Seinpe destaca política de Pós-Graduação na Região Norte
`A Pós-Graduação na Região Norte: possibilidades e limites´ é título da conferência de abertura proferida pela professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Sônia Maria da Silva Araújo, no XV Seminário Interdisciplinar de Pesquisa em Educação (Seinpe), ocorrido no auditório Rio Alalaú, da Faculdade de Educação (Faced), Setor Norte do Campus.
Nesta edição, o tema `A política de Pós-Graduação na Região Norte´, tem como objetivo divulgar e discutir os conhecimentos produzidos na área da pesquisa educacional, salientando os alcances para o enfrentamento dos problemas educacionais e a formação humana na Amazônia. O XV Seinpe é uma promoção do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faced.
Mesa de abertura
Estiveram presentes, representando a reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professora Márcia Perales, o pró-reitor de Extensão e Interiorização (Proext), professor Frederico Arruda; representando a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), professora Cássia Maria Bezerra Nascimento; a Diretora da Faculdade de Educação, professora Suely Baçal; a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação, professora Arminda Mourão; e a conferencista e professora da Universidade Federal do Pará, professora Sônia Maria da Silva Araújo.
Conferência
Sônia Araújo, inicialmente, destacou a importância da parceria que existe entre as duas Universidades, UFAM e UFPA, e sua vinda para o XV Seinpe foi conseqüência dessa parceria que vem se fortalecendo ao longo dos últimos anos. Dentro dessa questão sobre política de pós-graduação em nível nacional, a professora contextualiza e questiona o papel da pós-graduação na Região Norte mediante a política da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A professora contabiliza cerca de onze programas em toda a Região Norte, sendo que o Estado do Pará concentra 4 deles. Entretanto, o da UFAM é o mais antigo pois, segundo ela, é o que tem mais experiência e concentra o maior volume de produção cientifica. Essa relação entre o Pará que tem mais programas e a UFAM que tem experiência resulta numa ótima parceria.
A professora comenta que diante de um cenário tão complexo que é o brasileiro, a Amazônia se apresenta com uma especificidade diversa, mas que existem alguns programas de pós-graduações de Universidades Amazônicas que não estão dando o devido ênfase aos problemas específicos da região, tanto do ponto de vista da economia quanto o da política e da governança.
“Não dá para se pensar na produção do conhecimento da Região Norte desvinculado de sua História, de suas reais condições de possibilidades. Então, será um grande desafio tratar os problemas nacionais diante de uma realidade que mostra as linhas de pesquisa de programas da Região Norte, que apresentam as mesmas temáticas de programas de pós-graduações em nível nacional”, completa.
Ela questiona em que medida essas questões que são tratados em nível nacional estão sendo abordados de forma a identificar a especificidade da região? "Isso vai exigir uma análise geral do que está sendo produzido na Região", relata.
A mediação e coordenação da mesa foi realizada pela professora Arminha Mourão, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faced.
Sobre a pesquisadora
A professora Sônia Maria da Silva Araújo possui graduação pela Universidade Federal do Pará (1986), mestrado e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (1997 e 2002). Fez Estágio Pós-Doutoral no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (2007-2008), realizando estudos sobre pós-colonialismo, colonialidade e educação do campo no Brasil. Foi representante da Região Norte na Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE)entre os anos 2009-2013. É professora Associada III da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Atualmente é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação desta Universidade e orienta alunos de Mestrado e Doutorado. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação rural e educação do campo; cultura e educação; etnia e educação; Amazônia e práticas de escolarização; pensamento educacional latino-americano. Desenvolve pesquisas sobre etnia, gênero e educação no Pará, Brasil.
Atualmente executa um projeto de pesquisa sobre o pensamento educacional de mulheres latino-americanas do século XIX. Apresenta publicações em que se estabelecem reflexões sociológicas, históricas e antropológicas de práticas e discursos em educação. Coordena o grupo de pesquisa "José Veríssimo e o Pensamento Educacional Latino-americano". É pesquisadora do Grupo de Pesquisa Discriminação, Preconceito, Estigma: minorias étnicas e religiosas, cultura e educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) e do Grupo Epistemologias alternativas, movimentos sociais e educação.