Faculdade de Educação é palco de lançamento de livro sobre teoria crítica
Obra reúne autores nacionais e internacionais e foi organizado por professores da Ufam e Editora Valer
"Teoria Crítica e Adorno: ideias em constelação". Este foi o livro lançado na manhã de quarta-feira (16), no auditório rio Rio Alalaú da Faculdade de Educação, organizado pelos professores Davyd Spencer de Souza e Renan Freitas Pinto, ambos do Departamento de Ciências Sociais da Ufam e membros do Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Amazônia, e Tenório Telles, da Editora Valer.
No lançamento estiveram presentes o pró-reitor de Extensão (Proext), professor Luiz Frederico Mendes dos Reis Arruda, representando a reitora da Ufam, professora Márcia Perales Mendes Silva; Neiza Teixeira, representando a Editora Valer, e também parte dos autores da obra: Nelson Matos de Noronha, pró-reitor em exercício da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg); Cássia Maria Bezerra do Nascimento, da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propesp); José Alcimar de Oliveira, do departamento de Filosofia; e Raimundo Martins de Lima, do departamento de Arquivologia e Biblioteconomia.
Todos fizeram parte de uma mesa-redonda que discutiu, juntamente com os organizadores do Livro, os temas mais abordados nos artigos da publicação como Educação, Música, Filosofia Contemporânea, História Contemporânea e das Ideias, Cultura e Barbárie, e Indústria Cultural.
A iniciativa de se desenvolver o livro partiu do professor Renan Freitas. Em 2012, ele e Davyd Spencer passaram a trabalhar efetivamente na organização, que durou três anos para ficar pronto.
"Teoria Crítica e Adorno: ideias em constelação" é uma obra coletiva que tem como principal objetivo incentivar estudiosos a procurarem articular as contribuições teórico-metodológicas da teoria crítica de Adorno para questões relativas à Amazônia.
Adorno, teoria crítica e Amazônia
Theodor Adorno foi, juntamente com Max Horkheimer, o fundador da Escola de Frankfurt. A base teórica dessa Escola é o chamado materialismo histórico-dialético de Karl Marx. Adorno e Horkheimer foram fundadores de um campo específico chamado Teoria Crítica. Adorno, em especial, abordava temas como Cultura, Processo Civilizatório Capitalista, Indústria Cultural, Barbárie, Educação.
Professores Davyd Spencer (à esquerda) e Renan Freitas, organizadores do livro“Theodor Adorno problematiza o conhecimento. Ou seja, o conhecimento ao invés de libertar, emancipar, sofre uma espécie de eclipse, e passa na sociedade capitalista a aprisionar as pessoas. Então a Teoria Crítica faz um diagnóstico das contradições da sociedade moderna, e aponta possibilidades de pontos de vista teóricos e práticos para a emancipação, superação dos paradoxos da modernidade”, explica Davyd Spencer.
A partir das contribuições de Adorno, os organizadores do livro passaram a articular um conjunto de artigos de pesquisadores que pudessem trabalhar temas diversos, como a Amazônia. Sobre a região, o professor Renan Freitas cita o texto do professor José Alcimar, que aborda a barbárie na Amazônia como um processo anticivilizatório. “O livro tem o principal objetivo de mostrar a presença do pensamento crítico na Amazônia, no atual cenário. Um exemplo disso é o artigo do professor José Alcimar, que trata da barbárie. Ele diz que não há processos históricos de cultura que também não sejam de barbárie”, resume Renan.
Davyd Spencer conclui dizendo que “a teoria crítica é importante hoje para pensarmos a política, a educação, o desenvolvimento da Amazônia, os conflitos e violências, e as possibilidades de superação desses problemas em âmbito nacional e particularmente regional. Os conceitos de indústria cultural de Theodor Adorno são importantes, e hoje nos ajudam a compreender e explicar esse processo anticivilizatório que marca o individualismo, o consumismo, a violência e a barbárie”.