Prova prática de residência médica do Amazonas aconteceu neste sábado, 09
Por Alberto Jean Fermin
Ascom EBSERH/HUGV
A Comissão de Residência Médica do Estado do Amazonas (CERMAM) realizou nesta sexta-feira, 8, a prova prática para 134 vagas em mais de 35 programas de residência Médica em 10 instituições no estado. O Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é responsável pelo maior número de programas no Estado, com atualmente 25 programas de residência médica, seguido pela Fundação Hospital Adriano Jorge e Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (Fcecom), que empatam no segundo lugar, com seis programas cada um. Ademais, a Universidade Federal do Amazonas foi a primeira instituição a criar um programa de residência médica no estado, com a implantação no HUGV da residência em Patologia, em 1978.
A abertura do evento foi feita por Maria do Patrocínio Tenório Nunes, Professora Associada de Clínica Geral da Universidade de São Paulo (USP) e ex-Secretária Geral da Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação (CNRM-MEC). A professora orientou os candidatos sobre os procedimentos do processo seletivo e desejou boa sorte a todos. Segundo ela, os médicos devem se considerar abençoados e estar conscientes do mérito que possuem por conseguirem exercer essa profissão no Brasil. Patrocínio agradeceu ainda aos candidatos por terem escolhido fazer residência no Amazonas.
Pela manhã, realizaram provas candidatos das especialidades de Anestesiologia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Patologia e Pediatria. Dos 140 candidatos que realizariam provas pela manhã, apenas 12 faltaram. À tarde, foram submetidos à avaliação prática os candidatos das especialidades de dermatologia, infectologia, medicina da família e comunidade, neurologia, obstetrícia e ginecologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, ortopedia e traumatologia, radiologia e diagnóstico por imagem. Dos 136 candidatos a estas especialidades somente 13 não compareceram ao certame, o que representa pouco mais de 9% de ausentes dos 276 candidatos esperados.
Médico Antônio Chagas realizou a prova neste sábado, 09Durante o processo seletivo, atuaram como avaliadores 56 médicos especialistas. Colaboraram ainda na realização do processo seletivo 43 atores, alunos do segundo ao sétimo período do curso de teatro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Eles colocaram em prática técnicas aprendidas na disciplina “Interpretação”, atuando como pacientes a serem diagnosticados pelos médicos. O médico Antônio das Chagas participou da avaliação como candidato a uma das vagas de Neurologia. Na opinião dele, a prova contempla a realidade dos recém-formados em Medicina, apresentando os casos mais comuns da prática médica. Segundo ele, o processo seletivo é enriquecido com a realização da fase prática ao invés de somente a fase teórica. “Esse tipo de prova prática leva o candidato a se deparar com a realidade da prática médica”, afirma.
Segundo o coordenador da prova, o membro da Comissão Estadual de Residência Médica do Amazonas (Cermam) e gerente de ensino e Pesquisa do HUGV, Juscimar Carneiro Nunes, a prova de residência médica do estado do Amazonas é uma das três realizadas no Brasil que inclui a modalidade prática para seleção dos residentes. A finalidade desta prova, na opinião de Carneiro, é não só melhorar a seleção de médicos residentes como também aprimorar a qualidade de ensino dos especialistas. “Essa prova tem uma dupla função: Melhorar a qualidade do ingressante nos programas de residência médica e também induzir uma melhor formação de nossos médicos durante o ensino de graduação”, declarou. Juscimar Carneiro acrescenta ainda que o Amazonas se junta hoje a instituições como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), cujas Comissões de Residência Médica realizam provas práticas. Segundo ele, a prova prática para residência médica no Estado do Amazonas é uma avaliação que engloba todas as cinco especialidades médicas. “O candidato a uma vaga de residência médica faz uma prática em cinco diferentes cenários, cada um relacionado a uma espacialidade médica, e deve ter nota mínima de 5,0 em cada uma delas”, explicou.
Estação para realização de prova prática
Para Maria do Patrocínio, a importância da prova prática da residência médica no contexto atual do ensino da medicina no Brasil é essencial. “A prova prática é fundamental para que os que estão cursando medicina e os que ainda vão cursar compreendam o que é esperado de um médico. As diretrizes curriculares nacionais estabelecem muito bem o que se espera de um médico, mas é preciso que a avaliação cobre exatamente o que as diretrizes determinam. Portanto, não basta só saber, saber fazer, é preciso demonstrar”, destacou.
De acordo com Patrocínio, exames de residência médica da forma como vêm sendo feitos, somente com provas teóricas e baseados quase sempre em conhecimento e aplicação de conhecimento, estão deturpando a atenção dos estudantes. “Eles passam a se concentrar somente em conhecimento e aplicação do conhecimento, e todo médico, todo profissional de saúde, para além de saber, deve saber fazer e demonstrar como se faz”. Ainda na opinião da professora, o estado do Amazonas saiu na frente na região norte ao realizar a prova prática da residência médica. “Estou profundamente satisfeita porque em um ano o Amazonas teve autonomia. Estou assistindo hoje a um estado autônomo para desenvolver uma prova prática de acesso aos programas de residência médica de forma plena, muito criativa e muito apropriada às diretrizes curriculares nacionais”, completou.