenças relacionadas a um baixo nível de atividades físicas como hipertensão e/ou obesidade.

Segundo a coordenadora do NEPPD, professora Maria Almerinda de Souza Matos, essa é uma oportunidade de aproximar a comunidade em geral à temática de educação inclusiva. “O NEPPD tem a preocupação de realizar de forma sistemática e gratuita debates sobre educação inclusiva com a comunidade”, destaca.

Para a aluna de Pedagogia da Ufam, Carolina Oliveira, as palestras possibilitam conhecer um fenômeno comum em sala de aula e pouco abordado. “Os eventos do Núcleo nos aproximam do contexto de sala de aula e oferecem mecanismos para tratar da educação inclusiva de forma consciente”.

Além da palestra “Menino TDC e Sra. Ignorância: a exclusão dos excluídos”, o professor Lúcio Fernandes Ferreira (Ufam) também lançou o livro de sua autoria e em parceria com a professora Andrea Michele Freudenheim intitulado: “Noções desenvolmentais e o Transtorno de Desenvolvimento da Coordenação”.

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