Etnobotânica como estratégica de PD&I em discussão na Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical

No segundo dia da 61ª Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical (Interamerican Society for Tropical Horticulture - ISTH), o professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp/Botucatu), Lin Chau Ming proferiu a palestra `Etnografia como estratégia de PD&I em horticultura tropical´ ocorrida nesta terça-feira (24), no auditório Samaúma, da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Setor Sul.

De acordo com Lin Chau Ming, a Etnobotânica inserida num projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em horticultura tropical é bastante relevante. Para ele, essa atividade não somente pode ocorrer em regiões tropicais mas em outras localidades do mundo, pois trata-se do conhecimento tradicional que há milhares de anos vem se desenvolvendo, permitindo com que a sociedade contemporânea venha ter conhecimento o que esses povos já faziam.

Segundo ele, o conhecimento dos povos tradicionais pode ser utilizado na horticultura. Como exemplo, o professor cita a Amazônia como referência dessa atividade. `A Amazônia, além da rica biodiversidade biológica, apresenta muitas comunidades indígenas e tradicionais e, nessa junção entre conhecimento tradicional e a diversidade etnobotânica, permite obter um potencial incomparável´, disse o professor.

Lin Chau Ming realiza pesquisa com plantas antimaláricas em regiões dos Rios Negro e Purus (incluindo uma parte do Estado do Acre) e já detectou mais de 170 espécies, cuja ação é comprovada em diferentes artigos científicos. Entretanto, existem pesquisas inéditas com cerca de 10 espécies que ainda não foram divulgadas para a comunidade cientifica, relata.

Ele acredita que com a realização da reunião da ISTH, será reforçada a importância da Etnobotânica para a região e para o mundo. Apesar de possuir toda essa biodiversidade, a Amazônia ainda é uma região esquecida, em que os conhecimentos tradicionais são pouco valorizados pela sociedade contemporânea. O fato de se realizar a Reunião em Manaus pode ser um estimulo e alerta sobre a importância da Amazônia, região que precisa ser valorizada e estudada, finaliza.        

Sobre a ISTH

Para o coordenador geral pela UFAM e professor da FCA, José Ferreira Silva, a 61ª Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical já ocorreu em várias partes do mundo e também em cidades brasileiras e, nesta edição, ocorre pela primeira vez em Manaus. Parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Ocidental), Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror-AM), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Florestal e Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Federação de Agricultura do Estado do Amazonas (Agroam) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazona (Fapeam), garantiram a edição do evento na capital amazonense.   

Durante a programação estão sendo realizadas palestras com profissionais renomados, como Alfredo Kingo Oyama Homma, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa/Belém), Lin Chau Ming, da Universidade Estadual Paulista (Unesp – Botucatu) e Paulo César Tavares de Melo, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (ESALQ) e Associação Brasileira de Horticultura (ABH).

Segundo o professor José Ferreira, a atuação da Universidade e da Embrapa foi fundamental para a realização da ISTH 2015. “A Universidade dispôs sua estrutura para receber o evento, e a Embrapa apoiou com a vinda da ISTH para o nosso Estado”, revela o coordenador.

 

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