Projeto Pedagógico Curricular em discussão na XXIII Semana de Filosofia que acorre até sexta, 14

Professor Evandro GhedinProfessor Evandro Ghedin
Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom

Nesta edição da Semana de Filosofia, o foco principal se concentra na influência das obras dos pensadores Michel Foucault e Walter Benjamin. Nesta segunda-feira, 10, aconteceu a mesa-redonda com o tema 'Projeto Pedagógico do Curso de Filosofia', realizada  no auditório Rio Solimões, do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS). As atividades se estendem até sexta-feira, 14.

Dentre os convidados da mesa-redonda, o professor do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologias (ICET/Itacoatiara), Evandro Ghedin, apresentou três provocações para discutir com a comunidade interna. 

A formação do ser integral

Para ele, a Filosofia sempre se ocupou da universalidade do saber humano. Entretanto, de acordo com o professor, em nossa atualidade ela tem se tornado especialista em determinados conteúdos e deixado de pensar a totalidade, a sociedade, a política, a democracia, a ética, enquanto grandes temas humanos. “Quando se pensa na formação de professores para Educação Básica, se pensa no nível de especialização ou de um conhecimento altamente especializado porque dificulta, se pensar um ser humano integral, a partir de um modelo de sociedade e na formação do ser, homem ou mulher”, completou o docente.

O papel da Filosofia na recomposição identitária

O professor separa a Amazônia como um projeto a parte, pois no campo cultural, a região não se identifica com a cultura europeia, predominante no restante do país. Por isso, ele aponta a Filosofia como a disciplina que tem um papel fundamental para recompor a nossa identidade de resistência aos modelos que se impuseram a nossa condição social, econômica e política.

O especialista associa à ideia de recomposição a segunda provocação. Ghedin considera que a região, especialmente, oProgramação inicial com mesa redonda Projeto PedagógicoProgramação inicial com mesa redonda Projeto Pedagógico Amazonas, é um foco de resistência política, cultural e de imposições de modelos. “Temos um grande patrimônio, uma riqueza fundamental, que ultrapassa a ideia de natureza. A Filosofia terá a capacidade de ir a fundo na construção dessa identidade e trazer à tona para recompor um processo de formação”, comentou o professor.

“Quanto mais nós pudermos aprofundar o conhecimento sobre nós mesmos, mais vamos responder de modo ímpar e singular a um processo que retrata a nossa condição mais fundamental de seres humanos, que é produzir uma identidade que se contrapõe aquilo que se tornou hegemônico”, disse o filósofo. “Isso tem tudo a ver com o Projeto Pedagógico do Curso de Filosofia. Como é que ela vai redefinir, resignificar e dar novos sentidos a isso que emerge da nossa condição histórica para nos recompor enquanto cidadão do presente e do futuro”, ressaltou.

Formação profissional e os saberes tradicionais

Nesse sentido, o professor apresenta a terceira provocação. “O curso de filosofia não pode pensar, então, a formação dos seus profissionais desvinculados de um contexto histórico, social e identitário, que se forja como movimento de resistência política e econômica. É preciso pensar no processo de formação do graduando formas de incorporar esses saberes tradicionais, filosoficamente reelaborados, a partir daquela lógica que os gregos clássicos pensavam, ou seja, como se pensa o mito como estruturante da identidade”, completa o professor.  

A mesa redonda foi mediada pelo coordenador do Curso de Filosofia, professor Nelson Noronha, com participação do professor Pedro Rodolfo da Silva e pelo representante do CAFCA, José Celso Santiago.            

             

 

 

 

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