Especialização em Educação, Pobreza e Desigualdade Social certifica 239 discentes
Lançamento de obras também marcou o encerramento do curso.
No último sábado, 23, foi realizado o encerramento do Curso de Especialização e do Programa Educação, Pobreza e Desigualdade Social desenvolvido na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), na modalidade à distância. O momento foi marcado pela entrega do certificado de conclusão do curso e pelo lançamento dos trabalhos em livros.
Em seu pronunciamento, o reitor, professor Sylvio Puga, destacou a responsabilidade que os novos especialistas passam a ter e anunciou que a Especialização em Educação, Pobrezae Desigualdade Socialdeverá ser oferecida em mais municípios em 2018. “Sempre ministrei aula no interior. Tudo o que aprendo eu coloco à disposição dos que mais precisam. Sabe-se que a Ufam já se interiorizou bastante, mas precisamos fazer mais e temos trabalhado nesse sentido junto ao Ministério da Educação. Vocês já pararam para refletir que agora estão diplomados, pós-graduados? Isso significa que aumenta a responsabilidade de cada um dos senhores, que são uma parcela muito pequena da população e enquanto formuladores de políticas públicas, profissionais, professores, vocês devem atuar de forma crítica no combate à pobreza e à desigualdade. Eu tenho certeza de que, a partir de agora, com 239 novos especialistas, a Educação no Amazonas não será mais a mesma, pois contaremos com multiplicadores de conhecimento. Também quero colocar a nossa universidade à disposição para oferecer a Especialização em 2018 e não somente nos 17 municípios onde foi oferecida, mas que seja mais abrangente”, ressaltou o reitor.
Jaira Carla de Souza Dario é de Maraã e fez o curso por meio da internet. Para receber o certificado, viajou ao longo de 5 dias, de barco.A diretora da Faculdade de Educação (Faced), professora Francisca Maria Coelho Cavalcanti afirmou que o conhecimento é fundamental para o combate da pobreza. “Esta semana foi publicada uma pesquisa do Banco Mundial a qual aponta que, se não houver mais investimento no Bolsa-Família, serão mais 3,8 milhões de brasileiros a cruzar a linha da pobreza e isso é muito preocupante. Vocês adquiriram muito conhecimento durante a especialização, portanto, não sejam indiferentes a tantas injustiças sociais. Esse conhecimento é fundamental para que vocês exerçam a cidadania com atitudes diferenciadas. Parabéns a todos!”, discursou a diretora.
A coordenadora geral de acompanhamento da inclusão escolar, Simone Medeiros,afirmou que a Ufam é a primeira Universidade, das 15 que participaram do projeto, que entrega os certificados aos seus cursistas, em uma solenidade de grande destaque.“Fico feliz pelo destaque que a Ufam dá a este momento contando, inclusive, com o lançamento de uma coletânea, com seus artigos publicados. Reconheço aqui e eu estava pensando nisso ao entregarmos os certificados, que cada um de vocês têm uma história de batalha.Soube de um aluna que enfrentou 5 dias de barco para estar aqui. Então, parabenizo a todos vocês, que se empenharam, que se sacrificaram para cumprir essa jornada em prol do conhecimento sobre esse assunto que tanto precisa de atenção da sociedade e ser visto com mais compromisso e amor. Digo isso, para explicar que a pobreza não é culpa de quem está nessa situação, ela é produzida, é resultado de produção social, histórica e cultural, portanto, a pobreza precisa ser tratada pela saúde, pela assistência social e pela educação”, declarou a coordenadora.
Lançamento de coletânea
Depois da entrega dos certificados houve o lançamento de uma coletânea, composta por seis livros, que foi disponibilizada a todos os participantes. A coletânea reúne trabalhos de cinco grupos que desenvolveram projetos de pesquisa junto às linhas 1 e 3 do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE, da Faculdade de Educação, com estudos e reflexões sobre as vivências, os temas estudados e discutidos durante o curso. “Assim como a especialização, a coletânea tem a finalidade de apresentar à sociedade questões de fundamental importância para a educação que foram esquecidas ou camufladas no processo de ensino/aprendizagem das escolas”, declarou a professora Rosa Brito, coordenadora do Programa na Ufam.
O ProgramaEducação, Pobrezae Desigualdade Socialesteve ancorado no Centro de Formação Continuada, Desenvolvimento de Tecnologia e Prestação de Serviços para a Rede Pública de Ensino (Cefort) e envolveu ensino, pesquisa e extensão, contando com o apoio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC). O Programa contou com a contribuição de 57 professores, sendo 38 da UFAM e 19 da rede pública de ensino (SEDUC e SEMED).No total, a Especialização envolveu 400 professores da rede pública de ensino de 17 municípios do Amazonas e teve financiamento do Ministério da Educação, através do FNDE.
O evento ocorreu no auditório Rio Amazonas da Faculdade de Estudos Sociais (FES), Setor Norte do Campus Universitário Arthur Virgílio Filho.