Pesquisador da Ufam aposta na utilização de Redes Neurais Profundas para a classificação automática de sinais da Libras

 
Solução computacional que poderá futuramente ser utilizada na tradução automática de vídeos de sinais da LIBRAS para o português, no contexto da alfabetização de surdos, foi apresentada pelo mestrando Marcelo Chamy Machado

Pesquisador Marcelo Chamy Machado (ao centro) junto aos membros da banca avaliadoraPesquisador Marcelo Chamy Machado (ao centro) junto aos membros da banca avaliadoraPor Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam


A proposta de utilizar Redes Neurais Profundas para a classificação automática de sinais da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi elaborada pelo mestrando do Programa de Pós-graduação em Informática (PPGI), Marcelo Chamy Machado. Orientado pela professora Eulanda Miranda dos Santos, Marcelo defendeu a dissertação acerca do assunto na manhã desta segunda-feira (27), na sala de seminários do instituto de Computação (Icomp).

No trabalho, ele utilizou 84 sinais da LIBRAS como base de amostra para os experimentos. "As Redes Neurais Profundas são métodos de Inteligência Artificial que atualmente são estado da arte em diversos problemas envolvendo classificação de imagens e de vídeos. Entretanto, eu percebi que, apesar dessa ampla utilização das Redes Neurais Profundas, havia uma ausência de solução computacional robusta baseada nessas técnicas, que classificasse sinais de LIBRAS. As soluções existentes eram incipientes, traduzindo apenas sinais estáticos, letras e números, e poucas palavras eram efetivamente reconhecidas. Com a minha proposta, a quantidade de sinais foi significativamente expandida, sendo todos sinais dinâmicos, possibilitando aplicações futuras em tradução para o português", explicou o pesquisador.

Ele ressaltou ainda as perspectivas de estudos para o doutorado. "No mestrado, fizemos a proposta em cima de palavras. No doutorado, pretendemos aplicar as Redes Neurais Profundas em tradução de frases de LIBRAS para o português", declarou.

Contribuições para a ciência

A orientadora do trabalho, que é professora da área de Visão Computacional e Robótica do Icomp, destaca as contribuições do trabalho para a sociedade e para a ciência. "Gostaria de destacar o empenho do Marcelo durante o mestrado. Acompanhei o seu investimento, tanto de tempo, quanto financeiro no projeto. Esperamos que este trabalho, que será refinado posteriormente no Doutorado, contribua com a utilização de ferramentas computacionais que permitam a interação entre surdos e não surdos", avalia a orientadora. 

Banca avaliadora

A banca de avaliadores da pesquisa foi composta pelos professores do Instituto de Computação ( Icomp) José Luiz de Souza Pio, José Reginaldo Carvalho e Eduardo Souto. "Qualquer trabalho nessa linha demanda muito esforço do especialista. Se pensarmos fora da caixa, podemos imaginar, no futuro, um tradutor automático de vídeos em LIBRAS para o português", observou o avaliador Eduardo Souto.
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