PPGCSA realiza seminário que aborda aspectos gerais do Islã
O seminário é o resultado final de intensas discussões sobre religiões na disciplina eletiva “Identidade Nacional, Religião e Fronteiras Éticas” do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA). Coordenado pela professora Renilda Costa, o evento teve apresentações de grupos de pesquisa que abordaram diversas temáticas, tenso ocorrido na última sexta-feira, 7, no auditório Rio Negro, do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), localizado no setor Norte do Campus Universitário.
Segundo a coordenadora do Seminário, professora Renilda Costa, durante toda a semana foram discutidos conceitos relacionados à identidade nacional, religião e fronteiras éticas, e de como estavam e articulados ao longo da História da Humanidade, assim como no Brasil, nos processos de construção, desconstrução e reconstrução das religiões. Assim, o seminário ajudou na compreensão de como as religiões no Brasil - Católica, Indígena e Africana - estiveram em contato de sob a opressão das demais. A docente exemplificou de maneira histórica os fatos ocorridos durante a catequese do Brasil Colônia junto aos indígenas e de sua imposição aos negros escravos vindos do continente africano.
A pesquisadora Renilda Costa afirmou que, durante esse processo, ocorreu uma maior aproximação e uma mistura entre as religiões. Nesse sentido, a professora esclarece que o objetivo do seminário foi analisar as relações entre religiões em nível de humanidade, mas, sobretudo, pensar em nível de Brasil. Por conta disso, a professora dá importância ao processo de construção da identidade ética, e destaca a alteridade como fator primordial nesse processo. ‘Somos nós e os outros, e ao mesmo tempo de aproximação e retração’, comenta a professora.
"Apropriação de fundamentos e ritualística uma das outras se entrecruzam", disse a professora. Apesar da utilização ritualística, ela commentou que se vive no Brasil um momento de intolerância religiosa. “No passado, nós tínhamos o catolicismo como uma religião opressora, na atualidade, temos as religiões neopentecostais, as quais emprestam elementos ritualísticos de religiões afro-indígenas, mas que demonizam as religiões de matriz africana”, completou a docente do PPGSCA, Renilda Costa.
Ainda segundo ela, a dinâmica do seminário foi estabelecer contra pontos entre realidades do Brasil e da Amazônia em que foram abordadas temáticas relacionadas, como: a presença protestante, das neopentencostais, matrizes africanas, mitologias Yanomami e Tikuna perpassando a ideia de religião, não como um conceito tradicional, de religare, mas, mitológico.
A palestrante Ana Flavia Souza Aguiar em pronunciamento no Seminário do PPGSCAPalestra ‘Um panorama do Islã’
O seminário contou com a presença da pesquisadora Ana Flavia Souza Aguiar, mestre em religião pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), cuja dissertação defendida no início de 2018, teve como título “Contextualização e análise da obra A Segunda Mensagem do Islã de Mahmoud Muhammad Tara”.
De acordo com a pesquisa, o islã é uma religião complexa com formação diferenciada. Dentre os aspectos que foram abordados estavam a diferenciação dos conceitos Islã e Islamismo, os cinco pilares essenciais destinados a desenvolver o espírito de submissão a Deus e como cada um se dá nas diversas regiões do mundo, e por último, a inter-relação entre o cristianismo e o Islã, tendo como pano de fundo as imagens do Anjo Gabriel e de Maria, mãe de Jesus.
Nesse sentido, a pesquisadora fez uma abordagem do de forma a esclarecer e permitir que o público o compreenda em sua integralidade, deixando de lado a falsa ideia de que seja em si uma religião opressora; mas que possibilite compreender a atual realidade política no âmbito internacional.