Exposição do Acervo de Artes Visuais do CAUA ocorre nesta quarta-feira, às 19h

O Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (CAUA) promove a exposição ‘Acervo CAUA Ufam: lugar de guarda, preservação, restauro, pesquisa e exposição’, a partir desta quarta-feira, dia 8, às 19h, na Galeria do Largo, na Rua Costa Azevedo, 290, no Centro.

A exposição fica em cartaz de oito de agosto a cinco de outubro de 2018, com 40 trabalhos de 24 artistas e tem como objetivo dar visibilidade a um projeto de construção de um Acervo de Artes Visuais, do Centro de Artes da Ufam.

A reunião de obras do Centro de Artes da Ufam se estabelece numa atitude de norma histórica da produção de um período em que a fluidez de resultados com os artistas cresce e de perceber a necessidade da existência ou ampliação de uma reserva técnica/acervo numa instituição pública.

Em um curto período de descuido e indiferenças, atitudes algumas vezes equivocadas, mesmo com um acervo recente, equivalem a perdas irrecuperáveis. Esse princípio corresponde a todos os espaços que se destinam ao exercício técnico e elaborativo nos diálogos e interpretações que devem ser realizadas neste e a partir do acervo de artes visuais ou outro patrimônio, como lugar que se aproxime da sociedade no saber que “os artistas vivem num tempo à frente da critica”, Paulo Brusky.

Nesta exposição existe o compromisso de equivalências na produção cultural e artística como pertencente a uma parte da historia das artes visuais no Amazonas. Este papel de promover os trabalhos acessíveis coloca em evidência práticas que possam contribuir para a guarda, a conservação, a restauração, a pesquisa e a exposição de todo um processo de permanência e memória.

Referencial para pesquisa da arte contemporânea

O Centro de Artes da Ufam, por meio de seu acervo de artes visuais, possui importante papel na salvaguarda da memória das artes visuais do Amazonas. Com mais de duzentas obras, produzidas entre a década de 1960 até os dias atuais, a coleção é fruto das doações de artistas, que passaram ou não por exposições na Galeria do Centro de Artes.

A organização mais efetiva da coleção começou a partir de 2005, durante gestão curatorial do artista Cristovão Coutinho, quando as obras, que estavam dispersas por todo o prédio, passaram a se concentrar em um espaço de reserva técnica. De 2003 a 2012, período em que o curador esteve à frente da Galeria, o número de obras do Caua aumentou consideravelmente, destacando-se trabalhos de novas gerações de artistas locais independentes. Além da coleção citada, construída ao longo dos anos, em 2017, mais de cem obras da Coleção Thiago de Mello, com nomes de artistas nacionais e sul-americanos, passaram a fazer parte do acervo.

Um dos principais objetivos da atual direção do CAUA é tornar o acervo um referencial para a pesquisa da arte contemporânea. Para isso, a Reserva Técnica, em espaço bem mais amplo, vem passando por um processo de organização e as obras vêm sendo higienizadas, acondicionadas, estudadas, documentadas e registradas o apoio técnico da museóloga e professora da Ufam Regina Vasconcellos e da estudante do curso de Artes Visuais, Amanda Santos.

Para esta exposição são trazidos artistas de diferentes gerações com suas expressões em desenho, pintura, gravura, fotografia, arte digital, objeto, instalação e vídeo.

A diversidade de linguagens e temáticas do acervo aponta referenciais estilísticos na produção artística contemporânea, a partir de diálogos com a natureza, o cotidiano e o imaginário, os artistas propõem reflexões filosóficas, antropológicas e socioculturais com suas obras.

Neste contexto expositivo, destacam-se a instalação de Roberto Evangelista (2007) e as obras mais antigas do acervo, uma pintura de Hahnemann Bacelar (1965) e um desenho de Óscar Ramos (1969). Vale citar também a obra de Moacir Andrade (1998) e de Bernadete Andrade (1997), artistas que deixaram importante legado na história da arte do Amazonas, entre outros nomes.

“A exposição tem como objetivo, não só mostrar parte da Coleção do Caua, mas, sobretudo, ressaltar o valor do acervo para pesquisa no campo das artes visuais locais. Para isso, apresenta as obras no seu estado de conservação atual. Neste sentido, vale ressaltar que a salvaguarda das obras é uma atividade constante que nem sempre foi possível ter no CAUA e que, qualquer intervenção de restauro deve ser realizada por pessoas capacitadas. Mas, na certeza de proporcionar à coleção o tratamento adequado ao seu valor artístico cultural é que estamos abertos a parcerias para que juntos possamos melhor cumprir nossa missão de contribuir para a preservação cultural ao incentivar a pesquisa das artes visuais amazonense”, ressaltou a diretora do CAUA e curadora da exposição, Priscila Pinto Maisel.

 

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