Indígenas licenciados em Manicoré e Lábrea têm prioridade para lecionar nos municípios de origem

 
Por Cristiane Souza
Equipe Ascom Ufam

Ao todo, duas turmas de discentes indígenas, de Manicoré e de Lábrea, participam do Curso de Formação de Professores Indígenas ofertado pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas (Faced/Ufam). Com atividades desde 2017, os estudantes retomaram o módulo do curso multidisciplinar que os qualifica para lecionar nos municípios de origem de forma prioritária. Os grupos permanecem em formação até o mês de março.

Conforme explica a coordenadora, professora Jonise Nunes, desde 2017, o curso vem formando professores indígenas em diversas áreas distintas, tomando por base uma matriz curricular distribuída em três grandes áreas de conhecimentos, a saber: Biológicas; Humanas e Sociais; e Letras e Artes. “Depois de obter a formação, os licenciados atuarão como professores qualificados nas aldeias onde moram. Nas duas cidades, eles saem de suas aldeias para o curso que acontece na sede dos dois municípios”, afirma a professora Jonise Nunes.

“A Ufam tomou para si o ideal de colaborar com esses povos para melhoria educacional de seus territórios etnoeducacionais, mas, também, como instituição parceira e aberta ao diálogo com esses povos historicamente massacrados por uma visão etnocêntrica em relação a eles, tudo isso desde a colonização”, completa, ao situar que a visão educativa clássica e acrítica deve, paulatinamente, ser superada por iniciativas como esta.

Em Manicoré, as etnias atendidas pelo curso são Parintintim, Mura, Torá e Miranha. Já em Lábrea, os indígenas são das etnias Paumari, Apurinã, Janawara e BaniwaA coordenadora revela ainda o fato de que muitos desses professores em formação já se encontram atuando nas escolas indígenas. “Eles têm prioridade na contratação pelo município de origem”, garante a docente.

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