Pró-Reitoria de Extensão apresenta ações afirmativas em andamento na Ufam
Comunidade PcD, indígenas e municípios do interior serão os beneficiados pelas ações da Proext. Entre os destaques, está a implantação de creches universitárias nos campi da Ufam.
Transformar o conhecimento produzido em sala de aula em ações que beneficiem a sociedade. Esse é um dos papéis da extensão universitária, e a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Amazonas (Proext/Ufam) se empenha em cumprir a tarefa de promover projetos que contemplem os diversos públicos da Universidade, sejam eles internos ou externos à Ufam.
Entre as principais ações em fase de implantação pela Proext está a realização de fóruns para discutir e pôr em prática soluções efetivas para os públicos indígena, surdo, deficiente físico e visual, entre outros. Promovido pelo Departamento de Políticas Afirmativas (DPA/Proext), o primeiro encontro, voltado especificamente para políticas indígenas, ocorrerá no dia 27 de outubro no município de Novo Airão.
Segundo o pró-reitor de Extensão, professor João Ricardo Bessa Freire, a proposta é que os fóruns sejam de consenso e não fiquem apenas no debate. “Queremos que a discussão se efetive em ação”, afirma. “Hoje, compreendemos que o nosso papel é romper com os muros do campus e resgatar a dívida social que a Ufam tem com a sociedade, que são as pessoas que mantém a instituição”.
Outra ação da Proext é o levantamento de dados da comunidade de pessoas com deficiência (PcD) da Ufam. Serão coletados e analisados os dados de servidores e alunos para obter um panorama geral e detalhado. Os mecanismos de acessibilidade e as políticas afirmativas para esse público, já existentes na Universidade, também serão revistos.
A Biblioteca da Fazenda Experimental é outro destaque: o projeto arrecadou mais de 3 mil livros e beneficiará mais de 5 mil pessoas que vivem no entorno do local.
Mudança de visãoPró-reitor de Extensão, professor João Ricardo Bessa Freire
“Por muito tempo, o DPA se dedicou quase que exclusivamente à questão indígena”, revela a diretora do Departamento, professora Cláudia Guerra. “Mas o Departamento envolve questões mais amplas, como a do negro, do quilombola, do cadeirante, do deficiente visual. Demos uma nova dimensão ao papel do DPA”, completa a diretora.
A ampliação do alcance da Proext se reflete na avaliação de projetos na Câmara de Extensão. O setor analisa os projetos à luz de três critérios: relevância social, relevância científica e viabilidade econômica. A mudança, segundo a diretora do DPA, é que, antes, a academia definia as demandas que seriam atendidas pela extensão. “Atualmente, invertemos esse processo: as comunidades é que reivindicam ações concretas que interessam a elas”, informa. “Como uma instituição acadêmica, nossos conhecimentos produzidos cientificamente devem ser veiculados em sala de aula (ensino) e levados para a sociedade (extensão)”, reafirma.
Para veicular as realizações dos 42 programas de extensão da Ufam, está previsto o lançamento da Revista da Extensão, contendo a descrição dos projetos que fazem a diferença na Universidade e na sociedade e que promovem a integração entre a instituição e os cidadãos.
No interior
Primeiro fórum de discussão do DPA/Proext ocorrerá em Novo Airão, voltado para políticas indígenas
Os municípios amazonenses com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) serão priorizados pelas ações de extensão no interior. Uma das preocupações da pró-reitoria é a análise contínua desse índice para identificar as necessidades de cada local e traçar estratégias de intervenção. As cidades próximas aos campi da Ufam no interior serão as principais beneficiadas.
A Proext vem participando de reuniões com as prefeituras dos municípios para estabelecer parcerias. Entre os resultados, pode-se destacar a implantação das creches universitárias, que atenderão filhos de servidores e alunos da Ufam. Em Benjamin Constant, serão oferecidas 300 vagas na creche que funcionará inicialmente em um prédio cedido pela Prefeitura. O serviço estará disponível a partir de fevereiro de 2018.
No dia 8 de outubro, o pró-reitor se reuniu com a prefeitura de Humaitá para viabilizar, entre outras ações, a implantação da creche universitária e de um projeto de coleta seletiva no município em parceria com o curso de Engenharia Ambiental do Instituto de Educação, Agricultura e Meio Ambiente (IEAA).
“A ideia é ter uma creche universitária em cada um dos seis campi da Ufam, financiadas pelo Ministério da Educação”, disse o pró-reitor.
Já pré-aprovado na Câmara, o Programa de Estágio Social Curricular (Pesc) pretende ser o “guarda-chuva” da extensão. A proposta é que os estudantes da graduação atuem na capital e no interior, realizando ações que contribuam para desenvolvimento e melhora da qualidade de vida da população amazonense. Assistência em saúde, atividades de alfabetização, palestras de cidadania, humanização de moradias, projetos de empreendedorismo e formação de cooperativas são algumas das atividades que poderão ser executadas. O Pesc será votado na Câmara de Extensão em novembro, com previsão de início já em 2018.