Realidade Amazônica deverá ser abordada em disciplina da graduação na Ufam

A disciplina deverá ser ministrada a partir do 5º período letivo, com 75 horas/aula e cinco créditos. Viabilidade técnica será avaliada pela Proeg

Reitor recebeu coordenadores do Fórum Permanente, que foram também os idealizadores da proposta de disciplina a ser avaliadaReitor recebeu coordenadores do Fórum Permanente, que foram também os idealizadores da proposta de disciplina a ser avaliadaPor Cristiane Souza
Equipe Ascom/Ufam

O papel político pedagógico da Universidade Federal do Amazonas, a Geopolítica da Amazônica e seus recursos naturais estratégicos, Sociobiodiversidade, Folkmedicina e Governabilidade são temáticas que compõem a ementa da disciplina ‘Universidade e Realidade Amazônica’, proposta pelos coordenadores do Fórum Permanente para o Desenvolvimento do Amazonas à Administração Superior, no dia 1º de outubro. O objetivo é concretizar a formação política e cidadã dos graduandos pela oferta de disciplina obrigatória, além de fomentar a pesquisa, a extensão e a inovação a partir de problemáticas regionais.

Durante a reunião, o Fórum Permanente foi apresentado pelos coordenadores da atividade, com destaque para os professores aposentados pela Ufam Alcebíades Oliveira e Humberto Michiles. Em seguida, a situação político-pedagógica da Ufam foi avaliada pelo pró-reitor de Extensão, professor Ricardo Bessa. No terceiro momento, houve a defesa da proposta para a criação da disciplina sobre a realidade amazônica, sob a responsabilidade do diretor de Extensão da Pró-Reitoria, professor Almir Menezes.

Além do reitor, professor Sylvio Puga, a exposição dirigiu-se aos representantes das Pró-Reitorias de Ensino de Graduação (Proeg), de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), de Inovação Tecnológica (Protec) e de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan). Depois de aberta a discussão, agendou-se para o próximo dia 25 de outubro uma sessão do Fórum para exposição da viabilidade técnica da proposta, tendo em vista que a viabilidade política, segundo explicou o professor Bessa, já é defendida pelos proponentes.

Após avaliar a viabilidade técnica, a Proeg submeterá ao Fórum Permanente o resultado da análise do projeto de inclusão da disciplina como componente curricular obrigatória a partir do 5º período dos cursos de graduação. “Diante de uma proposta prática, esta será submetida à apreciação da Câmara de Ensino de Graduação (CED) e, em seguida, ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), órgão colegiado responsável pela aprovação final”, conforme explicou o pró-reitor de Extensão, professor Ricardo Bessa.

Ao justificar a inclusão, o pró-reitor explicou que a implantação de uma disciplina nesses termos reafirma os objetivos do próprio Fórum Permanente, que é resgatar a consciência amazônica. “Nessas 12 sessões, amadurecemos uma questão preliminar e chegamos ao entendimento de que a mudança deve começar na própria Universidade, na formação básica de nossos egressos como cidadãos críticos”, afirmou o professor Bessa.

“A introdução da disciplina obrigatória em todos os cursos, na capital e nas unidades fora da sede, é uma forma de transpor um processo de alienação quanto aos problemas da Amazônia por meio de uma recomposição curricular”, assegurou um dos idealizadores da proposta, ao explicar a proposta de se estabelecer uma verdadeira sintonia do currículo acadêmico e a realidade amazônica, de modo a torná-la recorrente em iniciativas de pesquisa, extensão e inovação. O primeiro passo, conforme assegura o docente, é inserir a disciplina na graduação.

Ementa

De natureza interdisciplinar, ‘Universidade e Realidade Amazônica’ foi proposta para ser ministrada a partir do 5º período letivo, com 75 horas/aula e cinco créditos no histórico. Na ementa, o papel político pedagógico da Ufam será o tema ministrado por docentes das áreas de Filosofia e Educação, já a geopolítica amazônica e os recursos naturais ficarão a cargo de professores oriundos da Geografia e da Economia. A Antropologia ficará com o encargo de oferecer a formação nas áreas de sociobiodiversidade amazônica e o conhecimento indígena como legado cultural, enquanto docentes da Saúde e do Direito serão responsáveis por ministrar temas como a Folkmedicina e as potencialidades fitoterápicas da Amazônia e Estado e governabilidade na região, respectivamente.

Num segundo momento, a viabilidade técnica será avaliada pela Proeg, e o resultado será apresentado no dia 25 de outubro, em sessão do FórumNum segundo momento, a viabilidade técnica será avaliada pela Proeg, e o resultado será apresentado no dia 25 de outubro, em sessão do FórumConforme o documento inicial, o objetivo geral desenhado para a disciplina é o de “desenvolver, em conjunto com os discentes, uma consciência acerca da realidade amazônica, de modo a reverter o processo de alienação”. Em relação ao conteúdo programático e aos procedimentos metodológicos, eles serão elaborados pelos professores de cada área de conhecimento. A avaliação, de acordo com a proposta, será em formato de artigo científico. “O nosso intuito é levar o aluno a refletir criticamente ao articular o conteúdo apresentado no seu curso e os temas abordados na disciplina, inclusive propondo soluções relevantes”, explicou o professor Ricardo Bessa a respeito do modelo avaliativo pretendido.

 Outras frentes

O coordenador do Fórum Permanente, professor aposentado Alcebíades Oliveira, ao retomar a origem da atividade – que surgiu como um ambiente de estudos e debates de temas correlatos à realidade do estado do Amazonas – reconhece a ampliação dos objetivos iniciais para a discussão e a proposição de soluções concretas para grandes questões amazônicas. “Percebemos que não havia espaço para se discutir a realidade amazonense, nem a produção ordenada de trabalhos nessa área e, menos ainda, a produção e coleta de informações capazes de subsidiar planos de ação exequíveis”, sustentou o professor Alcebíades.

Depois de enfrentar o debate de diversos temas, distribuídos em 12 sessões do Fórum, conforme já mencionado, a ideia é avançar, por exemplo, para a elaboração de uma Revista e de uma Cartilha de Orientação Comunitária. “Nesse sentido, a Universidade deverá estar alinhada aos objetivos delineados, especialmente nas áreas de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação. Ou seja, buscamos uma autêntica e necessária vinculação da Ufam aos temas tratados nas sessões de estudos”, sustentou o coordenador do Fórum Permanente.

De posse do documento-síntese e, foram organizadas e entregues propostas às Pró-Reitorias envolvidas com as quatro áreas-fim da Universidade. Para o ensino, além da criação da disciplina, propõe-se um estudo de viabilidade para a criação de cursos como Piscicultura, Engenharia Fluvial, Manipulação de Plantas Medicinais e Engenharia de Várzea, por exemplo, além da elaboração de um Guia de planejamento e avaliação da aprendizagem.

Na Extensão, o Programa de Estágio Social Curricular (Pesc) já está sendo encaminhado. Em relação à Pesquisa, a ideia é priorizar a visão estratégica do desenvolvimento regional tanto na Iniciação Científica quanto na pós-graduação stricto e lato sensu. No tocante à Inovação, treinamento qualificado de pessoal, identificação de áreas prioritárias ajustadas à vocação natural da região e adequação de cursos ao perfil profissional exigido pelo mercado estão entre as propostas apresentadas durante a reunião com os gestores.

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