Determinação: quando nem mesmo limites físicos impedem a realização do sonho de estudar na Ufam
“Escolhi a Ufam porque é uma das universidades mais renomadas da região Norte”. Essa foi a principal razão pela qual a caloura do curso de Filosofia - Licenciatura da instituição, Carolina Martins, 20, escolheu a Universidade Federal do Amazonas como segunda casa pelos próximos quatro anos.
Logo no primeiro dia de aula do período acadêmico, Carolina conheceu o reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, e o vice-reitor, professor Jacob Moysés Cohen. O encontro, que também teve a presença do assessor especial da reitoria, professor Paulo Ariston, e da mãe de Carolina, Suely Almeida, 50, foi um sonho realizado pela acadêmica para comemorar a aprovação na universidade pública federal.
História de superação
A jovem contou aos professores que, ao nascer, teve o diagnóstico de paralisia cerebral. Após alguns tratamentos, viu sua qualidade de vida melhorar. Ela cursou os ensinos fundamental e médio em escola pública e, antes de ingressar na Ufam, ganhou uma bolsa de estudo para o curso de História de uma universidade particular. “Cursei até o terceiro período, mas depois tive que trancar, pois a universidade me colocou para o turno da noite por uma questão de mobilidade urbana. E não dava pra mim”, lembrou.
Nos últimos dois anos, Carolina passou estudar para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, em 2018, alcançou a nota para ser aprovada pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU), tendo sido aprovada nos cursos de História e de Filosofia da Ufam.
Ela escolheu este último. “Decidi ficar com Filosofia porque gosto de indagar sobre as coisas, de questionar. É meu sonho estar hoje nesta universidade. Espero ter bom desenvolvimento com os professores mais capacitados. Que os próximos anos sejam de prosperidade”, ressaltou Carolina Martins.
Mãe da caloura, Suely Almeida diz que ver a filha na Ufam é como um sonho realizado. “A conquista dela também é a minha. Vê-la em uma universidade federal é uma conquista. Estou muito feliz nesse primeiro dia de aula e quero estar sempre ao lado dela, até o dia da formatura”, prometeu Suely.
O professor Sylvio Puga destacou que as pessoas com deficiência contam com o amparo da área de Assistência Estudantil. “Nós temos a política nacional de Assistência Estudantil que ampara as pessoas com deficiência. A Carolina terá todo o apoio para o desenvolvimento da atividade acadêmica”, sublinhou o reitor.
Já o vice-reitor, professor Jacob Moysés, afirmou: “Para a Universidade é uma satisfação, um privilégio receber uma pessoa tão vitoriosa. Carolina superou todas as dificuldades pessoais e familiares para estar aqui. O fato de ingressar num curso superior é uma porta que também se abre para outras pessoas”, garante.