Debate sobre a proposta de uma nova globalização marca a abertura do VII Fórum Acadêmico de Alto Nível China - América Latina

Reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, durante pronunciamento na solenidade de abertura do VII Fórum Acadêmico de Alto Nível China-América LatinaReitor da Ufam, professor Sylvio Puga, durante pronunciamento na solenidade de abertura do VII Fórum Acadêmico de Alto Nível China-América LatinaPor Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam

Na manhã desta quinta-feira, 20, teve início o VII Fórum Acadêmico de Alto Nível China-América Latina. É a primeira vez que o evento ocorre na Amazônia. O Fórum tem como objetivo geral debater temas científicos, técnicos, econômicos, políticos, culturais e diplomáticos sobre a relação entre China e América Latina.

Ufam - estratégias de internacionalização

Durante a solenidade de abertura, o reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Sylvio Puga, destacou o projeto de internacionalização de obras produzidas pela Ufam como uma das principais estratégias da atual gestão da Universidade. “Para nós, da Universidade Federal do Amazonas, além de ser uma honra sediar um evento internacional dessa natureza, é também a oportunidade de avaliarmos como viabilizar nossos projetos na área de internacionalização. A nossa meta, é buscar, cada vez mais, a internacionalização, a qual, no nosso senso estratégico, passa pela internacionalização das publicações da nossa universidade. Temos um conjunto muito grande de obras sobre a Amazônia que o Brasil não conhece e a China muito menos. Logo, esse fórum é o espaço ideal para avançarmos nesse processo”, ressaltou o reitor.

China-América Latina – diálogo em progresso

O Conselheiro cultural da embaixada da China no Brasil, Shi Zequn, disse estar feliz pelo progresso do diálogo da China com a América Latina. Durante seu pronunciamento, ele pediu que fosse lida a mensagem encaminhada pelo embaixador da China no Brasil. “É uma grande honra para nós, da embaixada da República Popular da China, estarmos aqui. Embora nosso embaixador não tenha conseguido comparecer a este evento, devido a outros compromissos, ele enviou uma mensagem especialmente para os participantes deste Fórum Acadêmico”, disse o conselheiro, referindo-se à mensagem com votos de sucesso a todas as atividades do Fórum enviadas pelo embaixador.

Agradecimentos

Em seu discurso, a assessora de Relações Internacionais e Interinstitucionais da Ufam, professora Leda Brasil, agradeceu a presença e o apoio de parceiros e colaboradores. “Obrigada pela presença de todos. É um imenso prazer receber todos vocês aqui, pois é árdua a tarefa de organizar um evento desse porte. Foram mais de oito meses de trabalho e contei com o apoio do Estado do Amazonas, do Instituto Confúcio junto à Unesp, da Academia chinesa de Ciências Sociais, dentre tantos apoiadores. Espero que possamos  dar prosseguimento às parcerias com a China. Sei que grandes contribuições políticas, econômicas e tecnológicas serão colocadas durante o evento”, declarou a assessora.

Humildade para aprender

O chefe da casa Civil do Amazonas, Arthur Lins, representou o Governador do Amazonas, Amazonino Mendes, durante a solenidade. Ele ressaltou que o evento é uma oportunidade de aprendizado. “O Estado do Amazonas expressa sua felicidade por sediar esse evento. Assim como temos o encontro das águas no Amazonas, temos, neste Fórum, um encontro de ideias. Para aprender é preciso ter humildade. Que todos possamos ter a humildade necessária para aprender com as culturas milenares, como a chinesa”, declarou o representante do Governo do Amazonas.

Elogio e convite para a próxima edição

O vice-editor da Editora de Ciências Sociais da China, Li Hongyam, declarou que é uma honra visitar Manaus e convidou todos os participantes do atual Fórum para a próxima edição do evento. “Manaus é uma cidade muito bonita. Gostei muito de vir aqui. Em nome de diversos representantes da Academia chinesa, expresso nossos sinceros agradecimentos pelo convite e elogio a organização deste evento. Queremos aprender com nossos colegas brasileiros a fazer um fórum tão bonito como esse para bem receber todos os que estão aqui, na próxima edição, que será em  Fuzhou, na Província chinesa de FuJian”, convidou o gestor.

Aproximação

Ao declarar ser uma grande honra participar do Fórum organizado pela Ufam, o diretor do Instituto Confúcio junto à Unesp, professor Luís Antônio Paulino, ressaltou que o Fórum tem um papel essencial para que a América Latina possa avançar em parcerias com a China. “O curso de Língua e Literatura chinesa da Unesp completou 10 anos na última segunda-feira. Ao longo desse tempo, tivemos a oportunidade de oferecer o curso de Língua e cultura chinesa para mais de 11 mil alunos. Acredito que fóruns como esse ajudam a combater o grande déficit que existe, tanto no conhecimento que temos sobre a China, quanto no conhecimento que a China tem sobre nós”, declarou o diretor.

Participantes da  mesa-redonda "Cooperação técnico-científica"Participantes da mesa-redonda "Cooperação técnico-científica"O professor Marcos Cordeiro Pires - integrante do Instituto Confúcio e pesquisador das transformações econômicas e políticas recentes da República Popular da China – comparou como se dá a influência da Academia no Brasil e na China e destacou o diferencial da sétima edição do Fórum. "Muito do trabalho que temos na Academia não tem repercussão fora dela. Nós escrevemos papers, teses, dissertações,  monografias, mas, infelizmente, em virtude da estrutura política do nosso país,  as ideias são colocadas em circulação pelos próprios interessados. Quando queremos desenvolver alguma questão técnico-científica, a Universidade oferece algum aporte, mas, efetivamente, quem vai se apropriar disso são os interesses privados. Na China é bem diferente. Além da estrutura política chinesa ser bem diferente da nossa, lá, a academia está no centro do processo de desenvolvimento, desfruta de influência decisiva. Quanto ao diferencial dessa edição em relação às anteriores, aponto a primeira mesa-redonda do VII Fórum Acadêmico de Alto Nível China América Latina como uma excepcionalidade, pois ela propõe discutir tecnicamente as possibilidades de cooperação quando, até então, discutíamos apenas política, relações internacionais e cultura”, observou o cientista.

Mesa-redonda

A mesa-redonda a que o pesquisador se referia era a “Cooperação técnico-científica”, a qual foi realizada logo após a solenidade de abertura. Coordenada pela professora Mónica  Ahumada, da Universidade Tecnológica do Chile e relatada pelo professor Han Qi, da Faculdade de História da Universidade de Nankai, a atividade teve como objetivo discutir os assuntos “Proteção ambiental e economia verde”, “Inovação tecnológica em biotecnologia e segurança não-tradicional” e “Combate a doenças tropicais infecciosas”.

A programação do evento continua até o próximo sábado, 22 de setembro, quando será lançado o livro “Oportunidades em meio à transformação - uma análise multidimensional das perspectivas de cooperação entre China e América Latina” - de autoria do professor doutor Wu Baiyi. Acesse a Programação completa.

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