Pró-reitoria de Extensão da Ufam propõe Distrito Industrial de Cooperativas Indígenas

Maquete do projeto de diversificação econômica no Amazonas como alternativa ao Polo Industrial de Manaus (PIM) está em exibição na entrada do Prédio da Reitoria

Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam
Com informações da Proext

Um dos projetos com maior potencial de impacto econômico e social desenvolvido na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) estará em exibição permanente durante três meses na entrada do prédio da Reitoria da Ufam.

Trata-se do Distrito Industrial de Cooperativas Indígenas. Elaborado pela Pró-reitoria de Extensão da Universidade (Proext), o projeto propõe alternativas de diversificação econômica para a atual estrutura da Zona Franca de Manaus (ZFM). A proposta foi apresentada, inicialmente, em março de 2018, durante o Fórum para o Desenvolvimento do Amazonas.

Idealizador do projeto, o pró-reitor de Extensão, João Ricardo Bessa Freire, afirma que a proposta consiste no empreendimento de alternativas econômicas para o Amazonas. “Quando a Zona Franca de Manaus foi criada, na década de 1960, ela foi idealizada para desenvolver a Amazônia Ocidental. Investiu-se bastante em indústrias de montagem, em detrimento das atividades extrativistas. Hoje esse modelo se encontra em processo de falência. Basta lembrar que entre os objetivos da Zona Franca estavam a diminuição das desigualdades econômicas e sociais entre a capital e o interior e fixar as populações na Zona Rural para que os vazios demográficos fossem ocupados, mas depois de mais de 50 anos de existência percebemos que aconteceu justamente o contrário”, avalia o gestor.

O pró-reitor ressalta, ainda, que a diversificação da produção de bens que leve em conta o potencial da biodiversidade amazônica é a saída para promover o desenvolvimento econômico do estado. “A partir de um estudo rigoroso do potencial natural do Amazonas formulamos a proposta do mini distrito de cooperativas, cujo nome seria ‘Nipe´tirã Wahpata´se’, que na  linguagem tucana significa ‘todos ganham’”, destaca o pró-reitor.

Sobre o projeto

No projeto, o mini distrito de cooperativas é constituído de nove pequenas fábricas de produção de bens de transformação de matéria-prima regional e deverá gerar mais de 1500 empregos diretos e 300 indiretos.

As unidades fabris instaladas no mini distrito terão formato de galpões e resguardarão as exigências técnicas impostas pelas especificidades da natureza de cada setor produtivo.

Os galpões abrigarão a sede da Federação das Cooperativas e mais 14 fábricas voltadas para atividades como a extração e beneficiamento de madeira; extração e lapidação de granito; extração de óleos vegetais; produção de vassouras de piaçava; produção de sucos de frutas, entre outras. O modelo poderá ser reproduzido em outros municípios do Amazonas, de acordo com suas vocações naturais.

O pró-reitor afirma que a aposta na diversificação da economia, além de reduzir a dependência relativa ao PIM, promoverá melhor distribuição de renda no Amazonas. “O que se defende não é a destruição da Zona Franca de Manaus, mas a transformação do modelo econômico de monocultura prevalecente, cuja fragilidade impõe insegurança em vários aspectos como o jurídico, o financeiro e o social, não apenas para a comunidade local, mas para os que para cá vieram”, conclui o propositor.

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