PET Computação: 10 anos promovendo aprendizado, transformações e cidadania
Quando o professor Raimundo Barreto submeteu o projeto do Programa de Educação Tutorial (PET) de Computação em 2007, ele tinha um objetivo: intensificar as atividades de extensão do então Departamento de Ciências da Computação da Ufam (DCC). De lá para cá, o DCC se tornou Instituto (Icomp), consolidou-se como um dos melhores na área, tanto na graduação quanto na pós-graduação, e o PET acompanhou esse crescimento, promovendo atividades extracurriculares para os alunos na tríade universitária: ensino, pesquisa e extensão.
Em setembro, o programa completou dez anos com uma história marcada pela promoção de aprendizado, transformações e cidadania. Para o professor Barreto, fazer parte do PET é um divisor de águas na trajetória do estudante.
“Além de ser um braço do Icomp na comunidade, o PET visa formar o aluno como um cidadão completo, porque dá a ele a oportunidade de vivenciar plenamente o tripé universitário”, diz Barreto. “Há uma mudança drástica de visão do aluno depois que ele participa do programa. Aqui, ele tem experiências que normalmente não teria, como dar aulas”, exemplifica.
"É incalculável o valor e o impacto que o PET tem", diz o professor tutor do programa, Raimundo Barreto.
O PET é caracterizado por oferecer aos graduandos, sob a orientação de um professor tutor, condições para a realização de atividades extracurriculares que complementem sua formação acadêmica. A prática desenvolvida busca atender mais plenamente às necessidades do curso de graduação e ampliar e aprofundar os objetivos e os conteúdos programáticos que integram sua grade curricular. Além do professor Barreto, o PET Computação teve outros dois tutores: os professores Ruiter Caldas e José Francisco Netto.
Atividades
Atualmente, o PET possui seis bolsistas de Ciências da Computação e um número flexível de não-bolsistas, os chamados “Amigos do PET”, que inclui alunos de diversos cursos, desde Sistemas da Informação até Física. “Sempre dizemos que o PET não pode ser um grupo fechado; todas as atividades devem envolver o máximo de alunos possível”, diz o professor tutor.
As principais atividades de extensão do PET são: a Computação Desplugada, que ensina os fundamentos da computação sem o uso de computador, por meio de dramatizações, quebra-cabeças, truques de mágica e testes; o Kodikós, que ensina crianças de 10 a 12 anos a programar; e o PET Solidário, que atende instituições beneficentes. O PET Café, por meio da venda de alimentos, arrecada recursos para a compra de equipamentos para a entidade auxiliada.
Os petianos também realizam palestras com temas da computação em instituições de ensino, além de minicursos e oficinas dentro da própria Ufam. Atualmente, três bolsistas estão envolvidos em pesquisas científicas.
Alguns membros da família PET Computação: Timóteo Santos, Hélio Rodrigues, Leonardo Augusto, Mateus de Oliveira e Victor Augusto
Experiências transformadoras
O estudante Hélio Rodrigues é um exemplo do alcance do PET na comunidade. Ele estudava o ensino médio em Maués quando assistiu uma apresentação do Computação Desplugada pela primeira vez. “Eles ensinavam os conceitos da computação de forma simples, diferente, tirando essa ideia de que a computação é uma coisa complicada”, relembra. “Na época, eu ainda não sabia o que queria fazer; a palestra despertou minha curiosidade e me incentivou a vir cursar Ciências da Computação em Manaus”.
Hoje, Hélio é estudante do 4º período na Ufam, petiano há quase um ano e participa do mesmo trabalho que o ajudou a decidir a futura profissão. “Poder divulgar o conhecimento e mostrar a computação de forma acessível é incrível. Despertar o interesse nas crianças, assim como aconteceu comigo, é recompensador”, diz ele.
O petiano Victor Augusto também destaca a palestra nas escolas como sua atividade favorita no programa. “Nós expandimos nossa visão de universidade para além do estudo, sendo uma ponte para a sociedade. Ver o interesse, a fascinação e a interação do público nos motiva a seguir em frente”, revela.
“Nós vemos o resultado dessas atividades no olhar das crianças quando elas percebem que a computação é uma coisa legal, que vale a pena ser estudada. É incalculável o valor e o impacto que tudo isso tem”, completa o professor Barreto.
Uma vez petiano...
A doutoranda do PPGI, Ludimila Carvalho, foi uma das primeiras integrantes do programa
... sempre petiano. Esse é o sentimento de quem já fez parte do PET, como é o caso de Ludimila Carvalho, discente do Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI/Ufam). A trajetória acadêmica de Ludimila está atrelada à Ufam, onde se graduou em Ciências da Computação, fez mestrado e agora cursa o doutorado na área de mineração de dados. Ela fez parte da primeira turma do Programa, e lembra com saudades da época.
“Foi no PET que aprendi a fazer projeto de pesquisa, onde dei aula pela primeira vez e fiz amigos que tenho até hoje”, conta. “Fazer parte do programa me deu um olhar diferente sobre a computação e sobre a sociedade. Nas ações de extensão, somos impactados com realidades diferentes da Ufam”.
“É bom ver o PET Computação amadurecido. Essa turma sabe a função e o impacto que o programa tem. Fico feliz ao ver que as ações que iniciamos lá atrás cresceram e são reconhecidas”, comemora. A participação da doutoranda se estende até hoje, quando ajuda nas várias atividades promovidas pelo programa.