Nas últimas três décadas o mundo passou por inúmeras transformações que afetaram não só o comportamento social em todas as partes, mas também a economia. O processo de reordenação territorial no Leste Europeu acirrou divergências culturais e econômicas na região e abriu caminho para um processo de intolerância, de um nacionalismo exacerbado. A intolerância existe há séculos em todo o mundo, mas nos últimos dez anos tem se intensificado de várias formas e ganhou proporções mundiais.

Com o propósito de debater a intolerância religiosa e suas especificidades no Amazonas, o Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) e o Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) realizaram, dentro do ‘III Congresso Norte de Teologia’, da Faculdade Boas Novas, o ‘II Seminário Diálogos com o Sagrado’ com o tema: Diversidade religiosa no Brasil, identidade, fronteiras e desafios para o século XXl.

O Congresso ocorreu nos dias 28 e 29, no auditório da Faculdade Boas Novas, com a participação da comunidade religiosa, pesquisadores do tema e o público em geral. Na tarde desta quarta-feira, 29, ocorreu a mesa de diálogos inter-religioso ‘Diálogos com o sagrado no Amazonas: mediação na superação do processo da intolerância religiosa’, com a participação da professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal do Amazonas, Marilina Conceição Oliveira Serra Pinto, que mediou o debate.

A partir das 19h, ocorreu a conferência de encerramento do evento, intitulada: ‘Caminhos do diálogo inter-religioso’, proferida pelo professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e coordenador do Observatório Transdisciplinar das Religiões do Recife, Gilbraz de Souza Aragão. A professora do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia da Ufam, Renilda Aparecida Costa, mediou a conferência.

Professora Renilda Costa foi uma das coordenadoras do eventoO evento é relevante academicamente porque reuniu pesquisadores que trabalham com a temática da religião, mas também com as lideranças religiosas. “A intenção foi debater o tema de maneira acadêmica, mas também inserir ao debate as lideranças de várias vertentes religiosas”, afirmou a professora Renilda Aparecida Costa.

“As Grandes Guerras eclodiram por motivos econômicos e religiosos e deixaram seus rastros trágicos na humanidade. Com o fim dos grandes estados nacionais as diferenças econômicas, culturais, religiosas, se afloram. O evento tem o papel social de pensar a necessidade da compreensão da intolerância e suas manifestações cotidianas. A intenção do evento foi compreender o Diálogo com o Sagrado no Amazonas como medição no processo de superação da intolerância religiosa” afirmou a professora Renilda Costa.