Equipe do HUGV/ Ebserh tem trabalho premiado em pós-graduação do Hospital Albert Einstein

Projeto visa dar segurança na dispensação de medicamentos potencialmente perigosos

Por Hanna Assante, estagiária / Supervisionada por Alberto Jean Fermin

As farmacêuticas Bruna Monteiro e Mirian Brasil e as enfermeiras Luciana Siqueira e Ivanildes Petillo, do Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), foram premiadas, no último sábado, 09, durante a cerimônia de final de curso de Capacitação em Gestão da Qualidade em Saúde, promovido pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Na ocasião, o projeto apresentado pela equipe do HUGV foi considerado o melhor trabalho em uso de ferramentas da qualidade.

Intitulado `Manejo de medicamentos potencialmente perigosos em ambiente hospitalar: estratégias de segurança com uso de ferramentas de qualidade´, o projeto visa identificar e aumentar a segurança no uso de medicamentos de alta vigilância, também conhecidos como medicamentos potencialmente perigosos, os quais podem causar graves danos ou ainda levar o paciente ao óbito, caso ocorram erros ou falhas em seus processos de uso.

 A escolha do tema atende a um dos desafios globais da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Medication Without Harm (Medicação sem Dano), que busca, em cinco anos, diminuir 50% de erros evitáveis em medicamentos no mundo inteiro. Segundo a farmacêutica Bruna Monteiro, uma das autoras do trabalho, “nós nos sentimos sensibilizadas a participar deste desafio e buscar ações que pudéssemos implantar em nossa instituição para promover uma melhoria em e fornecer mais segurança em nossos processos”, afirmou.

A enfermeira Luciana Silveira, membro da equipe e Coordenadora do Núcleo de Segurança do Paciente do hospital, ressaltou, ainda, a importância de se implantar os protocolos de Segurança do Paciente, seguindo orientação do Ministério da Saúde. “Um destes protocolos, justamente, é o de segurança na prescrição, uso e dispensação de medicamentos. Com isso acreditamos que o maior legado desta ação é fazer os profissionais pensarem diariamente em segurança do paciente. É perceberem que não necessitam de ações dispendiosas, mas com processos bem desenhados e soluções simples, como uma etiqueta vermelha, podem criar barreiras que irão proteger e evitar danos aos pacientes, aos profissionais e a todo o hospital”.

Identificação padronizada de medicamentos perigosos

O Projeto levou aproximadamente nove meses para ser desenvolvido. Após levantamento das necessidades do problema, a equipe utilizou diversas ferramentas e estratégias de qualidade, como ciclo PDCA e 5W2H, além de outras oito ferramentas auxiliares de qualidade. Com isso, desenvolveu-se uma identificação padronizada com cores e formatação, calculada para ser a mais chamativa possível com uma etiqueta de “Alto Risco”, acrescida, ainda, na farmácia hospitalar aos medicamentos de alta vigilância, o que além de ajudar no armazenamento dos remédios, traz mais segurança aos pacientes.  

A etiqueta também possui um espaço onde o profissional pode destacar e acrescentar informações como nome do medicamento, concentração e outra informação relevante, para destacar e acrescentar em uma seringa ou um recipiente, por exemplo, caso se faça necessário. Ademais, outra ação relevante foi em relação ao armazenamento de medicamentos. Alguns destes têm embalagem semelhantes, apesar de serem completamente diferentes, o que motivou outra ação de segurança aplicada: não armazenar medicamentos com embalagens semelhantes, próximos, entre si, especialmente os medicamentos potencialmente perigosos, a fim de se evitar erros de dispensação.

Após a criação das etiquetas, foi promovido um treinamento com enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos, para que eles aprendessem a lidar com este método. Assim, quando os profissionais de farmácia e enfermagem receberem esses medicamentos em seus postos de trabalho, imediatamente irão perceber que são de alto risco. O projeto também passou a ser utilizado no Programa de Educação Continuada do HUGV, com alunos da Ufam e dos programas de residência atuantes no hospital, a fim de que eles entendam a importância do processo.

Como prêmio, a equipe irá participar do 5º Fórum Latino-Americano de Qualidade e Segurança na Saúde, que acontecerá entre os dias 13 e 16 de outubro, em São Paulo. O evento é uma parceria entre o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement.

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) atua na gestão de hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, administra atualmente 40 hospitais e é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.

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