Equipe da UFAM conquista medalha de prata em Boston
O projeto premiado “Hydrargyrum: Um método inovador para biorremediar Mercúrio” é um melhoramento das duas fases da pesquisa apresentadas nos anos de 2014 e abril de 2016.
Oito alunos da UFAM, dois da UEA, dois professores de Biotecnologia e uma técnica de laboratório da UFAM participaram da Competição Internacional de Biologia Sintética (International Genetically Engineered Machine Competition - iGEM), que ocorreu em Boston entre os dias 27 e 31 de outubro. Confira os membros da equipe neste link: 2016.igem.org/Team:UFAM-UEA_Brazil
É a terceira vez que a equipe coordenada pelos professores Spartaco Astolfi e Carlos Gustavo Nunes participa da fase final da competição. Em 2016 o iGEM reuniu 270 equipes do mundo inteiro e o time do Amazonas conquistou a medalha de prata com um melhoramento de duas fases da pesquisa apresentada nos anos de 2014 e abril de 2016.
Para o acadêmico Anderson Oliveira, que na equipe é o responsável por organizar as atividades sociais e pela modelagem matemática, comenta sobre a relevância do trabalho apresentado. “Neste ano apresentamos o que a competição chama de "prova de concepção”, quando mostra-se a efetividade do trabalho feito no laboratório. Em parceria com o professor Fernando Garcia, elaboramos o primeiro Biorreator para tratar meio contaminado com mercúrio, com 70% de retirada de Cloreto de Mercúrio. Levamos, também, cheios de orgulho, a cultura amazônica. Pintamos o rosto com padrões indígenas para a apresentação oral e demais dias, além de ornamentarmos nosso banner com artigos como chocalhos, arcos e flechas. Chamamos muita atenção para a problemática da nossa região - com suas 3.000 toneladas de mercúrio nos rios - e para o projeto, ficamos muito felizes com todos os elogios dos juízes e das outras equipes".
Projeto
O projeto premiado consiste na inclusão de circuitos genéticos em bactérias de laboratório (Escherichia coli) para que estas sejam capazes de sobreviver em meio de cultura contaminado com mercúrio e degradar esse metal pesado. A idéia é levar essa bactéria modificada a um biorreator que limpa mercúrio presente na água dos efluentes industriais. “Planeja-se que geneticamente modificada e no biorreator, a E. coli trate o mercúrio, que é um elemento químico altamente tóxico, e o transforma em gás, a forma não tóxica, deixando o efluente livre de mercúrio antes de ser despejado nos rios”, explica Anderson Oliveira.
Segundo o professor Carlos Gustavo Nunes, o projeto premiado é uma importante contribuição da UFAM para a sociedade. “Esse projeto é mais uma resposta da comunidade científica e de nossas universidades às demandas da sociedade. Uma contribuição social que mostra a força dos estudantes. Nossos projetos têm inovação, alcance social, prova de conceito e grandes perspectivas”, declarou o coordenador da equipe.
Premiações e Planos
Em 2013 a equipe obteve medalha de bronze, em 2014 ouro na competição iGEM e em abril de 2016, o prêmio Condor para grandes projetos na competiçãolatino americana TECNOX, na Argentina. Ainda este ano, em outubro, novamente no iGEM, a medalha de prata.
Em 2017, a equipe pensa em investir em uma outra temática utilizando Organismos Geneticamente Modificados, mas criando uma linha de estudo paralela que mantenha o Hydrargyrum ativo.