II Semana de Letras Libras da Ufam evidencia protagonismo da Língua de Sinais

A novidade é que a comunicação durante o evento é feita totalmente em Libras, com a disponibilização de intérpretes para os ouvintes

Diretor da Flet, professor Wagner Barros Teixeira, deu início ao evento. Atividades seguem até esta quinta-feira, 5Diretor da Flet, professor Wagner Barros Teixeira, deu início ao evento. Atividades seguem até esta quinta-feira, 5Por Carlos William
Equipe Ascom

Em sua segunda edição, a Semana de Libras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), realizada pelo curso vinculado à Faculdade de Letras (Flet), teve o objetivo de pontuar os avanços no ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Com programação até o dia 5 de julho, o evento teve a abertura prestigiada por estudantes e profissionais no auditório Eulálio Chaves, no setor Sul do Campus Universitário, na terça-feira, 3.

O ensino desse idioma oficial não oralizado ultrapassa os limites conceituais de uma forma inovadora por meio da conversação entre pessoas surdas. Pontuar as peculiaridades gramaticais dessa língua abrangente e criativa, que utiliza recursos visuais para captar a compreensão de seus interlocutores, é o desafio cotidiano de profissionais e discentes que se especializam e promovem mudanças na área.

Conforme afirmou o diretor da Flet, professor Wagner Barros Teixeira, é fundamental destacar a pluralidade linguística presente no Brasil. “As línguas Inglesa, Japonesa, Espanhola e Libras são faladas por parcela significativa da população brasileira”, constatou o gestor. O docente elencou os principais avanços empreendidos pela graduação na Ufam, agora com mais espaço para expandir suas atividades albergada na Unidade Acadêmica específica para as Letras.

Como evento voltado ao público que possui algum conhecimento na língua de sinais, sejam estudantes ou profissionais, a própria Semana traz uma inovação: a comunicação durante as atividades é feita totalmente em Libras, com a disponibilização de intérpretes para os ouvintes que necessitarem. Com isso, é valorizada e fortalecida a cultura surda.

Estrutura e significados

Público assistiu à abertura em Libras, com intérpretes para os ouvintes que necessitaram de auxílio para coompreenderPúblico assistiu à abertura em Libras, com intérpretes para os ouvintes que necessitaram de auxílio para coompreenderResponsável por proferir a palestra de abertura da semana acadêmica do curso, a docente da Bristol University, professora Rachel Sutton Spence falou sobre a ordem dos constituintes principais em língua de sinais com implicações para todas as línguas. A pesquisadora é graduada em Psicologia Experimental, pela Universidade de Oxford, e possui doutorado em Estudos Surdos pela Bristol, atuando na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Também líder do grupo de pesquisa ‘Literatura em Línguas de Sinais’, a professora Rachel Spence falou que, em se tratando das línguas de sinais, as regras gramaticais são mais flexíveis, exemplificando: “Quando eu quero dizer que ‘um GATO CAIU de uma ÁRVORE’, primeiro eu ilustro a árvore, o ambiente, o objeto imóvel que serve de contexto, ou seja, a ÁRVORE. Ao contrário da língua falada, o ser que se move – pratica a ação – vem depois, isto é, o GATO”.

Ainda no primeiro dia, as contribuições acadêmicas tiveram continuidade com a apresentação da professora Laura Amaral Kummel Frydrych, do curso da Ufam. Ela proferiu a palestra intitulada “O ponto de vista cria o objeto: o que Saussure tem a ver com as línguas de sinais?”.

Programação

Dia 4 de julho

 

Dia 5 de julho

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