Parceria pró-saúde – UFAM e UNIFESP se unem para estudar a saúde ocular do povo da Floresta

Vice-reitor, Hedinaldo Lima, e professora Solange SalomãoVice-reitor, Hedinaldo Lima, e professora Solange Salomão

Em reunião realizada no final da tarde desta quarta-feira (19), a UFAM, por meio da Faculdade de Medicina, firmou parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para realizar estudo que visa a identificar as principais doenças visuais na Região Amazônica. A pesquisa terá o município de Parintins como local de coleta de dados. A previsão é que o estudo tenha início no primeiro semestre de 2014.

Membros do projeto de pesquisa foco da parceria firmada entre UFAM e Unifesp foram recebidos pelo vice-reitor da Universidade, professor Hedinaldo Lima, para apresentar o estudo a ser realizado e a significativa contribuição deste para a ciência, uma vez que existem poucos dados sobre a saúde visual do povo da floresta, e para a população que terá um estudo específico retratando os problemas que poderá ser usado para embasar futuras propostas de políticas públicas voltadas para o tema em questão.

Para o vice-reitor da UFAM, esta é uma oportunidade da Instituição contribuir ainda mais para a melhoria da qualidade de vida da nossa população. Professor Hedinaldo aproveitou a ocasião para pôr à disposição a estrutura da Universidade em Parintins. “A unidade acadêmica de Parintins, o Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), tem os cursos de serviço social e de jornalismo, por exemplo, são sete cursos que poderão contribuir na realização do trabalho”, afirmou o vice-reitor.

Equipe de pesquisadores Equipe de pesquisadores

A coordenadora do projeto, professora do Departamento de Oftalmologia da Unifesp Solange Salomão, explica os fatores que levaram a equipe a escolher a Amazônia e em especial a cidade de Parintins como sede da pesquisa. “A Amazônia é muito misteriosa em termos de conhecimento de indicadores de saúde e principalmente saúde ocular. A gente praticamente não tem dados de frequência de doenças oculares, de cegueira, deficiência visual nessa região. Decidimos por Parintins devido à estrutura mínima que o projeto exige, a qual o município oferece, também pelo fato de haver acesso por avião e barco de maneira regular para o município, o que faz muita diferença. É também por ter um campus da UFAM, que foi um fator que pesou na hora de decidirmos por lá”, revelou a pesquisadora.

Professora Solange destaca que uma das doenças prováveis de serem diagnosticadas na população parintinense se chama Pterígio, que como ela mesma define, “é uma pequena membrana que vai recobrindo a parte colorida do olho e que já está relacionada à exposição aos raios ultravioleta, que pela localização equatorial, a gente espera ter uma frequência maior dessa doença lá. Nós acreditamos que o Pterígio seja a principal causa de cegueira também, mas só os dados vão poder confirmar isso”, declara a professora. De acordo com ela, se for detectada a tempo, o paciente pode fazer uma pequena cirurgia com sucesso. Nos casos mais graves há uma melhora, mas não uma cura completa”, diz.

Professor Jacob CohenProfessor Jacob Cohen

De acordo com o professor da Faculdade de Medicina da UFAM, Jacob Cohen, o estudo trará, além dos já alistados, outro resultado benéfico para o povo de Parintins, o tratamento de todos os pacientes pesquisados. “O projeto vai beneficiar a população de uma forma bastante intensa porque todas as pessoas participantes irão receber tratamento completo seja cirúrgico, clínico ou mesmo a prescrição de um óculos”, informa o professor que compõe a equipe de pesquisa.  

Os pesquisadores viajam nos próximos dias para Parintins a fim de montar a infraestrutura mínima necessária para a realização do estudo. O plano, de acordo com a professora Solange Salomão, é que uma nova viagem ocorra no segundo semestre de 2013 para fazer um estudo piloto que servirá como um exercício de todas as etapas do trabalho. O início efetivo do projeto está previsto para os primeiros meses de 2014. 

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